Dúvidas com processador e com limitação de potencia para o d

bersan

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Re: Dúvidas com processador e com limitação de potencia para

Olá Pastor, um prazer poder ajudar.

Bem, o som do senhor não é de pequeno porte, já estamos lidando com porte médio, com sistema multi-vias e tudo.

Vamos dividir o assunto em três partes:

- RESPOSTA DE FREQUËNCIA DE CADA FALANTE e a consequente FREQ DE CORTE

- ORDEM DO CROSSOVER (2a. ordem = 12dB/Oitava, 3a ordem = 18dB/Oitava, 4a. ordem = 24dB/Oitava).

- POTÊNCIA MÁXIMA ADMISSÍVEL.

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FREQ. DE CORTE E RESPOSTA DE FREQ DE CADA FALANTE.

Cada alto-falante tem uma resposta de frequência específica. Infelizmente, não existe nenhum alto-falante que consiga responder de 20Hz a 20KHz de forma satisfatória, então para suprir essa deficiência, temos que colocar dois falantes (um para graves e médio-graves, outro para médio-agudos e agudos), às vezes três falantes, às vezes 4 falantes... na verdade existem sistemas com 6 ou mais falantes, apesar de raros. Na prática, usa-se até 4 falantes normalmente.

Como cada falante é chamado de "via", temos então um sistema mutlivias, com 2, 3, 4 ou mais "vias".

Agora, mais especificadamente sobre resposta de frequência, temos fabricantes e FABRICANTES. Os "mais simples" costumam dizer:

Resposta de Frequência: 35Hz até 3,5KHz para um woofer de 15", por exemplo.

Se o dado vier apenas assim, sem nenhuma explicação correta, estranhe. Ela está correta, o falante realmente consegue falar 35Hz até 3,5KHz, mas com uma variação de volume tão grande (20, 30 ou até mais dB) que não se aproveita.

Já os BONS FABRICANTES fazem a mesma especificação de outra forma. Nosso mesmo subwoofer de 15" poderá ter o seguinte valor:

Resposta de Frequência: 50Hz até 1,5KHz @ -10dB.

Esses "Arroba -10dB" é uma mudança incrível! Ele agora mostra que um novo valor de resposta de frequência, e que podemos esperar, dentro dessa resposta, uma variação de 10dB de volume, o que ainda é muito, mas é o mínimo aceitável no meio profissional.

Isso inclusive serve para separar o joio do trigo. Um fabricante que não especifica variação provavelmente não é voltado para o mercado profissional.

Já os EXCELENTES FABRICANTES fazem ainda uma outra especificação. Além de especificar a variação @ -10dB (que é o mínimo exigido, inclusive há norma para isso), eles especificam um outro valor. Veja só o nosso mesmo subwoofer:

Resposta de Frequência: 70Hz até 700Hz @ -3dB (tudo valor hipotético, estou chutando)

Esses -3dB indicam que a variação de volume, nessa frequência, é mínima, ou seja, o falante responde essa faixa de forma muito igualitária, o que é bom, muito bom.

Bem, porque escrevo isto? Porque há consequências interessantíssimas, como poderemos ver:

- Há uma faixa de trabalho IDEAL para o seu falante, que é especificada pela variação de -10dB. É onde teremos o melhor resultado, o melhor custo/benefício em um sistema relativamente simples.

- Há uma faixa de trabalho EXCEPCIONAL, onde teremos a melhor resposta possível. Por outro lado, essa faixa é bastante limitada e exigirá o complemento de mais falantes, aumentando o custo.

Para sabermos esses dados, precisamos de ajuda do manual do falante, precisamos muitas vezes de analisar as curvas de frequência, precisamos de uns bons testes, variando frequências, etc.

Ou então... precisamos pedir ajuda aos universitários, ou melhor, ao fabricante. EVIDENTEMENTE, O IDEAL É CONSULTAR O FABRICANTE ANTES DA COMPRA DOS FALANTES, mas sabemos que quase ninguém faz isto...

Mas ainda, de posse dos falantes, consultar o fabricante e perguntar qual a melhor resposta que eles podem ter em conjunto é uma coisa que ajuda muito. Claro que ajudará também o fato de todos os falantes serem do mesmo fabricante (com certeza a boa vontade do técnico do fabricante será maior).

Veja como isso é importante na prática. Podemos, com esse woofer de 15" citado, montar uma caixa com um woofer + driver TI, com corte em 1,5KHz, e a caixa terá provavelmente uma reposta @ -10dB no final. Ou podemos incluir um drive fenólico a partir de 700Hz, depois um supertweeter, e obter uma resposta -6dB (quanto menor esse número, melhor). Tudo isso influenciará o projeto.

Assim, Pr., ligue para o fabricante, passe os dados do falante, e pergunte quais serão as melhores frequência de trabalho para esses falantes que o senhor tem. Como consequência imediata, ele lhe dará as frequências de corte possíveis.

Depois eu continuo, patroa chamando...

Um abraço,

Fernando
 
Re: Dúvidas com processador e com limitação de potencia para

Em off: tem que ter pelo menos 100 mensagens para poder ter a foto.

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Não sei se é útil, mas vou repetir a sequência dos equipamentos:
1. Mesa MXS 12II
2. Processador Drive Rack PA+
3. Potência DBK 3000
4. Driver de Titanium D408Ti

Quando puder, teste outra mesa de som - qualquer outra - no lugar dessa MXS. Depois, conte aqui o resultado. O pessoal costuma se surpreender.

Pastor, acrescente aqui na lista os outros amplificadores que alimentam os outros falantes, por favor.

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Ainda há algo a acrescentar sobre a resposta de frequência.

PARA OS DRIVERS (fenólicos e titânios ou qualquer outro) E TWEETERS, há um detalhe importante sobre a resposta de frequência.

São falantes específicos para a resposta de médios e/ou médio-agudos, e eles tem um problema muito sério: não suportam frequências graves (ou médio-graves), sob risco de queima. Os falantes não conseguem responder tais frequências, então a energia vira calor na bobina, esquentando-a até o limite e rompendo-a.

Os falantes de graves, por sua vez, não sofrem problema com isto, pois a energia dos agudos (que esses falantes também não conseguem responder) também é dissipada na forma de calor, mas geralmente é muito pouco calor para as suas grandes bobinas.

Assim, é muito comum os fabricantes de drivers e tweeters especificarem as potências dos falantes em relação à resposta de frequência. Exemplo:

Supertweeter
Resposta de Frequência: 3,5KHz até 20KHz
Potência:
com corte em 3,5KHz - 30W RMS
com corte em 5,6KHz - 50W RMS
com corte em 9KHz - 100W RMS

notem: quanto maior a frequência de corte (a partir de quando o falante terá que responder), maior será a potência admissível sobre ele. Na prática, quanto menos graves ele tiver que responder, maior potência ele poderá receber.

Então, aqui já aprendemos sobre RESPOSTA DE FREQUÊNCIA E FREQUÊNCIA DE CORTE.

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Quanto a ORDEM DO DIVISOR

Sugiro a leitura desse tópico:

<!-- l --><a class="postlink-local" href="http://www.somaovivo.mus.br/forum/viewtopic.php?t=6409">viewtopic.php?t=6409</a><!-- l -->

Mas essa foto aqui ajuda também:

n160fig5.gif


Note: quanto MAIOR A ORDEM DO DIVISOR, melhor será o corte. Mas melhor em que sentido?

Imaginemos um sistema com um divisor de 2a. ordem (12dB/oitava), com corte em 2KHz. Quando o sistema receber 100W em 2KHz, então uma oitava abaixo (1KHz), ele receberá -12dB de potência (ou 6,25W). Pode parecer pouca potência, mas serão 6,25W que o driver não fará nada, a não ser transformar em calor.

Por outro lado, se usarmos um divisor de 3a. ou 4a. ordem, com atenuações de 18 ou 24dB, a energia recebida será muito muito menor. No caso de um corte à -18dB, ele receberá apenas 1,56W em 1KHz, bem menos para transformar como calor.

Também sugiro esta leitura:

<!-- m --><a class="postlink" href="http://somaovivo.mus.br/forum/viewtopic.php?f=5&t=1590&start=30">http://somaovivo.mus.br/forum/viewtopic ... 0&start=30</a><!-- m -->

Há duas consequências na escolha da ordem, que como vimos pode ser 2a., 3a. ou 4a. (1a ordem, com atenuação de -6dB, não é usada profissionalmente, pois o nível de proteção proporcionado é mínimo)?

- ao usar uma ordem maior, automaticamente o falante (em especial o drive) suportará uma potência maior

- ao usar uma ordem maior, é possível usar um mesmo falante em uma frequência mais baixa.

Exemplo:

NO CASO DE CORTE DE 1.2KHZ USAR 18db.
NO CASO DE CORTE DE 1.8KHZ USAR 12db..
ESTES SÃO OS CORTES RECOMENDADOS PARA O DRIVE XXXX.

Nesse caso, a potência admissível será a mesma, mas a frequência de corte será diferente, por causa da ordem do divisor de frequências.

Como nem tudo são flores, cada Ordem de divisor insere problemas de fase e de equalização. Mas acredito que um DriveRack PA, um tremendo processador da dbx, insere automaticamente as correções, para facilitar a vida do usuário. Em um crossover analógico, por exemplo, o usuário tem que inverter as saídas, por exemplo, para manter a coerência de fase, além de geralmente precisar de um equalizador paramétrico.

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Pastor, o senhor desculpe a enrolação, mas preciso que o senhor e os outros entendam a lógica....

No início, o senhor falou que o drive está trabalhando com cortes de 2KHz e 12dB/oitava. E o problema inicial era: medo de estragá-los, queimá-los. Bem, já dei duas contribuições efetivas:

- se colocarmos uma frequência de corte maior, tipo 2,5KHz, a chance de queimá-lo se reduzirá.

- se trabalharmos com uma ordem do divisor maior, tipo 3a. ou 4a, a chance de queimá-los se reduzirá (e muito).

E olha que nem chegamos no amplificador e na Potência admissível... mais para a frente respondo...

Um abraço,

Fernando
 
Re: Dúvidas com processador e com limitação de potencia para

100 mensagens de perguntas minhas ou qualquer coisa que eu escrever vale? Posso começar responder o que souber? Ou perguntar o que não souber para valer?

O senhor nem precisava ter perguntado. Responder o que souber e perguntar o que não souber é o objetivo do fórum!

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Falando sobre potência...

a resposta, tintim por tintim, está no artigo sobre Estrutura de Ganhos, parte 2, onde tratamos especificadamente sobre os amplificadores. Por exemplo...

Quando "Volume" do amp no máximo, então quando o amp recebe 0,775V (0dB), potência = máximo

Quando "Volume" do amp está em -3, então quando o amp recebe 0,775V, potência = metade

Quando volume... -6, então... potência = 1/4

Quando volume ... -10, então potência = 1/10

Mas tem um problema aqui, que está explicado no artigo. Se a pessoa aumentar na mesa para além do 0dB (0,775V), o amplificador sobe na mesma proporção. Mas como o senhor tem um gerenciador que inclui nas suas funções um limitador, a melhor hipótese é limitar a resposta pelo gerenciador, não pelo processador.

Exemplo:

No amplificador, deixar o volume no máximo.

No gerenciador, limitar o sinal em -6dB, de forma que o amplificador não forneça mais que 1/4 da sua potência.

O senhor, por favor, faça as contas a partir dos valores de potência do drive e do amplificador. Faça a conta para os 40%, faça as contas da potência do amplificador (sempre na mesma impedância), veja o quanto é necessário atenuar no amp (metade/um quarto/um décimo), e depois veja no manual do aparelho como implementar. Peço desculpas, mas não conheço o DriveRack para especificar exatamente como fazer isto.

Um abraço,

Fernando

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PS: eu faria o seguinte... implementava 24dB/oitava, e ficava assim por uns dias, porque pode haver alteração do timbre/fase/cancelamentos. Então deixava passar um tempo para ouvir e ver se ficava bom.

Depois, e somente depois, reduzia a potência do amp para 1/2 (-3), mais uns testes para ver como fica, finalmente para 1/4 (-6), para ver como fica.

Note: uma mudança de cada vez, seguida de dias de testes, para PERCEBER de ouvido o resultado, que poderá ser bom ou ruim. Não é um método científico, não tem as contas (sim, deveria ter), poderá não ficar o melhor dos mundos, mas acho que vai funcionar bem. O meu ouvido faria o restante.

Um abraço,

Fernando
 
Re: Dúvidas com processador e com limitação de potencia para

Pr.

eu não tenho experiência prática com processadores/gerenciadores para dizer (ok, sou um cara analógico, além de feio, barrigudo e ficando careca) se na prática é exatamente isto, mas que é assim mesmo na teoria, isso é.

Se o sinal "bater" na mesa no máximo em 0dB (0,775V - acompanhar pelos leds da mesa - ver artigo Estrutura de Ganhos parte 1), se o sinal bate no processador a 0dB e é então limitado a -X dB, você estará limitando o sinal que é enviado ao amplificador, diminuindo proporcionalmente sua potência.

Teoria sim, mas pode ter certeza que na prática é só fazer isso.

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No seu caso específico, eu implementaria corte a 24dB/oitava e tentaria uma potência um pouco maior para o driver. O uso de limitação excessiva (-10dB me parece muito) é prejudicial à sonoridade.

Um abraço,

Fernando
 
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