Workshop – Sonorização em Igrejas – Parte 1

Em agosto, fiz um curso do IATEC, ministrado por CARLOS R. PEDRUZZI. O IATEC (Instituto de Artes e Técnicas em Comunicação), que fica localizado no Rio de Janeiro-RJ, é uma empresa que se subdivide em três: o IATEC escola, que oferece cursos livres e treinamentos periodicamente. A empresa que faz consultoria e projetos de sonorização e os cursos externos para treinamentos corporativos e cursos livres oferecidos em diversas cidades do Brasil e do exterior. São três os diretores:

CARLOS ROBERTO PEDRUZZI – Diretor Técnico e Pedagógico
Engenheiro, consultor em sistemas de sonorização e técnico de PA. Participou da sonorização de eventos como: Projetos Aquarios, Reveillons em Copacabana, Rock in Rio I e II, Missa Campal com SS Papa João Paulo II, Festivais Free Jazz, Prêmios Sharp e Shell de Música, ECO 92, apresentações de artistas como Paul MacCartney, Tina Turner, Billy Paul, Eric Clapton, Placido Domingos, Groove Washington Jr., entre outros. Mixou para artistas como Joanna, Alcione, Guilherme Arantes, Marina Lima, Gonzaguinha, Emílio Santiago, Maria Bethânia e atualmente para Zélia Duncan e Marcos Valle. É membro da Audio Engineering Society. – AES e coordenador e professor dos Cursos de Áudio

LUIZ HELENIO SANTOS JUNIOR – Diretor Comercial e Administrativo
Engenheiro de produção, formado pela PUC-Rio. Atuou como bolsista CNPQ nos anos de 98/99, onde desenvolveu pesquisas relacionadas ao mercado de áudio brasileiro. Trabalhou na produção/colaboração de importantes eventos como o Congresso da AES Brasil (SP 2001) e o Congresso Brasileiro de Música e Computação (PUC-Rio 99). Exerce o cargo de diretor do IATEC desde a sua fundação, atuando principalmente nas áreas de administração e marketing

SÓLON DO VALLE – Diretor Técnico e Pedagógico
Engenheiro, consultor em acústica e editor da revista Áudio, Música e Tecnologia. Realizou vários projetos de acústica como: salas de controle de áudio e vídeo para a TV Globo-RJ, sala de sonorização da TV Globo-SP, Centro de produção de TV (PROJAC) da TV Globo-RJ, estúdios e salas de controle para gravação, dublagem e mixagem da VTI Network (RJ), estúdio de gravação da Rádio/TV Cultura em Belém (PA), ATL Hall (RJ), entre outros. Realizou também vários projetos de sonorização como: Maanaim do Espírito Santo, Estádio Vivaldo Lima, Manaus (AM), Teatro Arthur de Azevedo, São Luis (MA), carnaval de Belo Horizonte, carnaval do Rio de Janeiro.
É membro da Audio Engineering Society (AES) e da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão e Telecomunicações (SET).

http://www.iatec.com.br/

Espero que depois dessa breve bibliografia todos tenham entendido o que é e o que faz o IATEC. Ah! Para quem não sabe Pedruzzi foi um dos que mixou o P.A. do Mineirão,em abril. Foram usadas três consoles Midas de 56 canais

O curso começou sexta de manhã,pra ser exato,às 10:00hr.Esse nome foi ele mesmo que deu (Workshop – Sonorização em Igrejas. Foram distribuídas duas mini-apostilas,porém muito interessantes. A aula começou com abordagens gerais do tipo
1.O propósito da sonorização
2.A Acústica
3.O Sistema de sonorização
3.1 A Captação
3.1.1. Voz – Lapela X Headset X De mão;
3.1.2. Outros Instrumentos;
3.1.3. Vazamentos;
3.2. O PA
3.2.1. No chão X “Fly”
3.2.2. Concentrado X Distribuído;
3.3. O Monitor
3.3.1. Caixas X Fones X “In-ears”
4.A mão de obra especializada;
4.1.A sonorização como atividade profissional;
4.2.A necessidade de mão especializada.

Eu creio que todos já dominam bem esses assuntos,portanto só comentarei dois tópicos:

3.1.3.Vazamentos:
Os vazamentos nada mais são do que sons indesejados,captados pelos microfones.Para o microfone do solista,por exemplo,o som da bateria é indesejado.Fica claro,assim,que as posições dos músicos com seus instrumentos,e seus monitores,determinam os níveis de vazamento e,conseqüentemente,a limpeza na mixagem.

3.2.2. Concentrado X Distribuído:

Em locais muito reverberantes,quanto mais próximo o ouvinte estiver do orador,mais facilmente entenderá o que ele fala.Perto do orador ele estará ouvindo seu som “direto”,e longe o som “da sala”.A fronteira entre esses sons,direto e da sala,é conhecida como “distância crítica” (DC).Quanto mais reverberante for a sala menor será essa distância,mais próximo o ouvinte terá que estar do orador para entender bem o que se fala.

Se,em uma platéia onde haja um sistema instalado,mantivermos os espectadores ouvindo o som direto dos falantes,estaremos garantindo que eles entendam a mensagem.Em locais muito reverberantes é,portanto,comum distribuirmos as caixas pela sala,para garantirmos que haja sempre uma delas próxima de um grupo de ouvintes

Quando optamos por distribuir as caixas,precisamos acertar o tempo de chegada de todas elas a todo ambiente (delay time).E também procurar posições para as mesmas de maneira a respeitar ao máximo a coincidência entre as imagens visual e auditiva

PEDRUZZI certa vez fez um show da Maria Bethânia, em um centro de convenções em Ribeirão Preto. O ginásio era cimento puro (o local era extremamente reverberante), então ele deixou só a voz da artista no PA e “mutou” o resto. Mesmo assim a empresária da artista apareceu para reclamar do som,falando que estava muito alto.Aí ele mostrou que estava tudo mutado,ainda assim ela insistiu,pedindo pra diminuir o reverb. Ele respondeu: "Eu não posso, mas um pedreiro, um marceneiro, um arquiteto ou um engenheiro civil diminui. Isso é coisa do lugar,como eu vou alterar o local???" Isso para demonstrar como a Acústica pode estragar,ou não, um evento.

A segunda mini apostila é intitulada de TÉCNICAS DE SONORIZAÇÃO – OPERAÇÃO DE SISTEMAS. Com tópicos bem legais do tipo – Sistemas de Sonorização – onde foi abordado:montagem,manutenção e otimização do material de som.Envolve muita Física Elétrica, sem a qual você não irá longe.Por isso eu sempre digo,cuidar de som é mais que ter uma audição apurada (ou pelo menos perto disso) também envolve MUITAS HORAS DE ESTUDO. Eu até arrisco dizer que se não é a parte mais importante,é uma delas.

"Som é física pura e aplicada.Tudo não passa de manipulação de sinal elétrico,por isso nunca desmonte ou monte periféricos com o equipamento ligado,você pode danifica-los ou até mesmo levar um “belo” choque,pondo em risco a própria vida".

Outro aspecto importante: Coordenação e Planejamento. O tipo de evento e suas necessidades; Onde será realizado o evento; Como é a rede elétrica local; Quando o evento será realizado.

Dominando esses itens você já corta grande parte dos problemas e dores de cabeça futuros. E quando o evento é em outro local, você não participa da montagem e vai só chegar pra mixar? O que fazer para não levar sustos? Foi pensando nisso que os profissionais desenvolveram o “rider”,uma lista de três páginas (geralmente) onde você expõe tudo que quer e como quer no lugar certo.

Na primeira página você coloca a lista do material que quer: Mixer do PA e do Monitor com suas respectivas marcas e modelos; Periféricos – Tipo,quantidade,marca e modelo; Material de gravação; Capacidade do PA em dB SPL; Caixas de monitor; Marcas e modelos de microfones; Sistema de comunicação entre o “house mix” e o “monitor mix”;entre outros(Colocando sempre o que você quer no Pa e no Monitor. Este tipo de obs só é usado em sonorização profissional).

Observação importante: a empresa prestadora de serviços tem a responsabilidade de cumprir este “Rider”. A substituição de qualquer item do mesmo deve ter a concordância de seus responsáveis. Nome do engenheiro responsável: Nº do telefone e e-mail.

A segunda é feita da seguinte forma: Primeiro você desenha o palco com os instrumentos: bateria, percussão, guitarra, teclados, baixo,…, e cantor(a) e seus respectivos monitores. Descreve onde quer cada monitor nas entradas do mixer e algumas observações,como:
– A console de monitor deve estar no lado do palco onde se encontra o baixista;
– Deve haver ponto de 120Volts,5 Amnperes,junto a cada músico,inclusive o solista;
– O monitor no controle de monitor(Control Room),wedge,deve ser igual aos do cantor.

Já na terceira folha,faz-se uma tabela em que você expõe o que quer em cada canal da console de PA e MON,seus microfones ou DI(direct Box) para instrumentos e coral e,se necessário, pedestais e seus modelos. Este documento pode ajudar em muito nossa vida,porém não fugindo da realidade. Você não vai pedir para igreja providenciar uma Midas sendo que só possuem uma Ciclotron de 6 canais.

Posicionamento dos falantes do PA. Saber física ajuda muito aqui também.Por acaso já ouviu falar em propagação do som? Conteúdo realmente extenso,por isso me limitarei a tópicos(quem quiser,tenho material para cópia e sites muito bons).

– Posicionamento;
– Acoplamento, vazamentos e realimentação;
– Front Fills(relacionado ao posicionamento das caixas);
– Delays(é um “atraso” no som das caixas,para diversos fins).

Posicionamento dos equipamentos de controle – A “House Mix". É de fundamental importância que o profissional de sonorização que opera o sistema de som durante o evento,produzindo a mixagem do programa para o público,se situe em local adequado na platéia.Por local adequado entendemos um lugar que possamos julgar e decidir,baseado em uma audição ótima,sobre o que fazer em uma mixagem para torna-la e melhor.

É sabido por todos nós do meio, e também por boa parte do público,que a sonoridade que escutamos depende grandemente do local em que nos encontramos dentro desta sala.E que locais bizarros,do ponto de vista da audição,como paredes de fundo,mezaninos,cabines e camarotes,estão longe de servir como referência. Ainda há muitos itens a considerar,mas serão páginas do próximo capítulo

– O posicionamento em ambientes fechados;
– O posicionamento ao ar livre;
– O house mix e sus equipamentos;
– Escolha e posicionamento dos monitores.

E o melhor: Aula prática com Carlos R. Pedruzzi. Mas isso fica para depois.

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