Olá gente,
A regra é clara: quanto MAIOR a resposta de frequência, melhor.
Por exemplo, de 10Hz a 19Hz ninguém ouve, entretanto o fato de começar a responder em 10Hz provavelmente fará com que responda aos 20Hz melhor que outro que começa em 20Hz.
TSA escreveu muito bem:
"Bom, o que eu sei que acontece é o seguinte: os equipamentos tendem a ter uma resposta mais "linear" no "meio" do espectro de frequências, ou seja, nas pontas há uma certa queda, embora mais ou menos acentuada dependendo do caso."
Ora, se as pontas estão além das frequências audíveis, isto quer dizer que o miolo (dentro do espectro audível) será melhor respondido sim.
Interessante esta frase do Medrmf:
"Lembro que uma vez li um relato, creio que de Sólon do Valle, em que ele constatou que frequencias não audíveis, acabavam por influenciar no som final dentro do espectro audível."
Corretíssimo. Isto se deve a produção de harmônicas. Um som em 25KHz pode produzir uma subharmônica em 12,5KHz, influenciando sim o timbre. Assim como um som em 15Hz pode gerar uma harmônica em 30Hz.
Mas além disto, também precisamos levar em conta outros fatores, principalmente nossas caixas acústicas.
20Hz é bom, uma tremenda vibração que faz levantar poeira do chão. Mas é algo extremamente poderoso, que exige grandíssima energia e que se não bem cuidado, torra seus falantes.
Para você ter 20Hz, você precisa ter comprar amplificadores de enorme potência, e ter um sistema elétrico dimensionado para isto. Haja custo.
Homero Sette levantou uma vez que, se os PA fossem limitados em 40Hz, a queima de falantes se reduziria enormemente. A própria StudioR fez isto (o que acabou não dando certo, tiveram que fazer recall, pois o pessoal preferia queimar falantes a ficar sem o gravão dos 20Hz).
Já no limite superior (os 20KHz), como já falado, dependerá enormemente do público e até do estilo musical. Poucos instrumentos produzem sons acima de 15KHz, e pessoas com mais de 18 anos raramente escutam acima de 16KHz.
Assim, em PA, os filtros que o Heriberto colocou são sim muito usados, e nem por isto o som ficará ruim. Por outro lado, em PA ou não, vamos continuar comprando os equipamentos com a maior resposta de frequência possível.
Mas, além de resposta de frequência, precisamos sempre levar em conta um fator pouco lembrado: a variação da resposta.
Quanto MENOR a variação na resposta de frequência, melhor.
Sempre devemos procurar os equipamentos com a menor variação possível dentro da resposta de frequência.
A partir disto tudo, respondam rápido. Qual é melhor:
Aparelho 1: resposta de 20Hz a 20KHz, +0, -3dB
Aparelho 2: resposta de 10Hz a 25KHz, +/- 3dB[
No exemplo, +0, -3dB indica que, de 20Hz a 20KHz, a maior variação de som que encontraremos será de 3dB. Já com variação de +/- 3dB, indica que encontraremos 6dB de variação entre esses limites.
Eu diria que o aparelho 1, por ser mais linear dentro do espectro audível.
Bons fabricantes fazem o seguinte:
Equipamento X
Reposta de frequência total: de 05Hz a 28KHz, +/- 3dB
Resposta de frequência de 20Hz a 20KHz: +/- 1dB
Ou seja, você tem o melhor dos dois mundo: a resposta total [e sim, com as influências que infrasubs (abaixo de 20Hz) e ultrasons (acima de 20KHz) criam]; e a resposta dentro dos limites.
Este exemplo aí em cima é a resposta de um fone que já vi, de referência, para estúdio. Coisa de R$ 2.000,00. Um dinheirão em um fone!!! Mas que fone que deve ser (não o testei)!!!
Um abraço,
Fernando