Artigo Curso de Microfones - Parte 3: de mão (sorvetões)

bersan

Administrator
Moderador
Sorvetão?? Isso é microfone? Na verdade, sorvetão é o nome dado ao tipo mais comum de microfones, os microfones de mão. São aqueles formados por um cone metálico, onde em uma ponta fica o conector XLR e na outra a cápsula de captação, e esta é protegida por um globo. O formato imita perfeitamente um sorvete, daí o nome. Se você acha o nome “sorvetão” ruim, pode chamá-lo de microfone de mão.

É o tipo de microfone mais comum que existe, tanto com ou sem fio. Encontrados em qualquer lugar: até lojas de departamento e camelôs. Assim, fica difícil recomendar uma marca e/ou modelo específico. Existem centenas de microfones, desde os famosíssimos Shure até os desconhecidos Carol, JWL e Aistar. Mas não quer dizer que por ser de marca desconhecida seja ruim. Às vezes, há boas surpresas nessas marcas, com um preço muito menor que os similares famosos.

Em algumas denominações, os pregadores os usam na mão (como os cantores fazem), tanto para ter liberdade total de movimentos (pregadores que andam muito no altar ou palco, por exemplo) quanto para dar um efeito mais dramático. Se o modelo for sem fio, a liberdade é total. Em algumas igrejas, esse microfone é utilizado em cima de um pedestal de púlpito. Não é aquele pedestal de microfone que vai até o chão não; é um pequeno, com uma base de ferro (para servir de contrapeso) e uma haste metálica flexível. Essa haste permite ajustar o microfone, como a haste dos goosenecks.

Para cantores, é usado em geral na mão mesmo ou em pedestais. Para instrumentos, sempre com pedestais de microfones.

Em geral, são microfones dinâmicos, com cápsulas relativamente grandes. Alguns raros são condensadores. As cápsulas dinâmicas têm o mesmo princípio de construção de um alto-falante, e não precisam de energia para funcionar. A maioria absoluta tem padrão de captação cardióide (capta todos os sons em 180º na horizontal e 180º na vertical) ou mesmo supercardióide (captação em 130º na horizontal e 130º na vertical).

A sensibilidade é muito mais baixa que as cápsulas condensadoras: varia de –50dB (os melhores) a –80dB (os piores). O preço varia conforme os modelos: pode-se comprar bons microfones a partir de R$ 50,00 a até o caríssimo Shure Beta58, por R$ 900,00. Cada fábrica tem uma garantia diferente, em geral de 1 ano, mas alguns chegam a ter 5 anos.
Pelas características desse microfone, vamos inverter a ordem: primeiro apresentar as desvantagens e depois as vantagens:

Desvantagens

A baixa sensibilidade desses microfones obriga a pessoa a utilizá-lo bem próximo à boca. Quanto mais afastado da fonte sonora, menor a captação. Os melhores (próximo a -50dB) podem ser usados até 10cm da fonte sonora, no máximo 15cm, mas os piores (qualquer coisa acima de –65dB) praticamente obrigam ao usuário “grudar” a boca no microfone. Para o pregador, com o microfone em pedestal, isso é péssimo, pois tira toda a liberdade do pregador. Ele vira “refém” do microfone, não podendo se distanciar muito dele, sob pena da captação diminuir muito. A não ser, claro, que o utilize na mão.

Esse microfone é o que mais sofre com o chamado “efeito de proximidade”. Quanto maior a distância entre a boca e o microfone, menos graves o microfone conseguirá captar. Por outro lado, quanto mais próximo, mais graves haverá. Todos os microfones direcionais (cardióides, supercardióides) sofrem com isso, mas nos dinâmicos de mão é onde o problema é mais aparente.

O efeito de proximidade é ruim para o operador de áudio, que precisa estar bem atento. Momentos em que o pregador lê a Bíblia ou faz alguma oração, abaixa a cabeça e se aproxima do microfone, fazem o grave ficar mais forte, o que precisa ser compensado na mesa de som. Não é muita coisa a se compensar, mas exige atenção.

Para cantores, principalmente as vozes masculinas, se o microfone estiver muito afastado, a voz perderá o grave característico. Mas alguns cantores masculinos usam o efeito de proximidade como um aliado. Aproximam o microfone nas partes mais suaves da música, para dar "peso", e o afastam nas partes mais fortes, para compensar o aumento no volume de voz.

Para uso em púlpito, esse microfone é muito grande e pesado quando comparado com os outros tipos. E como a haste do pedestal também é bastante larga, acaba atrapalhando a visão do pregador. É como você conversar com alguém que está chupando sorvete: a boca e queixo desaparecem atrás do mesmo. Isso sem contar o fato de que às vezes acontecem acidentes: o microfone “escorrega” do cachimbo (peça que prende o microfone à haste do pedestal) e vai parar no púlpito ou mesmo no chão. Isso não é raro de acontecer.

Muitas cantoras também não gostam de ficar segurando o microfone. Realmente, alguns modelos são pesados, como o Samson Q7, com quase meio quilo. "Arrebenta" o braço do usuário se ele tiver que ficar segurando o microfone por muito tempo. Existem modelos leves mas com qualidade. De qualquer forma, o uso de pedestais resolve o problema.

Se usado com pedestal, é um microfone trabalhoso na hora de ajoelhar. É necessário tirar o microfone do pedestal, utilizá-lo e depois colocar novamente no púlpito. O movimento gera vibrações que costumam ser captadas pelo microfone e o sonoplasta precisa estar sempre atento. Se usado na mão, não há problema algum.

Vantagens

Se por um lado a baixa sensibilidade “prende” o pregador, cantor e músico junto ao microfone, ela também dificulta a ocorrência de microfonias. Como o microfone não consegue captar sons a distâncias grandes, a chance de captar o som de uma caixa de som ou de uma reflexão na parede é mínima. Não quer dizer que não aconteça, mas dá muito menos microfonia que qualquer lapela e menos que qualquer gooseneck. Se a acústica do lugar é muito ruim, este é o tipo de microfone a ser utilizado.

Permite a utilização de caixa de retorno. A caixa deve estar sempre “nas costas” do microfone, nunca apontada para ele, claro. Por isso, é o microfone ideal para ser usado com cantores que exigem volume de retorno muito alto.

A durabilidade deste tipo de microfone é enorme. Os “sorvetões” são extremamente robustos, principalmente os de boa marca, durando anos, décadas. Aguentam até quedas, mas não é por isso que vamos descuidar deles.

Por último, não usa pilhas. Pelo menos não tem problema da pilha acabar logo na vigília ou casamento.

Escolha do microfone

É importante escolher o microfone certo para ser utilizado no púlpito. Sempre tenha o cuidado de escolher um modelo com grande sensibilidade. Tem que ser entre –60 e –50dB. Obrigatoriamente. Quanto mais baixo o número, melhor.

O ideal, como já vimos, é usar um microfone dinâmico para um único usuário. Para cantores, um mic bem sensível permite o uso de até 3 vozes femininas (ideal 2) por microfone, e até 2 vozes masculinas (ideal 1) para vozes masculinas. A cada vez que "acrescentamos" um usuário, afastamos um pouco o microfone das fontes, e com isso perdemos graves (efeito de proximidade).

Cuidado com a escolha do padrão de captação (cardióide ou supercardióide). Deve-se levar em conta o tipo de retorno que será utilizado.

Para o púlpito, recomendo para as igrejas com acústica muito ruim. Na verdade, é o microfone menos indicado para o púlpito, mas às vezes é a única solução para evitar microfonias onde a acústica é ruim. Já para cantores e instrumentos, é praticamente a primeira opção de escolha.

Outras informações

Os sorvetões são o “Bombril” dos microfones. 1001 utilidades. Podem ser utilizados em qualquer lugar (acústica boa ou ruim), com qualquer instrumento (através do pedestal adequado), com qualquer voz. São chamados de microfones de uso geral, funcionam bem em qualquer lugar. Pode não ser o melhor microfone para uma certa aplicação, mas com certeza funcionará bem, com a vantagem de ser muito robusto e durável, e de ter excelentes preços.

Em caso de defeito da cápsula, pode-se substituí-la facilmente. Nas eletrônicas existem as cápsulas originais Le Son (cabem em qualquer microfone), mas são muito caras, custando às vezes mais que um microfone inteiro de outra marca (dólar baixo faz isso).

Não se esqueça: quanto mais próximo da fonte sonora, melhor! Ensine aos usuários a manterem o microfone próximo à boca, ao instrumento. O microfone precisa estar bem posicionado, o globo do microfone deve sempre apontar diretamente para a fonte sonora. Ensine sempre, pois é muito comum os usuários utilizarem o microfone "de lado", como um sorvete, posição esta que perde muito em captação.
 
Editado por um moderador:
"São pau pra toda obra!"
Os sorvetões são o “Bombril” dos microfones. 1001 utilidades. Podem ser utilizados em qualquer lugar (acústica boa ou ruim), com qualquer instrumento (através do pedestal adequado), com qualquer voz. São chamados de microfones de uso geral, funcionam bem em qualquer lugar.
E como diz um sábio homem: "Não existe mic. ruim, e sim mal utilizado". Ou mais ou menos isso.

Abçs
 
ola bersan tenho uma potencia de 3oo watts mais 2 falante eros de 800 wats mais 2 falante medio grave de 300 e 2 titanio de 100 watts .mais um equalizador e um pré amprificador sygnus tenho um divisor de frequencia dentro das caixas quero troca por crossover mas so tenho um amprificador tem como eu usas um crrossover de 3 vias??meu email [email protected] .por favor me responda la .apaz
 
Back
Topo