Sistema de som de igreja utilizando apenas uma das saídas MAIN (L + R) da mesa

ibraim

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Trocaram vários itens do som da igreja na última semana. Acontece que não acompanhei a instalação e quando cheguei lá para ver as novidades dei de cara com uma situação que até então para mim era inimaginável. Instalaram o som todo da seguinte forma:
Saída da mesa para crossover:
- apenas um cabo, na saída MAIN R (direita) da mesa para a entrada R do crossover
Do crossover para amplificador principal:
- Um cabo saindo do HIGH, apenas do canal R, indo para a entrada R do amplificador
- Um cabo saindo do LOW R, indo para entrada L do amplificador
Sendo assim, no amplificador principal ficou:
- todas as 4 caixas (pequenas) foram ligadas num único canal da potência, o R (que veio da saída HIGH R do crossover)
- e no canal L da potência (que veio da saída LOW R do crossover) colocaram dois subwoofers

Estou tendo dificuldades para assimilar isso, para mim sempre deveria-se utilizar os canais esquerdo e direito, tanto que os equipamentos vem com a identificação de tais. Mas o pessoal matou um dos canais, o canal esquerdo, desde a mesa até às caixas e subwoofers, está tudo operando sem a informação sonora proveniente do canal esquerdo (das músicas reproduzidas no computador, especificamente).

Aconteceu que quando chegou a hora dos cultos, um detalhe dos hinos utilizados matou todo o sistema. Não usamos banda, usamos músicas ripadas de um cd gravado com uma 'tecnologia' chamada "split-track", que basicamente coloca o instrumental predominando num dos lados enquanto o vocal predomina no outro. A saída do computador, a entrada da mesa e o cabo utilizado são estéreos, então como não está sendo utilizada a saída MAIN L da mesa, o vocal desses cds que mencionei simplesmente não podem ser ouvidos.

Considerações:
- Aqui no fórum, em outro tópico, o Bersan já falou que não há diferença de qualidade do som entre mono e estéreo, apenas na sensação, então, já que a mesa tem duas saídas (L + R) como ligá-las corretamente para que parte da informação sonora não se perca, como no caso que mencionei? Apenas troca-se o cabo do computador para a mesa para um cabo mono?
- E alguém já enfiou (e testou) um plug mono na saída do computador para ver se ele passa a operar no modo mono (juntando as informações sonoras dos dois canais em um só)? Pois se ele descartar um dos lados não vai resolver. Mas se saísse do computador mono, sim. Não gosto de gastar dois canais da mesa (que é pequena) só para um fonte de som, já que a mesa tem canais estéreo com as duas entradas, mas ocupar dois volulmes pode ser uma solução em última instância.

O que dizem?
 
RE: Sistema de som de igreja "em mono", utilizando apenas uma das saídas (L + R) da mesa.

Sua igreja realmente precisa de dois canais separados no PA? se não, a configuração atual está ótima. Em PA nunca tive necessidade de operar em stéreo.
 
RE: Sistema de som de igreja utilizando apenas uma das saídas (L + R) da mesa.

Valeu Jefferson Telles!

Estou conhecendo essa realidade do mono agora, vendo que o estéreo não é necessário nessas circunstâncias, tem questões bem relevantes que não fazia ideia antes. De toda forma, o problema que aparentemente me restou é fazer com que o áudio recebido do computador esteja em mono, com "os dois lados" da gravação original, ao invés de perder um dos lados, como está ocorrendo agora. Ah, e a outra questão seria quanto a deixar obsoleta uma das saídas MAIN da mesa, parece estranho, mas é assim mesmo, né?
 
RE: Sistema de som de igreja utilizando apenas uma das saídas (L + R) da mesa.

Bem, não estou com muito tempo agora, mas...

A maioria dos templos religiosos não tem largura suficiente (e o tratamento acústico necessário, uma vez que se tratam locais fechados...) para que o som stéreo seja percebido ou tenha uma importância relevante no programa executado.

Diria mais: abrindo-se o "Pan" de alguns instrumento (como os over´s de uma bateria ou teclados em stéreo), a percepção de tais instrumentos para os ouvintes que não se encontrarem na posição ideal de audição seria deverás prejudicada, já que as Igrejas tentam preencher o máximo de espaço acomodando os seus fiéis...

Logo e como não estamos falando de uma sala de audição ou de um Home Theater, por exemplo, NA MAIORIA DOS CASOS a utilização de uma configuração em stéreo pouco (ou nada) contribuirá para o programa musical executado (ou, muito pelo contrário, prejudicará a percepção desse programa por parte dos fiéis no templo). Na minha Igreja, utilizamos em mono!

Depois discutimos as ligações do seu sistema. Vamos ver a opinião dos "experts" no assusto.
 
RE: Sistema de som de igreja utilizando apenas uma das saídas (L + R) da mesa.

Valeu Paulo Giovani!

A cada comentário que li no outro tópico e o que vocês estão deixando nesse aqui estou aprendendo e dando uma importância que antes não sabia que o MONO tinha. Minhas dúvidas quanto às ligações ficaram até bobas com esse novo entendimento, parece que já pergunto respondendo, mas enfim, ainda espero a opinião dos especialistas para aprender ainda mais.
 
ibraim, boa tarde.
Cara, já peguei situação semelhante a que você apresentou em duas igrejas, mas no meu caso, o som não estava muito legal, uma usava uma ciclotron de 24C antiga e na outra era uma X1832 Behringer.

No caso da Ciclotron foi simples (Na época), utilizando apenas o "L" e encaminhando um único sinal para o crossover e duas saídas pós crossover para as potências, agudos/médios e Grave (Sem equalizador ou outro aparato intermediário). Era um templo relativamente pequeno e a potência era mais do que o templo precisava. Então foi só regular o volume da potência dando menos volume para os graves. "Resolveu" sem investimento.

A uns aninhos atrás, com a x1832 foi onde eu aprendi o conceito do "pré/pós fader" para os auxiliares. Até então em qualquer mesa eu só usava os aux "pré-fader" pois ao diminuir o volume do som que vinha para a igreja, não diminuía o volume dos retornos. Porém, o conceito do "pós-fader" (Som que é direcionado após o "Volume principal que vai para o LR") é simples, ao mesmo tempo que você aumenta o volume do som que vem para o templo, o canal aux que recebe sinal pós-fader, terá sua alimentação também sendo aumentada na mesma proporção (sendo que o "volume" dependerá nível de sinal liberado no aux).
Após entender esse conceito (Colocado aqui de uma maneira simples), deixei o "L" para alimentar os Agudos/Médios e o aux "pós-fader" no outro canal do crossover que não estava sendo utilizado para alimentar o Sub (Após regular o volume de cada canal utilizado). Isso deu na época até certa mobilidade para aumentar o "grave" em alguns playbacks ou instrumentos.

Deixo claro que hoje não aconselho nenhum dos dois modelos adotados, é lógico que o ideal é sempre fazer a ligação da maneira correta, porém, o jeito correto é algo bem relativo não é mesmo? Vai depender muito do que se tem e de "até onde pode ser feito (necessidades X Possibilidades X $)".

Já vi várias igrejas utilizando ligações stereo na mesa, mas com o restante das ligações mono. Ou seja, sem muita utilidade.

Como o Telles comentou, está atendendo a necessidade atual da igreja? Se tiver, não vejo problemas.

Abraço
Franco
 
Caro ibraim, seja bem vindo.

A maneira como foram feitas as ligações são largamente utilizadas e uma grande maioria de profissionais do som utiliza assim mesmo; o PA em mono.

Só uma pequena mudança você deve fazer: mude o cabo de saída main da mesa do canal R para o canal L, assim vc poderá conectar um sinal mono no L das entradas de linha estéreo, que a mesa automaticamente o distribuirá para os canais L e R, e assim dessa forma você terá um melhor aproveitamento nas vias aux e nos buses também. E no caso do seu playback você poderá entrar com ele em dois canais da mesa, assim você terá o som de ambos os canais e de quebra terá controle independente de ambos.
 
Opá rapaz, estou novamente em casa...

Sobre as ligações que você descreveu (supostas gambiarras), eu faria uma única alteração, com 2 (duas) possibilidades:

Ao invés de "na saída MAIN R (direita) da mesa para a entrada R do crossover", eu tiraria esse sinal da saída L + R em mono. Explico: em alguns consoles quando não se tem uma saída mono dedicada como na Mackie CR1604 VLZ - que tem até um ganho individual na traseira do mixer -, ou a Soundcraft FX16ii - Main Mono Sumit, mixer que utilizo atualmente -, você pode fazer um cabo em "Y" e transformar a saída stéreo da sua mesa em mono, pois é simplesmente isso que as mesas que citei fazem, claro que internamente e, talvéz, com algum tipo de isolamento...

Assim você resolve o problema do PlayBack (isto se quiseres ter os dois sinais juntos na mixagem). Mas, pensando bem, o ideal é você tirar do notebook o L e R separados e inserir em dois canais distintos da mesa a fim de poder dosar a "base" e as "vozes"! Tipo: quando um cantor mais "seguro" estiver cantando, você pode praticamente abaixar o canal das vozes e manter a base... Quando aquele irmão mais "des-afinado" estiver cantando, você aumenta um pouco mais as vozes, salva o louvor e ainda evita o esvaziamento da igreja! Hehehe :D

Por fim, não vi sua ligação para entender porque estão trabalhando com apenas um lado do crossover (vai ver o outro lado esta sendo utilizado para outra finalidade...), mas padronizaria na entrada "L" e deixaria a outra livre... o lado do amplificado L continuaria para a vias de "Low" - graves, e o lado R para a via de "RIGH" (na hora do sufoco, esta organização mnemônica é bastante auxiliar da memória.

Por fim, o fato de haverem quatro caixas de altas ligadas em um dos canais do amplificador não consiste, necessariamente, em um problema, desde que ele seja bem potente (a depender da potência de suas caixas) e que esteja apto a trabalhar com cargas de 2 ohms. Se bem que na verdade verdadeira a impedância real será mais baixa que isto. Mas isso é papo para uma outra conversa.

Paz e Bem!
 
Valeu por colaborarem @admfranco, @José Claudionei e @Paulo Giovani! As respostas de vocês foram muito boas para refletir sobre a questão do mono. E desculpem pela demora de retornar, ando com o tempo [muito] desorganizado.

Vocês me deram grandes contribuições, vou comentar as respostas de vocês destacando em negrito minhas conclusões e dúvidas restantes.

admfranco disse:
No caso da Ciclotron foi simples (Na época), utilizando apenas o "L" e encaminhando um único sinal para o crossover e duas saídas pós crossover para as potências, agudos/médios e Grave (Sem equalizador ou outro aparato intermediário). Era um templo relativamente pequeno e a potência era mais do que o templo precisava. Então foi só regular o volume da potência dando menos volume para os graves. "Resolveu" sem investimento.

A configuração que deixaram aqui é semelhante, sai um da mesa (só que usaram o R), do crossover saem dois (um do HIGH outro do LOW) e tambem não temos equalizador. Mas o amplificador (novo, que também instalaram) é bem potente, um Etelj Nitro 6400. Os graves estão bem regulados, o som parece que está bom, minha cuca mesmo era com o mono.


admfranco disse:
[...] com a x1832 foi onde eu aprendi o conceito do "pré/pós fader" para os auxiliares. Até então em qualquer mesa eu só usava os aux "pré-fader" pois ao diminuir o volume do som que vinha para a igreja, não diminuía o volume dos retornos.
Porém, o conceito do "pós-fader" (Som que é direcionado após o "Volume principal que vai para o LR") é simples, ao mesmo tempo que você aumenta o volume do som que vem para o templo, o canal aux que recebe sinal pós-fader, terá sua alimentação também sendo aumentada na mesma proporção (sendo que o "volume" dependerá nível de sinal liberado no aux).

Nossos auxilixares sempre foram "pós fader". Nossa mesa atual, uma Beringher Xenyx 2442fx tem auxiliares pré e pós, coloquei no pós.


admfranco disse:
Após entender esse conceito (Colocado aqui de uma maneira simples), deixei o "L" para alimentar os Agudos/Médios e o aux "pós-fader" no outro canal do crossover que não estava sendo utilizado para alimentar o Sub (Após regular o volume de cada canal utilizado). Isso deu na época até certa mobilidade para aumentar o "grave" em alguns playbacks ou instrumentos.

É uma excelente ideia, mas aqui não precisamos tanto dessa mobilidade de graves, utilizamos o som num volume moderado e os graves geralmente não se destacam (é até estranho agora termos dois subwoofers).


admfranco disse:
Deixo claro que hoje não aconselho nenhum dos dois modelos adotados, é lógico que o ideal é sempre fazer a ligação da maneira correta, porém, o jeito correto é algo bem relativo não é mesmo? Vai depender muito do que se tem e de "até onde pode ser feito (necessidades X Possibilidades X $)".
Já vi várias igrejas utilizando ligações stereo na mesa, mas com o restante das ligações mono. Ou seja, sem muita utilidade.

E como é relativo!!! Até anteontem achava que não existiria configuração sem L + R em som de igreja, rs. E realmente o estéreo não tem muita utilidade nem se todo o sistema fosse assim (discussão do outro tópico), imagine nesse cenário (tudo estéreo até à mesa, depois da mesa tudo mono).


José Claudionei disse:
A maneira como foram feitas as ligações são largamente utilizadas e uma grande maioria de profissionais do som utiliza assim mesmo; o PA em mono.

Estou conhecendo agora o quanto isso é normal e até benéfico.


José Claudionei disse:
Só uma pequena mudança você deve fazer: mude o cabo de saída main da mesa do canal R para o canal L, assim vc poderá conectar um sinal mono no L das entradas de linha estéreo, que a mesa automaticamente o distribuirá para os canais L e R, e assim dessa forma você terá um melhor aproveitamento nas vias aux e nos buses também.

Pensei justamente nisso quando vi! Ligações em mono normalmente utilizam apenas o L, não o R.


José Claudionei disse:
E no caso do seu playback você poderá entrar com ele em dois canais da mesa, assim você terá o som de ambos os canais e de quebra terá controle independente de ambos.

Paulo Giovani disse:
Mas, pensando bem, o ideal é você tirar do notebook o L e R separados e inserir em dois canais distintos da mesa a fim de poder dosar a "base" e as "vozes"! Tipo: quando um cantor mais "seguro" estiver cantando, você pode praticamente abaixar o canal das vozes e manter a base... Quando aquele irmão mais "des-afinado" estiver cantando, você aumenta um pouco mais as vozes, salva o louvor e ainda evita o esvaziamento da igreja! Hehehe :D

Vocês sugeriram a mesma coisa e é uma ideia simplesmente excelente!

Fico um pouco "canguinha" de ocupar dois canais porque a mesa é pequena (na prática ela só tem 12 canais), mas vou até considerar a ideia para as mudanças que ainda estão por acontecer. Afinal quando muito usamos são 8 mirofones, ainda sobrariam 2 canais para qualquer instrumento que aparecesse (não temos banda).

Mais complicado, porém não tão difícil, utilizando apenas um canal também é possível fazer essa dosagem no balanço nas configurações do dispositivo de reprodução do próprio computador.


Paulo Giovani disse:
Sobre as ligações que você descreveu (supostas gambiarras), eu faria uma única alteração, com 2 (duas) possibilidades:

Ao invés de "na saída MAIN R (direita) da mesa para a entrada R do crossover", eu tiraria esse sinal da saída L + R em mono. Explico: em alguns consoles quando não se tem uma saída mono dedicada como na Mackie CR1604 VLZ - que tem até um ganho individual na traseira do mixer -, ou a Soundcraft FX16ii - Main Mono Sumit, mixer que utilizo atualmente -, você pode fazer um cabo em "Y" e transformar a saída stéreo da sua mesa em mono, pois é simplesmente isso que as mesas que citei fazem, claro que internamente e, talvéz, com algum tipo de isolamento...

Assim você resolve o problema do PlayBack (isto se quiseres ter os dois sinais juntos na mixagem).

Aqui está um ponto que achei incível nessas novas descobertas: Não conhecia a possibilidade de fazer o cabo em "Y" sem que ocorresse nenhum tipo de problema. Nem eu nem um amigo que trabalha com eletrônica.

Mas paralelamente à sua resposta a solução para que o som reproduzido no computador entrasse na mesa mono foi justamente um cabo montado dessa forma que encontrei lá pronto, das antigas, usado num cd player que está lá empoeirado, que numa ponta tem dois RCA mas na outra apenas um P10 MONO, utilizando um cabo de apenas duas vias.

Achei bastante curioso que um cabo montado juntando os fios do R e do L não tivesse nenhuma aparente interferência, mas o contrário, o som de ambos foram "mixados" e saem juntos na outra ponta, em MONO, nada foi perdido. Isso me surpreendeu. Muito!

Mas resolveu meu problema, o som que sai do computador agora chega na mesa mono, mas com o conteúdo sonoro dos dois canais.


Paulo Giovani disse:
Por fim, não vi sua ligação para entender porque estão trabalhando com apenas um lado do crossover (vai ver o outro lado esta sendo utilizado para outra finalidade...), mas padronizaria na entrada "L" e deixaria a outra livre... o lado do amplificado L continuaria para a vias de "Low" - graves, e o lado R para a via de "RIGH" (na hora do sufoco, esta organização mnemônica é bastante auxiliar da memória.

Estamos usando um lado do crossover porque sai apenas UM cabo da mesa (instalaram assim, só lembrando). Nesse caso, com o cabo em "Y" que você sugeriu, podería-se montar (manter do jeito que estava antes) todo o sistema estéreo, apenas ficando mono na saída do crossover para o amplificador, utilizando o cabo em Y?


Paulo Giovani disse:
Por fim, o fato de haverem quatro caixas de altas ligadas em um dos canais do amplificador não consiste, necessariamente, em um problema, desde que ele seja bem potente (a depender da potência de suas caixas) e que esteja apto a trabalhar com cargas de 2 ohms. Se bem que na verdade verdadeira a impedância real será mais baixa que isto. Mas isso é papo para uma outra conversa.

Isso de impedância complica, rs. E pra complicar mais nem tenho acesso às especificações dos falantes utilizados nas caixas, pois foram "feitas" por esta mesma empresa que fez o serviço que menciono aqui (P.S.: não gosto de caixas "feitas"), tomara que tenham feito os cálculos direitinho, mas o amplificador é bem potente sim, acho que até mais do que precisamos, rs.


admfranco disse:
Abraço
Franco
Abraço!

Paulo Giovani disse:
Valeu meu irmão!


As respostas de vocês foram bastante enriquecedoras.
 
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