Pessoal,
vocês estão comentando sobre Line Arrays e, ao mesmo tempo, falando em desmembrar as caixas, inserindo subs entre elas, usando apenas uma caixa por lado etc. Um pouco da teoria; O que é um Line Array ? um arranjo de fontes omnidirecionais em linha vertical. Ao angularmos as caixas entre si, perdemos o efeito de line array e passamos a ter um vertical array. Um arranjo em linha sem os efeitos completos de um line. O que se ganha com um line array ? maior pressão sonora no eixo, menor perda com a distância (apenas 3dB contra os 6dB das caixas convencionais-teoricamente), maior diretividade e maior redução das reflexões no ambiente.
Então percebemos que são Vertical Arrays e não Line Arrays. Termo que inclusive é utilizado pela Attack, fabricante do sistema (Versa = Vertical Array). Como apenas as baixas frequências em geral são omnidirecionais, o empilhamento das baixas frequências tende a se comportar como um line. No caso das altas frequências que se encontram em guias de onda e são muito direcionais este efeito não acontece da mesma forma. Em geral, sistemas de vertical array tendem a ter ganhos nas baixas frequências e baixo ganho nas altas, devido ao acoplamento diferenciado entre baixas e altas frequências. Como uma única caixa de vertical array possui ângulo de cobertura vertical bem estreito, intencionalmente, sabemos que para se ter boa cobertura vertical é necessário o empilhamento. Muitas vezes usamos maior quantidade de caixas para se ter cobertura e não pressão sonora. Assim sendo, não se atenham apenas as potências elétricas e sim a cobertura sonora por faixa de frequência. De nada adianta ter pressão sonora sem ter inteligibilidade. No caso das caixas Versa206A o máximo de empilhamento são 4 caixas. A Attack possui outros modelos com características diferentes. As VRD112A, por exemplo, permitem o empilhamento de até 16 elementos. Utilizar os subs junto as caixas, no mesmo bumper, trás o benefício de melhor acoplamento de fase e imagem sonora. O som vêm todo de um único ponto. Diferentemente dos sistemas com as altas frequências no teto e os subs no chão. A imagem sonora fica distorcida. Algo mais ou menos assim: Bumbo no piso e caixa no teto. Se é feita a inserção de um sub entre os elementos do vertical array, aí é que ele não comportará mesmo como um vertical array. Passará a se comportar como um caixa convencional com pouca cobertura vertical.
No caso desta igreja, pode-se usar o mesmo modelo de caixa para sonorizar o mezanino inferior e superior. As caixas Versa206A são muito estreitas e cabem em diversos ambientes, incomodando muito pouco a estética. Se ainda assim atrapalhar a visão, pode-se pensar na hipótese de um reforço sonoro no teto do mezanino superior, através de caixas do tipo arandela. Dê preferência a caixas com back box (caixa acústica posterior). O som é mais interessante. Gosto de evitar o uso de caixas nas paredes. Mesmo que se alinhe o tempo em relação as caixas principais, sempre teremos muitos cancelamentos em função das diferenças de tempo e fase.
Certamente será necessário o uso de um gerenciador digital de sistemas para alinhar o sistema em frequência, fase e tempo.
Um abraço,
Denio Costa