Mic x Line

davidufpe

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Olá,

Porque um som desbalanceado vai para a entrada de linha da mesa, enquanto o som desbalanceado, que passa por um direct box, vai para a entrada de mic da mesa?
 
Aí está em questão a quantidade de pré amplificação de cada entrada. Microfones tem um nível de sinal baixo, então a entrada mic amplifica mais o sinal que recebe, enquanto instrumentos tem um nível de sinal maior, portanto a entrada line amplifica menos o nível de sinal. Por isso que ao se ligar um violão na entrada mic o volume sair maior. Porém o indicado é fazer as ligações corretamente. Se você ficar ligando um instrumento na entrada mic, principalmente se usar por muito tempo (um culto muito grande por exemplo), isso pode gerar uma faixa de sinal com a qual a placa do canal da mesa não foi feita pra trabalhar, o que pode inclusive queimar o canal.


Por exemplo: digamos que o canal trabalha com 1,5v. Microfones geram um sinal de 75mv em média, então o pre-amplificador "multiplicaria" esse sinal por 20 para atingir os 1,5v. Já para os instrumentos vamos estabelecer uns 250mv, então o pré-amplificador "multiplicaria" esse sinal por 8, atingindo os 1,5v. Se você ligasse o instrumento no mic daria uns 5v, o que poderia queimar.
 
Os microfones trabalham com sinais em média de 0,002 a 0,245V.
Já os instrumentos trabalham com sinais na casa de 0,245 a 5V.
Ou seja se ligados a entrada MIC IN pode queimá-las, por este motivo utiliza-se o direct box.
 
Vejam esta sequência: guitarra - direct box - mesa. Nesse caso que tem DI, tanto faz colocar no MIC ou no LINE da mesa?
 
Basicamente pense assim:
- Tudo que for MICROFONE entra no MIC IN.
- Tudo que for insturmento COM DIRECT vai entrar também no MIC IN.
- Tudo que não for microfone e que não usar DI, entra no line IN.
 
Então algo nessa imagem está errado, concordam?

30vk5ms.jpg
 
Pessoal, vamos ler a pergunta antes de responder...

A resposta é simples: as DIs de modo geral geram atenuação de sinal.

DIs passivas necessariamente atenuam o sinal, então não é problema ligar na entrada MIC, e o sinal ficaria muito baixo em LINE.

DIs ativas em tese não atenuam o sinal, mas por isso temos as chaves de atenuação em todas elas (pelo menos todas que eu conheço). Além disso, muitas funcionam com Phantom Power, que só existe nas entradas de microfone.

Além disso, as DIs não fazem apenas atenuação e balanceamento, mas casamento de impedância. As saídas de DI costumam ter uma impedância adequada para entradas de microfone.

Não precisa ter medo de queimar alguma coisa. Mesmo equipamentos passivos (como contrabaixos passivos), mesmo tendo saída LINE, tem nível de sinal bem baixo, não precisando de atenuação na DI. Via de regra, se não está clipando, não vai queimar nada.
 
Só retificando algumas coisas, nem toda DI passiva tem atenuação. A atenuação, também chamada de "pad", é opcional, e em muitos DIs há inclusive uma chave para selecionar se a saída será com ou sem atenuação. É verdade que DIs quaisquer sem a chave "pad" geralmente atenuam por padrão, mas isso não é regra. Por exemplo, meu DI passivo caseiro feito num envólucro de peixe enlatado, que apelidei carinhosamente de SarDInha, não tem atenuação, ou seja, é feito pra entradas em mesa com nível de linha, ou para balancear sinais de baixo nível.

Outra história errada é de que "tudo que é instrumento é line in, tudo que é microfone é mic in". Instrumentos ativos, sim, devem ser ligados em entrada de linha (teclados, a maioria dos violões, alguns contrabaixos, aqueles que têm uma bateria de 9 volts em geral), mas instrumentos passivos (violões mais antigos, a maioria das guitarras, sanfonas eletrificadas, dentre outros mais específicos), têm níveis de sinal muito baixos para uma entrada de linha. Embora tais sinais sejam baixos, não é recomendável ligá-los diretamente à entrada "mic in", por questões de impedância e ruído, pois geralmente não são balanceados. O adequado é, então, usar uma DI, ativa ou passiva, sem pad, para daí então conectá-los à entrada de microfone. E há ainda o caso dos microfones sem fio, muitos deles (os mais baratos principalmente) têm saída P10 já pré-amplificada, devendo, portanto, ser ligado em "line in", não em "mic in".

[]'s
 
Pedro Jotha disse:
Só retificando algumas coisas, nem toda DI passiva tem atenuação. A atenuação, também chamada de "pad", é opcional, e em muitos DIs há inclusive uma chave para selecionar se a saída será com ou sem atenuação.
Quando escrevi que DIs passivas atenuam o sinal, não estava falando de PAD, mas sim da atenuação que ocorre pela relação do transformador. Elas podem ter algum pad para atenuar a mais, mas isso não elimina o fato de que existe uma atenuação causada pelo próprio princípio de funcionamento da DI.

É verdade que DIs quaisquer sem a chave "pad" geralmente atenuam por padrão, mas isso não é regra. Por exemplo, meu DI passivo caseiro feito num envólucro de peixe enlatado, que apelidei carinhosamente de SarDInha, não tem atenuação, ou seja, é feito pra entradas em mesa com nível de linha, ou para balancear sinais de baixo nível.
A não ser que estejas usando um transformador 1:1, ela atenua sim o sinal. Faz parte do princípio de funcionamento. Se é realmente um 1:1, ela está fazendo apenas o balanceamento e isolamento, e nada de casamento de impedâncias. É o cobertor curto...

Outra história errada é de que "tudo que é instrumento é line in, tudo que é microfone é mic in". Instrumentos ativos, sim, devem ser ligados em entrada de linha (teclados, a maioria dos violões, alguns contrabaixos, aqueles que têm uma bateria de 9 volts em geral), mas instrumentos passivos (violões mais antigos, a maioria das guitarras, sanfonas eletrificadas, dentre outros mais específicos), têm níveis de sinal muito baixos para uma entrada de linha. Embora tais sinais sejam baixos, não é recomendável ligá-los diretamente à entrada "mic in", por questões de impedância e ruído, pois geralmente não são balanceados. O adequado é, então, usar uma DI, ativa ou passiva, sem pad, para daí então conectá-los à entrada de microfone. E há ainda o caso dos microfones sem fio, muitos deles (os mais baratos principalmente) têm saída P10 já pré-amplificada, devendo, portanto, ser ligado em "line in", não em "mic in".

Se o nível de sinal é muito baixo, usar uma DI passiva só vai deixar mais baixo ainda. Essa foi uma das motivações para a criação das DIs ativas. Não achei o artigo que me lembrava sobre isso, mas este e este trazem uma explicação sobre o tema.
 
Pessoal,

Eu estive mexendo na garagem aqui e encontrei um pedal que comprei há um tempo atrás, é o GDI-21 da Behringer. Esse pedal tem uma saída TS e outra XLR balanceada, nesse caso ele também funciona como uma direct box?

Posso usá-lo em bypass no final da cadeia de efeitos como se fosse um direct box?
 
Todas as mesas que eu já vi cortam o sinal da entrada MIC quando é inserido um plugue na LINE. Isso é bastante prático, pois não é necessário retirar o multicabo para ligar alguma coisa em line.
 
Não tem necessariamente algum erro.
O contra baixo pode ser passivo.

A REAL necessidade se da avaliando nível de sinal, se o nível do contrabaixo estiver dentro dos parâmetros aceitáveis, pode-se ligar no MIC IN.
 
E como saber se o Directbox está desempenhando o seu papel? esse teste pode ser feito com um simples multímetro?

*Digo isso por haverem directboxs bem baratos no mercado, posso desconfiar deles?
 
Emerson Silva disse:
E como saber se o Directbox está desempenhando o seu papel? esse teste pode ser feito com um simples multímetro?

*Digo isso por haverem directboxs bem baratos no mercado, posso desconfiar deles?
Teoricamente, o real funcionamento de um direct box só pode ser testado com um osciloscópio.

Se for passivo, pode-se "esboçar" um teste, apenas para saber se o DI tem mesmo circuito isolador e casa as impedancias numa proporção adequada, Com o DI desligado, testar continuidade/resistencia entre:
- Pinos 2 (hot) e 1 (ground) da entrada: deve dar continuidade com resistencia alta
- Pinos 2 (hot) e 3 (cold) da saída: deve dar continuidade com resitencia baixa
- Pinos 1 (ground) e 2 (hot) da saída: não deve dar continuidade
- Pinos 1 (ground) e 3 (cold) da saída: não deve dar continuidade
- Pinos 2 (hot) da entrada e 2 (hot) da saída: não deve dar continuidade
- Pinos 1 (ground) da entrada e 3 (cold) da saída: não deve dar continuidade
- Pinos 1 (ground) da entrada e 1 (ground) da saída: em DIs com a chave "ground lift", deve dar continuidade com a chave ligada e deixar de dar com a chave desligada. Em DIs sem essa chave, é normal que dê continuidade.
Feitos os testes acima, caso tudo dê como esperado, comprova-se a funcionalidade da isolação da entrada pra saída. O próximo teste pode ser feito para identificar problemas com o casamento de impedâncias, mas não significa que não haja problema caso tudo dê certo:
- Medir resistência entre 1 e 2 da entrada, deve dar um valor próximo a entre 10 e 20 vezes mais alto que entre 2 e 3 da saída.


O procedimento correto pra testar o funcionamento do circuito de uma DI, tanto ativa quanto passiva, consiste no descrito abaixo, e para tal, deve-se usar um osciloscópio de dois canais, e um gerador de frequências. Comprovando se a DI balanceia o sinal:
- Ligar uma fonte de sinal (senoidal 60hz por exemplo) na entrada
- Ligar ponta de prova X entre 1 (-) e 2 (+) da saída
- Ligar ponta de prova Y entre 1 (-) e 3 (+) da saída
- Os sinais exibidos na tela devem ser, na mesma escala, idênticos, porém com a fase invertida
- Na função "add", somando os canais X e Y do osciloscópio, a linha resultante deve ficar reta em 0v (na prática não chega a ficar perfeito, mas deve ficar muito próximo)
Testando o casamento de impedâncias:
- Ligar gerador de áudio em alta impedância à entrada
- Ligar ponta de prova X entre 1 (-) e 2 (+) na entrada
- Ligar ponta de prova Y entre 2 (+) e 3 (-) na saída
- Provocar sinal na fonte de áudio e ajustar a sensibilidade dos canais X e Y até que as tensões de pico se igualem. X deve estar com uma sensibilidade cerca de 10 a 20 vezes menor que Y.
Testando resposta de frequência:
- Ligar gerador de áudio em 1khz na entrada
- Ligar ponta de prova X entre 1 (-) e 2 (+) na entrada
- Ligar ponta de prova Y entre 2 (+) e 3 (-) na saída
- Ajustar a posição e sensibilidade dos canais X e Y para que ambos fiquem no mesmo local com a mesma amplitude, sobrepondo-se
- Variar a frequência até o limite inferior e superior dentro do espectro audível (20hz-20khz) e verificar a variação de amplitude entre o canal X e Y. As frequências em que Vrms(X) começar a ser maior que Vrms(Y), indicarão o começo do decaimento da resposta de frequência. Uma variação de 2:1, por exemplo, indicará atenuação de 3dB na frequência. Com um pouco de paciência e cálculos, é possível desenhar o espectro de resposta da DI, muito embora seja quase plana na maioria dos casos.


Depois mostre-nos os resultados de seus testes!

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