Amplificadores, Caixas Acústicas e uma tal de impedância – Parte 2

No artigo anterior, tratamos da teoria envolvendo os fatores citados acima. Neste, vamos tentar colocar tais conhecimentos em práticas.

Prática de ligação (associação) entre caixas acústicas

Primeiro, é importante citar que alto-falantes disponíveis no mercado são quase sempre de 4 Ohms (mais usados em sistemas automotivos) ou de 8 Ohms (mais usados em sistemas de P.A.). Falantes de 6 Ohms são pouco comuns, e quando encontrados são em sistemas domésticos. Também existem alguns raros falantes de PA de 16 Ohms (alguns drivers). Por isso, nossos cálculos sempre vão considerar ou valores de 4 Ohms ou de 8 Ohms, mas é exatamente o mesmo princípio para qualquer outra impedância.

A teoria que estudamos referentes às associações de resistores (ou alto-falantes ou mesmo caixas acústicas) pode parecer chata e até complicada, mas tudo é muito mais fácil que parece. Vamos primeiro "pegar leve", apresentando alguns exemplos bem simples.

 

Sempre é necessário estarmos atentos às ligações entre os falantes. No exemplo acima, os positivos estão interligados entre si, assim como os negativos. Isso mostra uma associação paralela. Neste caso, temos:

Req = R/ n (onde "n" = número de falantes)

– se tivermos dois alto-falantes (ou caixas acústicas) de 8 Ohms, temos uma impedância final de 4 Ohms. Req = 8/ 2 = 4

– se tivermos dois falantes de 4 Ohms, temos uma impedância final de 2 Ohms. Req = 4/2 = 2

– se tivermos um falante de 8 Ohm associado com um falante de 4 Ohms, teremos que fazer aquela conta chata:

1/Req = 1/R1 + 1/R2

1/Req = 1/8 + 1/4

1/Req = 1/8 + 2/8

1/Req = 3/8

Req = 8/3 = 2,6 Ohm

Note que, ao fazermos esta associação entre um falante de 8 Ohms e um de 4 Ohms, só poderemos usá-la com amplificadores com impedância mínima de 2 Ohms. Lembrando que a maioria dos amplificadores disponíveis no mercado é de 4 Ohms de impedância mínima.

Neste exemplo, observe como o negativo do primeiro alto-falante é interligado ao segundo alto-falante. Nesta situação, temos uma ligação em série. Neste caso, temos:

Req = R1 + R2

Logo, se tivermos dois alto-falantes (ou caixas) de 4 Ohms, teremos uma impedância final de 8 Ohms (Req = 4+4). Se forem duas caixas de 8 Ohms, teremos uma impedância final de 16 Ohms. E se for uma caixa com 4 Ohms e outra com de 8 Ohms, teremos 12 Ohms ao final.

Note que as associações produzem impedâncias de grande valor, bem acima do mínimo especificado pela maioria dos amplificadores (4 Ohms ou 2 Ohms) do mercado.

Agora vamos "pegar pesado" com dois exemplos que misturam associações em série e paralelo. Repare na figura abaixo:

O exemplo acima mostra um conjunto de 4 alto-falantes (ou caixas acústicas, tanto faz), cada um (ou cada caixa) de 8 Ohms. Para obtermos a impedância equivalente (ou impedância final) do sistema, temos que fazer os cálculos.  Há alguns passos a seguir:

– repare as linhas verticais de falantes. Há dois falantes seguidos, onde o negativo de um liga-se ao positivo de outro. Estamos diante de uma associação em série, onde as impedâncias serão somadas. Temos então: 8 Ohms + 8 Ohms = 16 Ohms.

– agora, onde há os dois falantes em série, devemos "enxergar" apenas um único falante, de 16 Ohms. Observando agora na horizontal, podemos dizer que "existem" dois falantes de 16 Ohms em paralelo (note que os positivos estão interligados entre si, assim como os negativos), e então podemos aplicar a fórmula:

Req  = R/ n

Req = 16 / 2
Req = 8 Ohms.

O segredo é "usar a imaginação" e ir fazendo aos poucos. Fora isso, é conta de somar e dividir (às vezes tem que mexer com fração, mas não estamos na escola e podemos usar calculadoras à vontade).

Outro exemplo, bem mais complicado:

– se observarmos no sentido horizontal, existem dois conjuntos com 4 alto-falantes cada. Repare na forma de interligações entre eles: os positivos estão todos interligados. Os negativos também estão todos interligados. Estamos diante de uma associação em paralelo! Na fórmula:

Req = R / n

Req = 8 / 4

Req = 2 Ohms.

Assim, cada conjunto horizontal de 4 falantes, interligados entre si em paralelo, tem impedância final de 2 Ohms por conjunto. Mas precisamos notar que são dois conjuntos de 4 falantes, interligados entre si.

– se observamos no sentido vertical, existem dois conjuntos de 2 Ohms cada interligados entre si. Reparem como o negativo do primeiro conjunto é que vai alimentar o positivo do segundo conjunto de caixas. Ora, isso é uma ligação em série, então as impedâncias dos conjuntos devem ser somadas. 2 Ohms + 2 Ohms = 4 Ohms.

Ao final, o amplificador (que só enxerga impedância resultante) recebe uma carga de 4 Ohms. Temos 8 alto-falantes (ou caixas acústicas) e 4 Ohms de impedância.

Por outro lado, se cada conjunto de 4 falantes fosse ligado ao outro através de uma ligação em paralelo, teríamos 1 Ohm, que é um valor baixo demais para a grande maioria dos amplificadores, o que os levariam a trabalhar fora das especificações da maioria dos amplificadores disponíveis no comércio (e com grande possibilidade de danos).

Disso podemos tirar diversas conclusões importantíssimas:

1) A primeira (e mais óbvia) é que, através de diversas associações, podemos calcular a impedância resultante de forma que tenhamos o melhor aproveitamento da potência do amplificador (onde a impedância resultante do sistema de caixas seja próxima ou igual à impedância mínima do amplificador), permitindo assim um bom "casamento" de impedâncias.

2) Apesar de ser possível trabalhar com um número ímpar de falantes/caixas, o mais normal é trabalharmos com números pares, baseados em potências de 2 (2, 4, 8, 16, 32, etc). Isso facilita os cálculos, e as impedâncias finais serão sempre números inteiros.

3) Mesmo sistemas com grande número de falantes, como 32 ou 64, podem ser associados de forma a se ter um resultado compatível com 2, 4 ou 8 Ohms, os valores mais facilmente encontrados como impedância mínima de amplificadores. Ou seja, sabendo fazer estes cálculos, podemos montar o sistema de sonorização de um pequeno shopping, supermercado, loja, etc.

4) Nos exemplos citados acima, considerando todos os falantes de mesma impedância, a potência será dividida igualmente por todos os falantes (já que a corrente elétrica é a mesma e as impedâncias também). Ou seja, eles vão "falar" igual, terão o mesmo volume, o que é uma coisa sempre desejada. Note que isso não depende do tipo de associação, depende é da impedância de cada falante/caixa.

5) Por outro lado, se interligarmos falantes de impedâncias diferentes, como 4 Ohms e 8 Ohms, eles vão "falar" diferente. A corrente elétrica é constante, mas a impedância não.  Teremos mais volume no falante com 4 Ohms que no falante de 8 Ohms. Apesar de às vezes querermos isso, quase sempre é algo indesejado. Um bom motivo para sempre trabalharmos com falantes e caixas acústicas iguais! 

5) Em um local onde já existe um sistema de caixas, podemos descobrir qual a impedância final desse sistema medindo com um multímetro diretamente nos terminais que são ligados aos amplificadores. Não saberemos qual o tipo de ligação nem as impedâncias de cada caixa, mas o que mais nos importa é saber o quanto o amplificador "enxerga", que deve ser um valor igual ou maior que o mínimo suportado.

Qual a melhor ligação: série ou em paralelo?

Essa pergunta é importante. Teoricamente, não existe uma ligação melhor que a outra, já que ambas são úteis dependendo do caso. Entretanto, na prática, a ligação em paralelo é muito mais comum que a ligação em série. Por causa dos cabos!

A maioria das caixas possui, no seu painel de conexão, duas ou mais entradas, e praticamente sempre em paralelo. Reparem:

Através dessas conexões, podemos levar um único cabo do amplificador até a primeira caixa, e através de outro cabo interligamos a primeira caixa com a segunda. Isso é muito comum em sonorização ao vivo.

Imaginem uma sonorização feita com duas caixas, ambas distantes do amplificador, a primeira a 15 metros de distância e a segunda a 30 metros. Para interligá-las, podemos ter 1 cabo de 15 metros (para a primeira caixa) e outro cabo de 30 metros (para a segunda caixa), fazendo a associação no amplificador. Por outro lado, podemos ter apenas dois cabos de 15 metros. Um cabo vai até a primeira caixa e o segundo cabo interliga a primeira caixa com a segunda, em paralelo (através da conexão existente na própria caixa). Economizamos cabos e tempo.

Por outro lado, se usássemos uma ligação em série nessas caixas, teríamos que levar o condutor positivo do amplificador até a primeira caixa, dela sairia um condutor negativo que seria ligado no positivo da segunda caixa, e desta sairia um condutor negativo em direção ao amplificador. Uma solução bem mais complicada!

Outra opção seria seguir com o cabo de 15m até a primeira caixa e com o cabo de 30 metros até a segunda caixa, deixando as ligações a serem feitas no amplificador (o positivo da primeira caixa no borne (+) do amplificador, o negativo da primeira caixa emendado com o positivo da segunda, o negativo da segunda caixa no borne (-) do amplificador). Isso faria com que o sinal percorresse 45 metros entre o negativo de uma caixa e o positivo da outra! Complicado, muito complicado…

Assim, o mais comum de encontrarmos nos eventos é termos associações em paralelo, simples e rápidas. Associações em série são mais utilizadas em sistemas fixos, onde ninguém mexa. No caso abaixo, por exemplo, seria facílimo implementar associação em série (caso necessário associar em série, claro), já que as caixas estão uma ao lado da outra e em local fixo.

Há também um outro ponto importante a se considerar. Em uma associação em série, as ligações entre uma caixa e outra fazem parte do trajeto da energia. Se alguma dessas ligações for interrompida (mal-contato, uma interrupção indevida, ou mesmo um falante que queima e pára de funcionar), todo o sistema de caixas pára de "falar". O caminho da energia elétrica foi interrompido, então não há mais energia passando pelo circuito.Já imaginaram, em um evento com alguns milhares de pessoas, toda uma série de caixas de som parar de tocar porque alguém passou junto das caixas e tropeçou nos fios, soltando-os?

Por outro lado, em um sistema em paralelo, se por algum motivo uma caixa parar, ainda existem outros caminhos por onde a energia poderá passar, e o sistema continuará tocando. Bem melhor, não? Inclusive, se uma caixa parar, a impedância que o amplificador "enxerga" subirá, o que não há problema (problema é ela descer abaixo do limite mínimo). Tal fato nos permite inclusive trocar uma caixa que não esteja funcionando sem ter que parar todo o sistema. Isso pode ser muito útil em determinadas situações. Já sonorizamos um evento em local aberto com cerca de 16 caixas, e ao detectar uma com problema no driver, foi só tirá-la do lugar e substituir por outra, tudo isso no decorrer normal do evento.

Prática de Impedância em Caixas Ativas

Muitas caixas ativas (caixa de som com um amplificador integrado) apresentam dois valores de potência, um para 8 Ohms e outro para 4 Ohms. São modelos que apresentam saída para alimentar uma caixa externa, passiva.

Especificação de potência de uma caixa ativa Cicltron Titanium T-700A

Isso acontece porque seu(s) amplificador(es) interno(s) tem impedância mínima de 4 Ohms, mas os falantes instalados na caixa são de 8 Ohms. Dessa forma, o(s) amplificador(es) só atinge(m) a potência máxima quando a caixa ativa está interligada com uma passiva, com os falantes em paralelo, perfazendo 4 Ohms.

Também já vimos o caso de uma única caixa ativa que alimenta outras 3 caixas passivas. Nada mais é que um amplificador de 2 Ohms de impedância mínima ligado a falantes de 8 Ohms. Quando o sistema está completo (4 caixas de 8 Ohms: Req = 8/4 = 2 Ohms), o amplificador consegue fornecer toda a sua potência. Por outro lado, se usarmos uma única caixa, o amplificador só fornecerá cerca de 1/4  da sua potência.

Caixas ativas que não alimentam passivas em geral têm seus falantes com impedância adequada para extrair o máximo de potência do amplificador interno.

Prática de Amplificadores e Impedâncias

Primeiro, uma coisa que ainda não falamos. A impedância mínima é estabelecida por canal. Em um amplificador com 2 Ohms de impedância mínima, isso quer dizer que cada canal aceita no mínimo 2 Ohms, mas não há problema algum se em um dos canais colocarmos 4 Ohms e no outro 2 Ohms. Problema é ter algum dos canais com menos do que o mínimo.

No projeto do amplificador, cada fabricante estabelece qual será a impedância mínima. No mercado profissional, a esmagadora maioria dos amplificadores suporta 4 Ohms (de pequeno a médio porte) ou 2 Ohms (de médio ou grande porte). Mas existem amplificadores específicos que tem impedância mínima de 8 Ohms, apesar de raros. Também existem alguns raros modelos que suportam 1 Ohm!

Existe uma importância nisso. Considerando que as caixas mais comuns utilizadas em sonorização ao vivo são de 8 Ohms e que o tipo de ligação mais utilizada é a paralela, então temos:

Impedância mínima do amplificador Quantidade de caixas por canal
8 Ohms
 
1
4 Ohms
 
2
2 Ohms
 
4
1 Ohm
 
8

Repare: podemos ter de 2 a até 16 caixas (no total, considerando 2 canais por amplificador) em nosso sistema de sonorização. A escolha de um sistema ou outro dependerá do uso a que se destina. Exemplos:

Os DJs que animam festas e eventos de pequeno porte, costumam usar 2 caixas full-range e dois subwoofers. Uma boa escolha de compra seria um único amplificador com 4 Ohms de impedância mínima:

– um canal alimenta as duas caixas full-range em paralelo, totalizando 4 Ohms
– um canal alimenta os dois subwoofers em paralelo, totalizando 4 Ohms.

Ou seja, um único amplificador poderá dar conta de todo o evento (evidente que há outras considerações a fazer, como potência. Estamos simplificando). Mas se ele quiser usar mais caixas, além dessas 4, também precisará de outro amplificador para alimentá-las.

Por outro lado, se as caixas forem de 4 Ohms em vez de 8, ele precisará de 2 amplificadores, pois só poderá usar uma única caixa por canal.

Uma boa idéia para quem costuma sempre usar muitas caixas seria comprar um amplificador de 2 Ohms, que permite a ligação de até 8 caixas de 8 Ohms (4 caixas por canal). Mas seria uma péssima idéia ligar apenas uma caixa de 8 Ohms por canal, situação em que a potência do amplificador seria de cerca de 1/4 da sua capacidade máxima.

Para quem sempre só usa 2 caixas com um amplificador, uma boa solução é comprar um amplificador de 4 Ohms e caixas full-range também de 4 Ohms. Nesta condição, terá o máximo de potência do amplificador, quase o dobro do que obteria se usasse caixas de 8 Ohms. Entretanto, não poderia adicionar nenhuma caixa a este sistema, a não ser que o faça em série.

Já empresas de sonorização que fazem grandes eventos preferem comprar amplificadores de 2 Ohms ou mesmo 1 Ohm, já que na maioria das vezes utilizará uma grande quantidade de caixas. Fazendo isso, precisarão de uma menor quantidade de amplificadores para alimentar todas as caixas.

Com isso, queremos demonstrar que a impedância deve ser levada em consideração sempre, de acordo com o uso que se terá para o sistema de sonorização. E isso ANTES DA COMPRA. O operador deve pensar antecipadamente na quantidade de caixas que serão necessárias para o local, e com isso pensar na melhor escolha de impedâncias, tanto das caixas quanto dos amplificadores, de forma a promover o melhor "casamento" possível.

Mais de uma vez vi operadores decepcionados por terem comprado caros amplificadores de 2 Ohms muito potentes, mas que "não fala nada", ou "anêmico, nem parece que tem tantos mil Watts"! Na verdade, ao alimentar apenas 2 caixas de 8 Ohms, tais amplificadores não poderão nunca mostrar toda a sua potência.

Projeto, potência e impedância

Lá no artigo sobre teoria, comentamos que a potência de um amplificador segue uma relação de dobro/metade. Novamente:

Potência = (80V) ² / 1  (Ohm)  = 6400 / 1 = 6.400 Watts
Potência = (80V) ² / 2  (Ohms)  = 6400 / 2 = 3.200 Watts
Potência = (80V) ² / 4  (Ohms) = 6400 / 4 = 1.600 Watts
Potência = (80V) ² / 8  (Ohms)  = 6400 / 8 = 800 Watts

Note que a cada dobra da impedância a potência cai pela metade. Em teoria correto, mas a prática não é bem assim. Dependendo do projeto, os fabricantes fazem produtos com mais ou menos potência nas outras impedâncias. Por exemplo:

– amplificador X
Potência total em 2 Ohms = 3.000 Watts
Potência total em 4 Ohms = 2.000 Watts
Potência total em 8 Ohms = 1.200 Watts

Note: se a teoria fosse seguida à risca, teríamos 3.000W em 2 Ohms, 1.500W em 4 Ohms e 750W em 8 Ohms.

– amplificador Y
Potência total em 2 Ohms = 3.000 Watts
Potência total em 4 Ohms = 2.400 Watts
Potência total em 8 Ohms = 1.700 Watts

Neste segundo amplificador, repare que, apesar da potência máxima ser idêntica a do amplificador anterior, o fabricante fez um projeto em que privilegia o uso em 4 Ohms ou mesmo em 8 Ohms.

Se o operador de som sempre trabalhar com 8 caixas acústicas, poderá optar tanto por um quanto por outro. Se trabalhar principalmente com 2 ou 4 caixas e somente esporadicamente com 8 caixas, a opção pelo amplificador Y será mais vantajosa, já que neste projeto tais impedâncias tem melhor rendimento que no amplificador X.

Impedância das caixas abaixo do mínimo especificado no amplificador

O que acontece com o amplificador quando ele está conectado a um sistema de caixas cuja impedância é menor que o mínimo indicado pelo fabricante?

A princípio, nada! O amplificador continua funcionando, normalmente. Alguns bons projetos conseguem até indicar ao operador tal situação, através de algum indicativo luminoso (Overload ou algo parecido). Mas o amplificador funciona, em baixos volumes. O problema é quando o operador aumenta o volume.

Vamos imaginar um aparelho cujas especificações sejam de 500Watts em 4 Ohms. Se colocarmos sobre ele uma carga de 2 Ohms, ele tentará fornecer algo próximo a 800 ou  1.000 Watts. Só que o aparelho não é feito para isso, e esquentará demais. O fusível queimará por causa do excesso de corrente (se acontecer só isso, agradeça a Deus), e pode chegar até mesmo a queimar transistores e outros componentes eletrônicos.

Também acontecerão distorções no som. Por operar além dos limites, a distorção harmônica gerada pelos próprios componentes poderá causar danos aos falantes, queimando-os.

Claro que existem projetos e projetos, fabricantes e fabricantes. Se o aparelho for corretamente projetado, seu circuito de proteção irá desligá-lo ou limitar a potência de saída, protegendo-o. Caso contrário… Então é melhor não arriscar.

NUNCA use falantes com impedâncias menores que os valores mínimos suportados pelo amplificador. E se seu amplificador constantemente queima fusíveis, verifique se a impedância do sistema está correta. 

Impedância e Conexões de Amplificador

Não citamos, até agora, nada sobre conexões e conectores nos amplificadores. Entretanto, existem alguns tipos de conexões existentes nos amplificadores que merecem ser citados.

Muitos amplificadores de baixa potência têm conectores de ligação para as caixas acústicas em plugues P10, como na foto abaixo: 

 

Repare que existem 2 conectores P10 em cada canal. Há até mesmo uma indicação de impedância mínima em cada um deles: 8 Ohms (o que não é exatamente certo). Este amplificador, um Ciclotron DBL, tem impedância mínima de 4 Ohms por canal, segundo o manual. Estes dois conectores  estão internamente ligados em paralelo. Assim, podemos fazer o  seguinte: ligar duas caixas de 8 Ohms por canal ou ligar uma única caixa de 4 Ohms por canal.

Seria errado tentarmos ligar 2 caixas de 4 Ohms em cada canal (uma caixa por canal sim, duas por canal não), pois neste caso o amplificador trabalharia com 2 Ohms, o que é inadequado ao seu projeto.

Existem amplificadores onde as ligações para caixas acústicas são feitas através de bornes, como abaixo:

 Neste caso, o borne aceita conexão com o fio solto ou – muito melhor – conectores "banana". Neste caso, podemos implementar ligações através dos próprios conectores "banana". Por exemplo:

 

 Como podemos ver na figura acima, temos positivo com positivo, negativo com negativo, ou seja, uma ligação em paralelo! Os próprios conectores "banana" já vem com esta previsão de serem encaixados uns nos outros. Bastante útil.

É possível implementar ligação em série também, mas…

Mas confesso que não é algo muito bonito. Claro que, se isso realmente fosse necessário, os conectores positivo e negativo unidos teriam que ser devidamente isolados, para evitar encostar em outras partes e fechar curto-circuito.

39 Comments on "Amplificadores, Caixas Acústicas e uma tal de impedância – Parte 2"

  1. Gostaria de saber se existe algum problema para converter uma caixa de 8 Ohms para 4?

  2. Excelente explicação. Fiquei com uma dúvida sobre a potencia em cada caixa. Tomando por exemplo 2 caixas anteras, a TS700A ativa e uma TS700 passiva.
    O amplificador da caixa ativa é 350 W/rms (4 ohms), 245 W/rms (8 ohms).
    A máxima potência da passiva é 300 W/rms.
    Ao ligar as 2 caixas, a ativa alimentando a passiva, teremos um sistema em 4 ohms, assim o amplificador estaria na sua máxima potencia que é 350 W/rms. Até td ok, mas qual a potencia em cada caixa? seria a máxima potencia do amplificador dividido por 2, 350/2 = 175 W/rms em cada caixa? Se isto for verdade seria 70 W/rms a menos na caixa amplificada e quase metade da capacidade de potencia da caixa passiva?
    Valeu!!

  3. Olá, tenho um sony genezi GTR8 ele vem com 6 caixas , um cara esta vendendo as 6 caixas do GTR8 dele que queimou. como faço para ligar as 12 caixas em meu GTR 8?

  4. Ola! Fernando Bersan
    Por favor,me esclareça uma dúvida.
    Tenho duas caixas ativas Bi amplificadas Staner SR315A 300WRMS com Woofer 15″ 8Ohms e Drive de Titânio 8Ohms cada caixa. Estou querendo comprar um Amplificador de Potência Hotsound HS Audio 1200/70, 1200WRMS 8Ohms.
    Gostaria de saber se este amplificador é compátivel com as caixas e como é dividido as potências para as duas caixas, se este Amplificador não for o adequado qual devo usar. Abraço à todos e Obrigado pela Atenção.

  5. Muito bom mesmo, aprendi bastante com seu artigo, bem detalhado e explicativo, obrigado por compartilhar.

  6. Alexandre de Pauli Bandeira | 21 de maio de 2016 at 19:39 | Responder

    Olá! Quero resolver uma dúvida: possuo um amplificador gradiente model 366 que possui dois pares de saídas A e B. Com possibilidade de funcionamento simultâneo dos dois pares, A + B. A relação impedância/potência é descrita nas especificações da seguinte forma:

    Potência (por canal): 80W RMS (8 Ohms / 0,03% THD)
    120W RMS (4 Ohms / 0,2% THD)
    170W IHF (4 Ohms)
    Impedância de carga: 4 a 16 Ohms

    Pergunto: Qual seria a impedância de cada uma das caixas acústicas se eu quiser utilizar as quatro saídas?

    Não possuo o manual do aparelho e tenho utilizado apenas duas saídas (A), de 8 ohms cada caixa.
    Obrigado!

  7. eu tenho um amplificador 3500 e 2 caixas CSR 3000 DE 8 O HOMS COMO LIGO ELAS

  8. Olá gostaria se vc pudesse me ajudar numa questão. Tenho dois falante de 500 w de 4 homes
    quero montar uma caixa para o meu carro porém renho uma corneta e um tweeter e os dois é de 100 w e 8 homes. a questão é. Eu posso colocar um falante com o tweeter e o outro falante com a corneta? Obrigado.

  9. Boa noite, preciso de ajuda !!!
    Preciso ligar 10 falantes de 8ohms cada, meu amplificador é de 4ohms (Frahm Slim 3000 Optical).
    Estou montando um som ambiente em um restaurante e não sei como devo ligar os falantes para chegar na impedância correta, PODERIA ME AJUDAR ?

  10. Marco Antonio Garcia | 23 de setembro de 2016 at 22:10 | Responder

    tenho um receiver de 100 vatts rms por canal em 8 ohms, qual seria a caixa ideal, para o caso, poderia me ajudar.

  11. posso ligar duas caixas em paralelo com impedancia diferente

  12. Tenho um amplificador de 8 ohms e dois falantes de 18 de 8 ohms devo ligar um por canal

  13. Bom dia a todos!
    Ganhei de presente um par de caixas Gradiente Magnum 120, o problema é que elas estão maltratadas.
    O antigo dono troco o tweeter e o midrange por modelos de 8ohms e deixou o woofer original que é de 4ohms.
    O que posso fazer, já que a caixa posse divisor de frequência interno ( uma plaquinha)?
    Devo trocar o woofer por um de 8? ou devo trocar os outros dois por modelos de 4ohms e deixar-la original novamente.
    O Reciver que usaria nelas é Denon AVR-S720W, ele aceita de 4 a 16 ohms

  14. Boa noite, tenho duas caixas de um micro system com 2 entradas cada,dos falantes 180w e 6homs do surrond 30w e 16homs, quero ligar no cd pioner em casa, qual amplificador comprar que de o maximo das caixas sem queimar, posso ligar as saidas juntas. Grato fico no aguardo.

  15. Olá gostaria que me tirasse uma dúvida, tenho duas caixas de mini system de 120rms cada de 6 Ohms, eu achei um amplificador com a mesma potencial mas a impedância é de 4.
    Poderia usar sem problemas? Averia perda de potência?
    O que seria recomendado?

  16. Qual amplificador correto para
    Puxar 4 alto falante de 15p 8 homus 600w qual a referencia de potencia?

  17. Bom dia meu amigo preciso tirar uma duvida. Tenho um evento na minha igreja vou montar no palco um som normal para uma banda que vai tocar. Mais pretendo levar mais duas caixas a uns 30 metros a frente pois o espaço e grande e quero que fique um som bm legal sem precisar muito volume e sim bm distribuido. Vc acha que posso interligar um cabo de caixa normal com 30 metros ?

  18. Excelente explicação. Aprendi muita coisa. Agora, pode ser que eu seja tolo, mas existe alguma maneira mesclando ligações em série e paralelo para ligar 4 falantes de 8 ohms que resulte numa impedância final de 4 ohms? Eu já tentei raciocinar de todo jeito mas não consigo achar solução para esta questão. Se alguém puder me ajudar, agradeço.

  19. tenho um amplicador de 400rms com 4 e 8 ohms tenho duas caixas de 150 rms de 8ohms e 2 de 75 rms de 4ohms , como fazer a ligaçao para obter um bom resultado.

  20. Ola. Gostaria de saber como faço pra casar 4 falantes de 2ohms e mais 2 falantes de 4ohms em um modulo de 1ohm.

  21. Boa tarde, se ligar uma caixa de 6 ohms com uma caixa de 8 ohms. Qual seria a impedância final

  22. Uma orientação:
    Eu tenho um receiver que pede falantes de impedância de 6 Ohms.
    Eu tenho 4 caixas de 3 Ohms. Ligando 2 delas em série eu teria 6 Ohms e poderia utilizá-las, certo?

  23. Tenho um amplificador Gradiente LAB 75 impedância de 4 a 16 Ohms. Tenho também 2 caixa de 8 Ohms e 2 caixas de 6 Ohms. Qual a melhor ligação possível? Grato

  24. José Pereira de Magalhães | 5 de junho de 2018 at 0:45 | Responder

    Tenho uma dúvida,há problema usar os cabos das caixas tamanho diferente, no mesmo amplificador nas caixas de sub, um cabo com 5 metros e outro com 10 metros.

  25. Boa, Primeiro gostaria de lhe parabenizar pela bela explicação.. Muito bom mesmo.

    Então, eu possuo Duas caixa dupla fue ranger de 3 vias todos em 8ohms. O resultado final seria em Impedância seria 8ohms ou 2,6 ohms?

  26. posso ligar 5caixas impedância de 2.7 ohms num receiver de 450wats.8ohms de 90wats.por canal.tudo sony.

  27. consigo ligar 08 falantes de 08 ohms para finalizar em 02ohms, poderia desenhar como fazer

  28. Olá, entendi bastante o assunto, porem fiquei com duvidas em outro.
    tipo eu entendi que ao colocar 2 falantes de 8 ohms, ao final ele vai ter 4 ohms.
    minha duvida e na questão da potencia em RMS.
    EX:

    Eu estou montando um P.A.
    Eu tenho uma potencia que em cada canal ela fornece:
    650W RMS para 4ohms
    e
    400W RMS para 8ohms

    Eu telho 4 falantes de 400W RMS cada, eu irei ligas dois deles em paralelos para cada lado da potencia.

    minha duvida é a seguinte, a potencia em RMS dos falantes vai para 800W RMS, ou continua nos 400w RMS.

    Meu amplificador é o suficiente para os falantes?

    Se poder me ajudar ficarei muito grato!!!

    • Olá, ao ligar seus alto falantes em paralelo, a potência resultante passará a ser o dobro, porém sua impedância resultante passará a ser a metade (caso de falantes iguais) portanto atente-se a potencia e impedância de seu amplificador.
      Espero ter ajudado.

  29. Boa tarde, tenho um receiver que tem ajuste para 4, 6, 8 e 16 ohms, e minhas caixas maiores (duas torres e uma central) são 8 ohms, porém as caixas sourround Atmos (menores) são 4 ohms, como sugere que deixo o ajuste do receiver? 4, 6 ou 8 ohms?

  30. Ah, esqueci de mencionar, mas o ajuste de impedância é único para todos os 7 canais, ou seja, todos tem que trabalhar em 4, 6 , 8 ou 16 ohms.

  31. Boa tarde.
    Me dê uma sugestão para ligar 6 woofer de 8 ohms e 2 super twitter de 8 ohms em um módulo de 2 ohms. Quero casar essa impedância mais não consegui ainda.
    Obrigado!

  32. Valew pela explicação mas devo precisar de mais algumas pois quero montar umas caixas plificadas ato a e paciva p montar um som básico p festinha .

  33. ola tenho uma duvida quero comprar um amplificador para minhas caixas mas não sei qual vai aquentar, tenho 14 caixas de som domestica elas são de 75w e 8 ohms e também gostaria de saber se o fio para conectar ela pode ser bem cumprido !!!!! Agradeço pela sua resposta

  34. Então posso ligar 2 caixas, passivas 8ohm em um amplificador 4ohm em cada canal ?! Em uma saída só do canal ou nas duas ?! E qual e o positivo e negativo das duas saídas de cada canal do amplificador ?! Obrigado desde já.

  35. boa noite geral na igreja aonde fui chamado pra da manutenção no sistema tem 2 médio de 10 com 6ohms e a potencia e de 8e4 ohms..
    qual a ligação que posso esta fazendo ?? serie ou paralelo ???

  36. Olá
    Tenho uma duvida. Tenho 06 caixas ativas da BLG WSp-8A de 120 Watts e uma mesa de som da Behringer Xenyk 802. Preciso fazer casamento de impedância? Qual melhor ligação, serie ou paralela? Seria para uma sonorização/radio em um estabelecimento prisional.

    • Gabriel Rodriguez | 4 de maio de 2022 at 20:25 | Responder

      ola amigo.
      no seu caso, como suas caixas são ativas não ha necessidade de casar impedâncias.
      É só levar o L e R da saída master da mesa para cada entrada L e R de cada caixinha…
      Espero ter ajudado> Abraço
      @GRSOMELUZ

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