Acabou de acontecer...
ontem, um pessoal chegou aqui em casa. Um operador de som conhecido meu, experiente, já fez vários cursos, já trabalhou comigo, e o chefe dele, o responsável por um grupo (cantores+músicos) da minha denominação.
Vieram aqui buscar ajuda para um culto de consagração de uma igreja, que foi completamente reformada. A igreja mudou de 150 para 400 pessoas. Como é uma igreja muito antiga, o pastor-presidente irá fazer esse culto de consagração. O grupo deles então foi convidado para cantar/tocar nesse culto.
O rapaz veio, apresentou a composição do grupo, apresentou o que eles queriam fazer. O meu amigo iria cuidar do som, me trouxe uma lista de equipamentos da igreja e conversamos sobre possíveis problemas e dificuldades, etc.
Hoje, aproveitando o feriado, fizeram um ensaio geral lá. O rapaz foi e... o operador de som local (a igreja já está funcionando) não deixou ele encostar no equipamento. "Não preciso de ajuda, já sou muito experiente, já trabalhei com X Y e Z".
Detalhes da igreja:
1) A mesa de som está em local muito impróprio, sem nenhuma caixa de PA próxima, e ainda por cima ao lado da bateria.
2) A medusa, montada por esse rapaz, tem P10 no lado dos instrumentos e XLR na entrada da mesa. Quando o meu amigo falou de possíveis problemas com Phantom Power, ele disse "sempre trabalhei assim, nunca tive problemas". Nunca teve problemas até... ligar o Phantom Power... o que ele teve que fazer para alimentar os Samsom C02 e... foi tiro para tudo quanto é lado, inclusive com risco de danificar os próprios instrumentos, já que a mesa tem Phantom Power global...
3) A igreja tem três conjuntos de caixa, pois é muito comprida. Frente, Meio, Fundo. Cada caixa é alimentada por um Submaster da mesa, e olha que ele tem um canal de amplificador para cada caixa... Funcionar, funciona, mas um pouco estranho, não?
Esses detalhes eu só citei para que o pessoal tenha noção do nível de conhecimento do rapaz. Mas este não é o problema. O problema é outro.
Gente, desculpem a falta de modéstia, mas eu sei fazer um som funcionar de forma razoável. Mas quando vou em outra igreja que não a minha, fico caladinho, no meu canto. Se o som estiver muito ruim, eu levanto e saio (não aguento ficar), mas não chego lá na frente e assumo o som. Seria uma tremenda falta de educação minha. Também não vou lá na frente depois para reclamar do som, dizer que estava ruim. No máximo, e isso já fiz muito, entrego um cartãozinho do SomAoVivo, na esperança de, quem sabe, Deus fazer um milagre naquele coração.
Já aconteceu de pastores, me conhecendo, pedirem para eu assumir o som, mas só faço isso se o operador de som estiver junto. Ele que conhece o equipamento, a acústica do local. Além disso, uma questão de educação minha e até de ética com outro operador de som.
Por outro lado, se chegar um grupo na minha igreja, com pastor/cantores/músicos e operadores de som, eu vou recebe-los na porta, cumprimento um por um, explico que estou ali para ajudar no que for preciso, e que o nosso equipamento está em total disposição deles. O chefe do grupo pode não me conhecer, não conhece meu trabalho, então não confia em mim. Por outro lado, o operador de som que ele trouxe conhece o grupo e conhece os próprios hinos. É até mesmo natural (uma consequência lógica) que ele cuide do som.
Melhor ainda se ele me convidar para operarmos juntos... um conhecendo a igreja, os equipamentos, outro conhecendo o grupo, os hinos... que coisa boa...
Se convidamos alguém para nossa casa, o que a gente fala logo na entrada? "Entre, a casa é sua!" Falamos isto por educação e para mostrar que sim, se precisarem de algo, podem usar. São nossos convidados. Se quiser usar o computador, pode. Se quiser meter a mão na geladeira, pode também (mas em ambos os casos, é bom pedir antes, só por educação, né?). Se não gostarmos dos convidados, o melhor a fazer é nunca mais convidá-los novamente, mas enquanto estiverem na nossa casa, serão bem tratados.
Gente, isso tudo é questão de educação, de humildade e de responsabilidade. Educação porque, se convidamos alguém (um grupo), temos que abrir as portas de casa (igreja) para esse alguém. Da mesma forma, só "meter o nariz onde é chamado" também é questão de educação.
Humildade, porque podemos saber MUITO, mas não sabemos TUDO. Quem sabe o nosso convidado, com a nossa aparelhagem, não irá fazer alguma coisa diferente que a gente nunca tentou e o resultado fica bom, ou seja, ensinando algo novo para gente? Quantas vezes uma visão diferente não nos ajudou a resolver um problema?
E responsabilidade porque, quando você fica no som, é a sua cara e o seu nome que estarão em jogo. E em um culto importante, ou mesmo importantíssimo, e confesso que pessoalmente preferia é sentar no banco, lá atrás, e orar para o Senhor abençoar o som. Muito mais tranquilo que fazer o som! Amo muito isto: quando tem outro cuidando e eu posso ficar tranquilo no meu cantinho. É um "peso" (a responsabilidade do som do evento) enorme tirado das minhas costas. Se ficar ruim... a culpa não é minha!
No caso em questão, eu orientei o meu amigo a abrir mão de estar lá. Se não somos bem-vindos a uma casa, o que vamos fazer por lá? Por outro lado, orientei ao chefe do grupo a insistir nos ensaios, fazer mais ensaios, e insistir com o operador de som local a solucionar todos os problemas. Exigir o mesmo nível de qualidade a que estão acostumados sempre. Quem sabe não fica bom...
Bem, minha opinião. Comentem sobre o que vocês costumam fazer nas suas igrejas.
Um abraço,
Fernando
ontem, um pessoal chegou aqui em casa. Um operador de som conhecido meu, experiente, já fez vários cursos, já trabalhou comigo, e o chefe dele, o responsável por um grupo (cantores+músicos) da minha denominação.
Vieram aqui buscar ajuda para um culto de consagração de uma igreja, que foi completamente reformada. A igreja mudou de 150 para 400 pessoas. Como é uma igreja muito antiga, o pastor-presidente irá fazer esse culto de consagração. O grupo deles então foi convidado para cantar/tocar nesse culto.
O rapaz veio, apresentou a composição do grupo, apresentou o que eles queriam fazer. O meu amigo iria cuidar do som, me trouxe uma lista de equipamentos da igreja e conversamos sobre possíveis problemas e dificuldades, etc.
Hoje, aproveitando o feriado, fizeram um ensaio geral lá. O rapaz foi e... o operador de som local (a igreja já está funcionando) não deixou ele encostar no equipamento. "Não preciso de ajuda, já sou muito experiente, já trabalhei com X Y e Z".
Detalhes da igreja:
1) A mesa de som está em local muito impróprio, sem nenhuma caixa de PA próxima, e ainda por cima ao lado da bateria.
2) A medusa, montada por esse rapaz, tem P10 no lado dos instrumentos e XLR na entrada da mesa. Quando o meu amigo falou de possíveis problemas com Phantom Power, ele disse "sempre trabalhei assim, nunca tive problemas". Nunca teve problemas até... ligar o Phantom Power... o que ele teve que fazer para alimentar os Samsom C02 e... foi tiro para tudo quanto é lado, inclusive com risco de danificar os próprios instrumentos, já que a mesa tem Phantom Power global...
3) A igreja tem três conjuntos de caixa, pois é muito comprida. Frente, Meio, Fundo. Cada caixa é alimentada por um Submaster da mesa, e olha que ele tem um canal de amplificador para cada caixa... Funcionar, funciona, mas um pouco estranho, não?
Esses detalhes eu só citei para que o pessoal tenha noção do nível de conhecimento do rapaz. Mas este não é o problema. O problema é outro.
Gente, desculpem a falta de modéstia, mas eu sei fazer um som funcionar de forma razoável. Mas quando vou em outra igreja que não a minha, fico caladinho, no meu canto. Se o som estiver muito ruim, eu levanto e saio (não aguento ficar), mas não chego lá na frente e assumo o som. Seria uma tremenda falta de educação minha. Também não vou lá na frente depois para reclamar do som, dizer que estava ruim. No máximo, e isso já fiz muito, entrego um cartãozinho do SomAoVivo, na esperança de, quem sabe, Deus fazer um milagre naquele coração.
Já aconteceu de pastores, me conhecendo, pedirem para eu assumir o som, mas só faço isso se o operador de som estiver junto. Ele que conhece o equipamento, a acústica do local. Além disso, uma questão de educação minha e até de ética com outro operador de som.
Por outro lado, se chegar um grupo na minha igreja, com pastor/cantores/músicos e operadores de som, eu vou recebe-los na porta, cumprimento um por um, explico que estou ali para ajudar no que for preciso, e que o nosso equipamento está em total disposição deles. O chefe do grupo pode não me conhecer, não conhece meu trabalho, então não confia em mim. Por outro lado, o operador de som que ele trouxe conhece o grupo e conhece os próprios hinos. É até mesmo natural (uma consequência lógica) que ele cuide do som.
Melhor ainda se ele me convidar para operarmos juntos... um conhecendo a igreja, os equipamentos, outro conhecendo o grupo, os hinos... que coisa boa...
Se convidamos alguém para nossa casa, o que a gente fala logo na entrada? "Entre, a casa é sua!" Falamos isto por educação e para mostrar que sim, se precisarem de algo, podem usar. São nossos convidados. Se quiser usar o computador, pode. Se quiser meter a mão na geladeira, pode também (mas em ambos os casos, é bom pedir antes, só por educação, né?). Se não gostarmos dos convidados, o melhor a fazer é nunca mais convidá-los novamente, mas enquanto estiverem na nossa casa, serão bem tratados.
Gente, isso tudo é questão de educação, de humildade e de responsabilidade. Educação porque, se convidamos alguém (um grupo), temos que abrir as portas de casa (igreja) para esse alguém. Da mesma forma, só "meter o nariz onde é chamado" também é questão de educação.
Humildade, porque podemos saber MUITO, mas não sabemos TUDO. Quem sabe o nosso convidado, com a nossa aparelhagem, não irá fazer alguma coisa diferente que a gente nunca tentou e o resultado fica bom, ou seja, ensinando algo novo para gente? Quantas vezes uma visão diferente não nos ajudou a resolver um problema?
E responsabilidade porque, quando você fica no som, é a sua cara e o seu nome que estarão em jogo. E em um culto importante, ou mesmo importantíssimo, e confesso que pessoalmente preferia é sentar no banco, lá atrás, e orar para o Senhor abençoar o som. Muito mais tranquilo que fazer o som! Amo muito isto: quando tem outro cuidando e eu posso ficar tranquilo no meu cantinho. É um "peso" (a responsabilidade do som do evento) enorme tirado das minhas costas. Se ficar ruim... a culpa não é minha!
No caso em questão, eu orientei o meu amigo a abrir mão de estar lá. Se não somos bem-vindos a uma casa, o que vamos fazer por lá? Por outro lado, orientei ao chefe do grupo a insistir nos ensaios, fazer mais ensaios, e insistir com o operador de som local a solucionar todos os problemas. Exigir o mesmo nível de qualidade a que estão acostumados sempre. Quem sabe não fica bom...
Bem, minha opinião. Comentem sobre o que vocês costumam fazer nas suas igrejas.
Um abraço,
Fernando