Opa, vários comentários interessantes. Não disse que isso dava um bom artigo? Vamos analisar algumas coisas:
Ls.Bastos escreveu:
você tem que ver na sua igreja qual é o sistema de aterramento, existem vários. O mais clássico, creio eu, é aterrar o neutro no quadro de entrada
Esse aterramento é exigido pelas concessionárias. Normalmente é uma haste de ferro no chão que eu nunca vi ninguém medir antes de instalar um relógio de energia. Logo, seria para mim o menos confiável.
Eu trabalho com informática, na parte de infra-estrutura. Não sou técnico em eletrotécnica muito menos engenheiro, mas em informática o aterramento deve ser exclusivo, um "terra" diferente do "terra" dos outros equipamentos elétricos. Um ar-condicionado, por exemplo, pode induzir tensão no terra e estragar vários computadores (eu já vi isso acontecer). Em áudio, eu diria que é o mesmo princípio. "Terra" isolado para áudio, inclusive diferente do "terra" da rede de computadores.
Essa parte de dois aterramentos independentes do mesmo terreno é complicado... pode até ser feito, mas garanta que os dois terras não sejam interligados.
Vide explicação acima. As barras de aterramento de sistemas diferentes devem ser instaladas com o máximo de distância possível entre si, para uma barra não interferir na outra através da própria Terra (terra mesmo, areia, barro, etc).
Lá na igreja temos uma barra de cobre fincada no chão próximo ao som... depois da colocação dessa barra, nossos problemas com ruídos e interferencias diminuíram.
Exatamente isso. Além dessa melhoria, evita-se acidentes elétricos.
Quando aos no-breaks bem lembrado Bersan, eles podem ser inimigos do som porque usam tiristores... e meu amigo, tiristores áudio não combinam, hehehe. Eles geram harmonicas na rede (sinais de frequencias múltiplas de 60Hz na rede elétrica).
Sim, tenho uma péssima experiência com um SMS de informática que colocaram para uso no som. Ele é um bom no-break, mas gera indução na mesa de som. Dá para usar depois um Furman para filtrar e minimizar os ruídos, mas é melhor consultar o fabricantes ANTES da compra, não?
Edlopessilva escreveu:
Sugiro a instalação de um quadro de distribuição parcial (...) com 3 fases mais neutro e mais terra (3F + N + T)
Adorei a idéia, acho que seria o ideal, mas e nas igrejas menores que as entradas são bifásicas?
Quanto ao terra, todo o neutro da concesionária (Light, AMPLA, etc) é obrigatoriamente aterrado. Isto é feito para evitarmos o que chamamos de neutro flutuante, logo, não se faz necessário aterramento exclusivo para o som, até pelos riscos já mencionados na mensagem anterior.
Já citei isso lá em cima. Não sei o que é "neutro flutuante", mas volto a dizer: em informática o aterramento é obrigatoriamente independente. Em áudio deve ser a mesma coisa.
E também volto a dizer: nunca vi ninguém fazer teste com terrômetro nesses neutros de concessionária. Já vi terras de neutro feitos com simples barras de ferro de 50 cm Será que dá para confiar neles? Será que, na dúvida da qualidade, não é melhor fazer um sistema independente?
Só que os estabilizadores mais baratos (que todo mundo usa em computadores domésticos) não costumam ter potência suficiente para todo o sistema, portanto, use mais de um, quantos foram necessários.
Por isso que recomendo usá-los para mesas e periféricos, cujo consumo está abaixo dos 300VA. Para amplificadores, o problema é que está difícil encontrar estabilizadores com potência acima dos 300VA.
O problema é que a maioria é fabricada na China/Taiwan, aí, não filtram nada, só geram harmônicos.
Uns anos atrás, o Fantástico fez um teste e reprovou todos os modelos de estabilizadores domésticos para computador. Depois, o INMETRO baixou norma e os fabricantes tiveram que se adequar. Hoje, eu diria que se o produto tem selo do INMETRO, já tem um nível de proteção razoável (mínimo, mas já protegem mesmo).
Tem tempo que não compro estabilizadores (uso em casa Nobreaks), mas SMS, Engetron, Microsol, etc eram marcas bem boas, e feitas aqui no Brasil. A Engetron é de MG, SMS é SP e Microsol é feito no Ceará.
Quanto aos no-breaks, os mais caros possuem filtros de saída, fornecendo uma senóide perfeita, porém os mais acessíveis, para baratear, não possuem estes filtros, logo, por uma característica das UPS's, não fornecerão senóides, o que ceracteriza uma energia suja.
Os baratos tem saídas PW alguma coisa, um tipo de onda quadrada. As fontes chaveadas dos micros e periféricos trabalham com elas normalmente, sem problemas. Mas áudio...
Atenção! Eletricidade é perigosa e pode causar sérios acidentes. Procure um profissional qualificado.
Eu NÃO MEXO com eletricidade. Na verdade, "morro de medo". Quando vamos fazer evento fora da igreja ou do Anfiteatro, exijo a presença de um eletricista. Só ligo os equipamentos antes de medir tudo com o multímetro e conferir se está certo.
Já peguei cada coisa... tomada que estava marcada 110V e era 220V, tomada com fio de telefone, disjuntor de 10A segurando 3.000W de potência...
Dá um excelente artigo. Algum engenheiro elétrico de plantão para escrever? Eu sou advogado...
Por último, na falta de um engenheiro, tem esse livro aqui:
Aterramentos elétricos, R$ 39,00, Editora H.Sheldon.
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Um abraço,
Fernando