Olá Pastor,
depois fala para o pessoal onde conseguir esse Pinguim. Gostei.
Vamos lá... como eu fiz os meus RTA...
1) coloca-se um microfone de medição em uma interface. Não serve qualquer microfone, tem que ser específico para medição. ECM 8000 Behringer é o mais comum, não que seja o melhor. Eu já usei ECM + DEQ2496 (um equalizador que tem RTA como função) mas prefiro hoje usar um Phonic PAA-3 pela praticidade, mas os resultados obtidos com os dois são praticamente os mesmos. Tem gente que usa via Interface, mas essas podem "mascarar" o resultado, pois podem afetar a qualidade do som.
2) O microfone deverá ser localizado no meio geométrico do ambiente, em pedestal. Quanto mais sólido o pedestal, melhor.
3) Fica uma pessoa junto ao microfone e fica outra junto ao equipamento de som, no equalizador. Pode-se usar rádios ou celular, mas prepare-se que demora uns 20 minutos.
4) coloca-se ruído rosa para tocar (na Internet encontra), em volume semelhante ao que se encontrará durante a celebração do culto, em todas as caixas da igreja, simultaneamente. Obviamente, é necessário assistir um culto antes com um decibelímetro para se tirar uma média. Por exemplo, certa vez eu fiz isto e obtive durante o louvor uma variação de 90dB a 105dB, então regulei o ruído rosa para 95dB (com picos de 98dB).
5) De posse dos dados da tela (igual essa primeira que o senhor mostrou aí), passo pelo rádio para o rapaz no equalizador o que tirar/colocar, de forma a obter a linha mais reta possível. Isso é válido de 200Hz até 4KHz. Fazer essa faixa primeiro.
6) De 4KHz até 20KHz, fazer uma curva suave, descendente, (chama-se de "Roll-Off") de forma que a resposta em 20KHz seja -6dB que a resposta em 4KHz. Essa queda é necessária pois imita o comportamento do ouvido, que também apresenta essa queda.
Antes de aprender sobre esse roll-off, eu tentava deixar reto mesmo, até 20KHz. Resultado: excesso de "brilho", reclamações de "fadiga auditiva" pelo público (eles não falam em fadiga auditiva, mas é só dar o intervalo e você nota o pessoal se sentindo aliviado por sair do local, do som - para bom entendedor isso é sinônimo de som ruim). Em resumo: o som ficava artificial. Aprendi a fazer o roll-off e nunca mais tive problemas.
No seu gráfico, o primeiro gráfico (antes) parece ter um roll-off "natural" bem feito, só precisando de pequenos ajustes... Já o segundo gráfico (depois) ficou um pouco pior, note a queda brusca nas últimas faixas amarelas.
7) Já regulamos tudo de 200Hz a 20KHz. Agora entra a pedreira, que é regular de 20Hz a 200KHz. Aqui, precisamos ter muita sensibilidade... e não é só som não. Veja:
a) precisa ter conhecimento do equipamento. Pergunte-se: meu equipamento pode dar todo esse grave ou vou forçá-lo até queimar?
b) Meu público exige todo esse grave (geralmente jovens) ou algo mais "normal" (jovens/crianças/adultos)?
c) E principalmente, a acústica do local permite um grave forte ou temos um local de acústica ruim, onde os graves significarão embolação?
d) Ouvido treinado e atento...
Se a acústica for ruim, eu começo fazendo um roll-off a partir de 200Hz (para baixo, em direção de 20Hz), com -6dB já em 100Hz e com zero em 40Hz. Caimento suave de 200Hz a 100Hz e depois um corte bem abrupto.
Se a acústica for boa, eu deixo a linha plana entre 100Hz e 200Hz, e depois uma queda suave entre 100Hz e 20Hz. Nesse ponto, é muito importante conhecer o equipamento. Se tiver MUITO SOM de sobra, pode cair -6dB em 40Hz e -9dB em 20Hz. Se não tiver muito headroom, cuidado com qualquer coisa abaixo de 50Hz. Força muito o equipamento.
Resumão geral: de 200Hz a 4KHz linha reta, 4KHz até 20KHz com roll-off suave, 200Hz para 100Hz com muito cuidado, muito cuidado mesmo, sob pena de acabar com os ouvidos do público (embolação) ou acabar com o equipamento...
Resultado: toda vez que fiz isto, obtive os seguintes resultados, no linguajar do público:
- "o som melhorou",
- "a embolação diminuiu",
- "deu uma clareada no som",
- tá dando para entender melhor.
Quanto ao pessoal do som:
- muito mais fácil regular/equalizar.
- microfonias diminuíram
Continuo...
depois fala para o pessoal onde conseguir esse Pinguim. Gostei.
Vamos lá... como eu fiz os meus RTA...
1) coloca-se um microfone de medição em uma interface. Não serve qualquer microfone, tem que ser específico para medição. ECM 8000 Behringer é o mais comum, não que seja o melhor. Eu já usei ECM + DEQ2496 (um equalizador que tem RTA como função) mas prefiro hoje usar um Phonic PAA-3 pela praticidade, mas os resultados obtidos com os dois são praticamente os mesmos. Tem gente que usa via Interface, mas essas podem "mascarar" o resultado, pois podem afetar a qualidade do som.
2) O microfone deverá ser localizado no meio geométrico do ambiente, em pedestal. Quanto mais sólido o pedestal, melhor.
3) Fica uma pessoa junto ao microfone e fica outra junto ao equipamento de som, no equalizador. Pode-se usar rádios ou celular, mas prepare-se que demora uns 20 minutos.
4) coloca-se ruído rosa para tocar (na Internet encontra), em volume semelhante ao que se encontrará durante a celebração do culto, em todas as caixas da igreja, simultaneamente. Obviamente, é necessário assistir um culto antes com um decibelímetro para se tirar uma média. Por exemplo, certa vez eu fiz isto e obtive durante o louvor uma variação de 90dB a 105dB, então regulei o ruído rosa para 95dB (com picos de 98dB).
5) De posse dos dados da tela (igual essa primeira que o senhor mostrou aí), passo pelo rádio para o rapaz no equalizador o que tirar/colocar, de forma a obter a linha mais reta possível. Isso é válido de 200Hz até 4KHz. Fazer essa faixa primeiro.
6) De 4KHz até 20KHz, fazer uma curva suave, descendente, (chama-se de "Roll-Off") de forma que a resposta em 20KHz seja -6dB que a resposta em 4KHz. Essa queda é necessária pois imita o comportamento do ouvido, que também apresenta essa queda.
Antes de aprender sobre esse roll-off, eu tentava deixar reto mesmo, até 20KHz. Resultado: excesso de "brilho", reclamações de "fadiga auditiva" pelo público (eles não falam em fadiga auditiva, mas é só dar o intervalo e você nota o pessoal se sentindo aliviado por sair do local, do som - para bom entendedor isso é sinônimo de som ruim). Em resumo: o som ficava artificial. Aprendi a fazer o roll-off e nunca mais tive problemas.
No seu gráfico, o primeiro gráfico (antes) parece ter um roll-off "natural" bem feito, só precisando de pequenos ajustes... Já o segundo gráfico (depois) ficou um pouco pior, note a queda brusca nas últimas faixas amarelas.
7) Já regulamos tudo de 200Hz a 20KHz. Agora entra a pedreira, que é regular de 20Hz a 200KHz. Aqui, precisamos ter muita sensibilidade... e não é só som não. Veja:
a) precisa ter conhecimento do equipamento. Pergunte-se: meu equipamento pode dar todo esse grave ou vou forçá-lo até queimar?
b) Meu público exige todo esse grave (geralmente jovens) ou algo mais "normal" (jovens/crianças/adultos)?
c) E principalmente, a acústica do local permite um grave forte ou temos um local de acústica ruim, onde os graves significarão embolação?
d) Ouvido treinado e atento...
Se a acústica for ruim, eu começo fazendo um roll-off a partir de 200Hz (para baixo, em direção de 20Hz), com -6dB já em 100Hz e com zero em 40Hz. Caimento suave de 200Hz a 100Hz e depois um corte bem abrupto.
Se a acústica for boa, eu deixo a linha plana entre 100Hz e 200Hz, e depois uma queda suave entre 100Hz e 20Hz. Nesse ponto, é muito importante conhecer o equipamento. Se tiver MUITO SOM de sobra, pode cair -6dB em 40Hz e -9dB em 20Hz. Se não tiver muito headroom, cuidado com qualquer coisa abaixo de 50Hz. Força muito o equipamento.
Resumão geral: de 200Hz a 4KHz linha reta, 4KHz até 20KHz com roll-off suave, 200Hz para 100Hz com muito cuidado, muito cuidado mesmo, sob pena de acabar com os ouvidos do público (embolação) ou acabar com o equipamento...
Resultado: toda vez que fiz isto, obtive os seguintes resultados, no linguajar do público:
- "o som melhorou",
- "a embolação diminuiu",
- "deu uma clareada no som",
- tá dando para entender melhor.
Quanto ao pessoal do som:
- muito mais fácil regular/equalizar.
- microfonias diminuíram
Continuo...