Alinhamento/equalização de PA sem microfone de medição e sem ouvidômetro

Rodela

Member
Bom dia meus queridos, estou há algumas semanas numa luta.
Até pouco tempo tínhamos uma mesa Behringer da linha Xenyx e um pífio equalizador de 15 bandas, também da Behringer. Usando somente o "ouvidômetro", conseguimos tirar um som surpreendente com esses equipamentos, inclusive melhor que outras igrejas com equipamentos caríssimos e tratamento acústico (o que não temos).
Porém agora adquiri uma Behringer X18 (a qual pretendo fazer logo um review), que tem um equalizador de 31 bandas e muitos outros parâmetros. E aí minha luta começou. Não consegui ainda, em 3 semanas, equalizar o som satisfatoriamente. O que era pra ser melhor está se saindo pior (parece que menos recursos funcionam melhor com leigos como eu hehe).
Tentei usar um "método" gambiarrento: peguei um mic de estúdio condensador de diafragma largo que temos, da AKG, cuja resposta de frequência é mais ou menos plana, e, analisando o gráfico de frequência do fabricante, equalizei-o de modo a "fletá-lo" o máximo possível (ele tem leve ganho de 2db próximo aos 4k e 4db na faixa de 13k). Coloquei ruído rosa e usei um RTA, tentando corrigir ao menos as discrepâncias maiores. Sei que é totalmente inapropriado, mas é o que temos. Depois de tentar "fletar" o som, fui usando o ouvido, e consegui um resultado até que satisfatório.
O problema é que no domingo, com a igreja cheia e um grande portão aberto (que faz vazar todo o som), o som não ficou bom, muitos agudos, dando muitas microfonias e sendo impossível achar uma equalização boa para os microfones.
As caixas já estão com os devidos cortes de frequência, já revi os cabos e posicionamento de caixas e mics. Falta a equalização_O problema é que não temos condições no momento de adquirir um microfone de medição/precisão.
Já gastei um total de 20 horas tentando equalizar.
Por tudo que exaustivamente li, vejo que a equalização de sistemas se resume basicamente a dois métodos: ou se usa um RTA com um microfone de medição; ou se usa o ouvidômetro. Não achei nada mais além disso (fora algumas coisas ainda obscuras, como a equalização causando propositalmente a realimentação, que serve mais para retornos de palco).
Inicialmente fui equalizando "de ouvido", com musicas, e, parecia ter ficado bom, mas no culto ficou uma droga.
Diante disso, sábado vou tentar reequalizar o som, com aquele mesmo portão aberto.
A dúvida é: não tendo eu um microfone de medição, só resta mesmo o ouvidômetro? É "tudo ou nada"? Será que não existe um meio termo, uma alternativa barata ou alguma técnica que possa ser somada?
Já vi algumas coisas do tipo: usar um microfone de lapela flat, montar um microfone de medição com uma cápsula de eletreto da Panasonic, usar o método da microfonia.
O que vocês me recomendam?

*obs.: Sei que alinhamento não se resume a equalização, e este tópico é voltado a equalização, mas coloquei o termo alinhamento para facilitar as buscas de outros possíveis usuários.
 
Minha primeira dica, simplifique, se estiver usando algum outro periférico, tire e ligue a mesa direto nas caixas.

Agora vamos a alguns dilemas que podem estar afetando seu julgamento
1- Sua referência de som bom.
2- A referência/identificação que você tem com o timbre que tirava com o equipamento antigo
3- Uma mesa melhor pode evidenciar o pior do resto do seu sistema, isso inclui MICS e CAIXAS.

Como o investimento já foi feito, aprenda a trabalhar o que tem em mãos que realmente é muito melhor do que tinhas antes.
Em seu lugar eu faria isso:
- Flat em TUDO
- Refazer estrutura de ganho
- Fazer o corte das caixas
- Alinhar EQ do PA a partir de uma musica de alinhamento e se possível com ajuda de um RTA
- Corte dos MICS e EQ de correção com base nas vozes
- Corte dos INSTRUMENTOS e EQ de correção com base nas características dos mesmos
 
Minha primeira dica, simplifique, se estiver usando algum outro periférico, tire e ligue a mesa direto nas caixas.

Agora vamos a alguns dilemas que podem estar afetando seu julgamento
1- Sua referência de som bom.
2- A referência/identificação que você tem com o timbre que tirava com o equipamento antigo
3- Uma mesa melhor pode evidenciar o pior do resto do seu sistema, isso inclui MICS e CAIXAS.

Como o investimento já foi feito, aprenda a trabalhar o que tem em mãos que realmente é muito melhor do que tinhas antes.
Em seu lugar eu faria isso:
- Flat em TUDO
- Refazer estrutura de ganho
- Fazer o corte das caixas
- Alinhar EQ do PA a partir de uma musica de alinhamento e se possível com ajuda de um RTA
- Corte dos MICS e EQ de correção com base nas vozes
- Corte dos INSTRUMENTOS e EQ de correção com base nas características dos mesmos

Faz bastante sentido. Eu só não sei se meu ouvido está tão "identificado" com o equipamento antigo ou a referência de som bom prejudicada, mas é possível...
Quanto ao ganho eu realmente percebi um grande problema e já estou tentando reformular, por conta dos compressores individuais que configurei mal, especialmente na compensação de ganho deles, o que acaba afetando toda a estrutura de ganho. Eu havia regulado eles individualmente, com os demais canais fechados, mas quando todos os outros mics estão abertos a história é outra. Agora aprendi que a regulagem de compressão para gravações (que é o que estou bem mais familiarizado) é muito diferente da compressão com som ao vivo em lugares pequenos, com tudo muito próximo e sem acústica, onde ruídos e vazamentos são reforçados com a compressão. O que ficaria bom para um vocal isolado, por exemplo, não ficaria bom no conjunto ao vivo, captando excessivamente a bateria que está logo atrás do mic, por exemplo.
Mas realmente o ganho eu já vou reformular, assim como outras coisas pertinentes ao alinhamento. Agora preciso mesmo é já ir meio previamente preparado para a equalização hehe... mas suas dias já foram valiosas
 
Desative todos os dinâmicos de todos os canais antes de seguir os passos citados.
Quanto ao ganho, zere todos e abra o volume do canal em 0db e a partir dai compense no ganho APENAS se precisar, em alguns casos é necessário até atenuar o sinal de entrada, normalmente com pedaleiras e teclados.

Creio que fazendo esse dever de casa certinho, você terá uma melhora considerável.
O resto é ajuste pontual.
 
Obrigado pTjz..

Agora estou pensando seriamente em comprar um microfone de lapela unidirecional da Leson, condensador. Achei pra vender por 140,00. Esse valor até dava pra arriscar, e quem sabe posso dar outra utilidade futura pra ele, ao contrário de um microfone de medição (que aliás sai na faixa dos 300,00).
Vi em alguns fóruns que ele teria um desempenho razoável desse Leson pra fazer alguma medição. Será que compensa? Alguém aconselha?
 
Desative todos os dinâmicos de todos os canais antes de seguir os passos citados.
Quanto ao ganho, zere todos e abra o volume do canal em 0 db .....
para comecar.
Simplesmente : se somar TODOS os canais em 0 dB o que sobrara para eventual reserva de ganho no final.
Todos os 0 dB vao somar conforme de numero dos canais, Vai dar Triquadruplaquintaplicacao do ganho..
NO resto - so seguir os conselhos do colega Eliabe :) .. (Abraco , meu amigo :).To curtindo ferias mas estou com Voces.. )
Abrcs,
andry110
 
Olá
Bem a troca do equipamento analógico para digital dá muita diferença, equalizadores analógicos Behringer não são precisos. Essa estrutura de ganho tem que ser revisto. Como já dito desligue todos dinâmicos. Use os RTAs da XR18 para cortar sobras e assim evitar microfonias, com os próprios mics usados. Um som flat nem sempre resolverá seu problema, principalmente em lugares fechados. Qualidade x pressão sonora nunca andam juntos. Muita coisa usada em estúdio multitrack não dá pra usar em PA. Espero ter ajudado.
Abrs
 
para comecar.
Simplesmente : se somar TODOS os canais em 0 dB o que sobrara para eventual reserva de ganho no final.
Todos os 0 dB vao somar conforme de numero dos canais, Vai dar Triquadruplaquintaplicacao do ganho..
NO resto - so seguir os conselhos do colega Eliabe :) .. (Abraco , meu amigo :).To curtindo ferias mas estou com Voces.. )
Abrcs,
andry110
Eh uma técnica diferente a que vcs citaram, a qual eu usava e achava que estava errado, bom saber que mais gente usa hehe. Geralmente se nivela o ganho pelo VU, deixando o sinal com pico próximo de 0db. Vou voltar a esse sistema antigo e comparar. Mas acredito que os problemas do ganho serão resolvidos quando eu desativar os dinâmicos.. aliás, talvez não precise desativar, creio que eu diminuindo o ganho de compensação do compressor não haja nenhum problema, pois assim ele apenas evitará picos sem expandir sinais baixos.

Olá
Use os RTAs da XR18 para cortar sobras e assim evitar microfonias, com os próprios mics usados. Um som flat nem sempre resolverá seu problema, principalmente em lugares fechados. Qualidade x pressão sonora nunca andam juntos. Muita coisa usada em estúdio multitrack não dá pra usar em PA. Espero ter ajudado.
Abrs
Gostei da dica, estava na dúvida se era válido se basear no RTA da própria mesa para equalização geral (PA). Na prática ja estava usando, mas não estava confiando muito hahah.

Desisti da lapela e comprei um fone que estavamos precisando, um AKG k404, que pra mim nao tem quase diferençado k414.
Agora a tarde voltarei la pra por tudo em prática. O duro é que, com a igreja vazia, eu consegui equalizar o PA até que legal, o problema é mesmo no domingo, com pessoas. Vamos ver no que vai dá.
Obrigado pelas colaborações e o tópico continua aberto
 
Bom pessoal, consegui dar um grande avanço no som. Na verdade notei que a equalização do PA até que estava correta, pois no final das contas pouco foi mudado, sendo o problema maior é que eu não tinha tido tempo de configurar os equalizadores dos canais dos mics, que deram muito trabalho. Estranhamente nosso melhor mic das vozes (um AKG D5) foi o que mais deu trabalho, me consumindo uma máquina de efeito da mesa pra usar um EQ de 31 bandas (a X18 fornece apenas EQ de 4 bandas nos canais).
Mas, cheguei às seguintes conclusões:

1- Um microfone que não seja de medição, cujo gráfico de resposta das frequências seja conhecido por você, é melhor do que nada para equalizar um PA, usando RTA. Me desculpem aos mais experientes, mas essa foi minha conclusão pessoal, não se aplicando aquilo de que não adianta usar mic comum com RTA. Usei um microfone condensador AKG C3000, diafragma largo, cardióide mesmo, e, depois de "fletar" no RTA, reduzi/aumentei as frequências que não são "flat" do mic, de acordo com o gráfico de resposta do microfone fornecido pela AKG. O resultado foi que ganhei uns 30 minutos com isso, facilitando a próxima fase que é o "ouvidômetro". Consegui ao menos identificar as frequências que estavam sobrando. Depois fiz o ajuste fino ouvindo várias musicas, o que, ao meu ver, teria que ser feito mesmo usando o melhor mic de medição. O resultado foi consideravelmente satisfatório. Então, foi melhor usar um mic "errado" do que apenas o ouvido.
2- Para o meu tipo de ambiente foi mais interessante posicionar o mic um pouco voltado para a caixa (pouco mais de 1m de distância), do que no centro do ambiente. Novamente eu "contra as regras" hehe. Nossa igreja — que é bem simples — foi feita num lugar que era pra inicialmente ser um tipo de galpão, com o teto bastante alto, e uma grande porta/portão. Quando aberto tal portão (como acontece nos cultos), por sua grande dimensão, fica quase como um ambiente aberto. A prova disso é que a igreja tem pouca reverbação, embora tenha algumas distorções acústicas por causa dos revestimentos. A pouca reverbação produzida me lembra um eco do tipo slap echo ou um reverb muito fraco com uma pequena room. Depois que percebi isso, lembrei que a orientação para posição do mic de medição em ambientes abertos é próxima das caixas, então fiz um misto, colocando meio perto das caixas. Fiz testes com o mic no meio, e o resultado foi melhor na primeira posição, pois pude identificar melhor as frequências que estavam sobrando. Não sei se minha explicação está correta, podem ter vários fatores envolvidos, mas o fato é que deu mais certo hehe.
3- É quase impossível configurar compressores de maneira ideal para as vozes, se se tratar de ambientes como o nosso. Digo porque a primeira configuração deixaria o compressor ideal para um vocal isolado, até poupando um pouco as cordas vocais dos cantores, mas, por vazar muito a bateria e outros instrumentos, fica inviável.
4 - Em ambientes pequenos como o nosso, o ganho deve ser configurado um pouco abaixo da "regra geral" dos 0db no VU. Notei isso porque usei a dica do Eliabe e Leopoldo, e ficou melhor, mas um pouco abaixo do que seria o "normal" pela regra que todos ensinam (deixar o canal em solo/pfl e medir o ganho pelo meter próximo a 0db). Inclusive arranjei "confusao" com um técnico de som por conta disso.
5- Se a estrutura de ganho não estiver apropriada ao seu som, a equalização do PA é quase inútil.
6- A Behringer X18 apresentou uma grande falha no meu aparelho, não salvando as configurações de EQ como presets. A opção está la e o arquivo era salvo, mas, na hora de carregar, não carregava. No tablet dava arquivo corrompido e no PC o preset simplesmente não alterava nada a equalização. Isso me fez perder todo o trabalho que tinha feito, pois fui tentar comparar equalizações salvas nos presets e eles simplesmente não carregaram, e eu havia resetado o EQ. Mandou muito mal nisso a Behringer e creio que não seja problema nos meus aparelhos (tablet e pc).

Bom, é isso.. obrigado a todos e espero que algum perdido também possa ser ajudado com as informações do tópico, pois creio que a ausência de mic de medição é uma realidade de mais de 90% das igrejas.
 
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