Biblioteca SomAoVivo e seus livros. Parte 1

Biblioteca de Artigos do SAV.

Final de ano chegando, 13º salário chegando, Amigo-X chegando… e a costumeira troca de presentes também chegando! Trocar presentes é bom, mas venhamos e convenhamos: é quase sempre a mesma coisa: roupas, sapatos, lenços, gravatas, perfumes…. No trabalho, é CD de músico ou DVD de show, quando muito um vale-compra em alguma loja…

Pois que tal este ano fazer diferente? Que tal, em vez de uma roupa ou um CD, “sugerir” aos parentes, colegas e amigos que o que você quer mesmo é um bom livro, que vai lhe garantir horas e horas do prazer de leitura, além de conhecimento útil para o restante da vida? Com a vantagem de que passaremos a imagem de pessoa culta e estudiosa!

E, na falta de alguém para lhe dar esse tipo de presente, que tal você mesmo se presentear com um livro? Você estará fazendo um investimento na pessoa mais importante do mundo: você mesmo!

Nesta série de artigos, apresentaremos uma relação dos livros de áudio/sonorização disponíveis em língua portuguesa, que podem ser adquiridos facilmente pela Internet. Eles formam a biblioteca que qualquer apaixonado pelo áudio gostaria de ter e – principalmente – DEVE BUSCAR TER, não só pelo deleite da leitura em si, mas também como fonte de consulta e referência. E, com isso, formar a sua própria biblioteca pessoal sobre o assunto.

Onde comprar livros de áudio:
www.musitec.com.br
www.freenote.com.br
www.editorahsheldon.com.br
www.music-center.com.br

ou então… só pesquisar no Google. www.google.com.br

Vamos à lista!

MICROFONES
Autor: Sólon do Valle
Editora Música e Tecnologia
Nº páginas: 128
Preço: aproximadamente R$ 30,00

Conteúdo
Parte I  –  Tecnologia dos Microfones
– Classificação Quanto ao Princípio de Conversão
– Princípios da Transdução
– Classificação Quanto à Diretividade
Parte II – Operação de Microfones
– Instrumentos Musicais
– Som Direto ( Dramaturgia)
– Técnicas de Captação Estéreo
– Restauração de Áudio
– Conclusão
– Apêndice

Resenha oficial: Escrito por um dos mais reconhecidos profissionais da área, o livro Microfones, trata da construção e mostra a utilização destes equipamentos que, juntamente com os alto-falantes “constituem a parte acústica e, por que não dizer, mais artística, da eletroacústica”, como o autor gosta de dizer.

Nesta segunda edição, alguns assuntos tiveram o tratamento ampliado, como é o caso de “Microfones sem fio”, onde é mostrada a análise da interação entre portadoras em sistemas de rádio. É o caso também das “Técnicas de Captação de Estéreo”, bem mais detalhadas aqui. Para aqueles que apreciam o tratamento matemático, são dadas, no final as equações que descrevem as diversas figuras de captação. E outras tantas novidades.

Resenha nossa: É um livro de leitura bastante agradável. O autor é bem didático. Na primeira parte, discorre-se sobre os princípios de funcionamento, sua evolução tecnológica, suas características. Há uma parte bem interessante sobre os diversos tipos de cápsula, incluindo aí alguns tipos raros, como os de carvão e de fita, além dos piezoelétricos.

O autor explica muito bem as diversas tecnologias em uso (com ênfase nos dinâmicos e condensadores) e nos padrões de captação, inclusive informando sobre microfonias e como evitá-las. Fica a dever quanto ao formato físico dos microfones: cita os lapelas, os microfones de cabeça (earsets, headsets) e até alguns modelos mais raros, como os PZM e parabólicos, mas não fala dos goosenecks, por exemplo. Mesmo as informações sobre os microfones de mão (o tipo mais comum) estão um pouco espalhadas.

Isto em si não é problema, pois basta conhecer o tipo de cápsula para se saber as características de um determinado tipo de mic, mas ainda assim poderiam constar tais informações, já que o formato peculiar de cada um traz também observações sobre seu uso.

Na parte de Operação de Microfones, o autor detalhe muito bem quais as melhores técnicas de microfonação para diversos instrumentos (cordas, madeiras, metais, pianos, baterias e percussões), e inclusive microfonação de instrumentos amplificados (como microfonar cubos de guitarra/contrabaixo). Também há técnicas para a voz, inclusive técnicas utilizadas em TV/cinema, e bastante informação sobre técnicas para captação em estéreo. A grande falha foi não ter entrado uma única vez em um assunto importante como microfonação de corais.

Trechos:

“Característica do Microfone Dinâmico
(…)
Saturação Mecânica: assim como a suspensão de um carro absorve irregularidades do chão, mas bate no fundo ao se passar por um grande buraco, também a suspensão do diafragma tem seu limite. Quando um som de pressão exageradamente alta chega ao diafragma, a suspensão é exigida além da sua capacidade elástica. Então o diafragma não consegue mais acompanhar proporcionalmente a variação da pressão sonora, e o sinal elétrico gerado já não é uma representação fiel do som, mas uma representação deformada das extremidades: ocorre distorção, pela saturação mecânica do microfone. Dependendo do projeto e, sem dúvida, da qualidade do microfone, essa distorção pode ocorrer com relativa facilidade. Nesse caso, a solução é afastar o microfone da fonte de som, ou se não for possível afastar o microfone, mudar para outro modelo menos sujeito à saturação.”

Comentário nosso: foi uma forma educadíssima de escrever: “microfones baratos distorcem facilmente. Você pode afastá-lo da fonte sonora, mas o melhor mesmo é jogar fora e comprar um novo!”

“Posicionamento de Antenas (nota: referente a microfones sem fio)
Este é o mais importante ítem (sic) do uso de microfones sem fio.
As ondas do mar, embora se desloquem horizontalmente (vêm do mar para a praia), fazem a água subir e descer. Diz-se que as ondas do mar são, então, polarizadas verticalmente. Dependendo da posição da antena de transmissão, as ondas de rádio também podem ter polarização vertical ou horizontal. Então, para boa recepção, a antena ou antenas de recepção devem ficar sempre paralelas às de transmissão. Para conseguir isso, basta usar as antenas sempre na vertical, pois mesmo que a antena de transmissão se vire, continuará paralela à de recepção, garantindo bom sinal recebido.”

Comentário nosso: puxa, que interessante, não sabíamos disso, que comparação didática e fácil de entender. Mas logo abaixo vem uma foto de um microfone sem fio, cujas antenas estão anguladas em 45º (ou seja, nem vertical nem horizontal), com a legenda: “Antenas: Usar Sempre na vertical”.

Indicamos para: do iniciante ao técnico experiente, serve para todos. Não há outro livro em língua portuguesa tão abrangente sobre o assunto. Simplesmente indispensável.

FUNDAMENTOS DE ÁUDIO
Autor: Miguel Ratton
Editora Música e Tecnologia
Nº páginas: 114
Preço: aproximadamente R$ 40,00

Conteúdo
A natureza do som – frequência, intensidade , timbre
Percepção do som – ouvido humano
Noções de Acústica
Faixa dinâmica e relação sinal/ruído
Áudio digital
Microfones
Cabos e conexões
Mesa de mixagem
Equalizador
Compressor, limiter, gate
Processadores de efeito
Amplificador de potência
Caixas acústicas
Fones de Ouvido

Resenha oficial: Este livro apresenta conceitos fundamentais sobre o som, acústica e equipamentos básicos de áudio, como microfones, mesas de mixagem, compressores, etc. O texto é indicado para iniciantes e amadores que desejam conhecer os fundamentos do áudio.

Resenha nossa: a capacidade de síntese do autor é muito grande, e é incrível a quantidade de assuntos que este livro engloba. Por outro lado, é um livro bem superficial. Cada assunto é abordado de forma rápida, direta e objetiva, e sem muitos exemplos (o que pode atrapalhar a compreensão de iniciantes e amadores, exatamente o público-alvo). A impressão que deu é que o livro é um grande resumo – mas não mais que isto.

No primeiro capítulo, “A natureza do som”, está tudo lá: como o som se forma, freqüências, intensidade, timbres, harmônico. Só que… tudo muito rápido, não se entra nos detalhes. Para quem já sabe, ótima oportunidade de relembrar. Para quem não sabe… com certeza muitas dúvidas vão surgir.

Há capítulos bem explicados, claro. O capítulo 3, onde se dá noções de acústica, é bem melhor, mais esmiuçado. O mesmo para o Capítulo 5, sobre Áudio Digital, onde o autor se detém pormenorizadamente nos detalhes, é bem didático, dá exemplos, enfim, deixa o leitor bem à vontade para entender devagar como funcionam os conversores A/D, D/A, e os introduz no mundo dos bits, resoluções, taxas de amostragem, etc. Não é um capítulo grande, mas como introdução para um leigo, é perfeito. Talvez porque estúdios e áudio digital sejam a especialidade profissional do autor.

Após, estuda-se Microfones, Cabos, Conectores, Mesas de Som e equipamentos como Equalizadores e Compressores (estes dois muito bem escritos), Amplificadores e Caixas Acústicas. É dada uma visão geral de cada um deles, mas quem lê nota facilmente que poderia ser mais profundo.

Uma parte interessante e até mesmo rara de se encontrar em outros livros é o estudo dos Processadores de Efeito, ou melhor, um estudo dos efeitos mais comuns em áudio, como Reverbs, Delays, Chorus, Flanger, etc.

Trechos

“Uma consideração interessante quando (sic) à intensidade sonora é que ela decresce com a distância, isto é, à medida que o ouvinte se afasta da fonte sonora, percebe uma redução do nível de som. Teoricamente, na propagação ao ar livre, quando se dobra a distância da fonte sonora o nível de pressão sonora cai à metade. Esse fato é fundamental em projetos de sonorização” (p. 14).

Comentário nosso. Coitada da Lei dos Inversos dos Quadrados. Uma das mais importantes que regem o áudio foi toda resumida em um único parágrafo no livro todo.

“Uma observação importante deve ser feita no que diz respeito à qualidade do conversor. Certamente o leitor já deve ter notado que existe uma grande variação de preços entre placas de áudio, mesmo comparando-se placas com a mesma resolução dos conversores e os mesmos recursos (número de entrada e saída, etc). O fato de uma placa possuir conversores de 24 bits não é o bastante para determinar a sua qualidade. Mesmo tendo a mesma resolução (digamos, 24 bits), existem conversores melhores do que outros. Isso ocorre porque os componentes eletrônicos fabricados dentro de especificações e métodos extremamente rígidos de precisão evidentemente oferecem uma qualidade melhor do que os que não atendem às mesmas condições. É compreensível que métodos mais rígidos custem mais caro. Isso explica porque é possível ter-se no mercado placas de áudio de 24 bits, aparentemente com os mesmos recursos, mas com preços bem diferentes.”

Comentário nosso: o autor poderia ter usado este parágrafo no final do livro, pois isto se aplica a todo e qualquer equipamento de áudio. Entretanto, notem o verdadeiro cuidado que ele teve ao escrever tal texto logo na sua especialidade, de áudio digital. Ou seja: aqui, ele teve o cuidado de esmiuçar o texto. Nas outras partes… a impressão é que o cuidado não foi o mesmo.

Indicamos para: para o iniciante e amador sim, mas que este não seja o único livro de introdução. O livro cumpre o que promete dando uma “visão panorâmica” de qualquer sistema de som. Infelizmente, visão esta quase sempre muito distante. Por outro lado, se alguém for fazer uma prova envolvendo áudio, e precisa de um grande resumo da matéria, esse é o seu livro!

DICIONÁRIO DE ÁUDIO E TECNOLOGIA MUSICAL
Autor: Miguel Ratton
Editoria Música e Tecnologia
Nº de páginas: 190 (2ª. edição, 2009)
Preço: aproximadamente R$ 45

Resenha oficial:
(Primeira Edição) Alguns livros são feitos para um número limitado de leitores. É o caso de trabalhos altamente especializados, que interessam – muito, talvez – a pequena parcela da população. Porém, para o universo da gente envolvida com Áudio e com a produção em MIDI, em suas várias faces – estúdios, sonorização, laboratórios de desenvolvimento, oficinas, teatro, televisão, home theater… enfim, uma quase infinidade de âmbitos – um Dicionário abrangente, completo e preparado por um profissional altamente capacitado é uma grande ferramenta.

(Segunda Edição) A segunda edição do Dicionário de áudio e tecnologia musical, do engenheiro Miguel Ratton. Depois de ter esgotada a primeira edição – lançada em 2004 – , o livro volta revisado e cheio de novidades. Conceitos e tecnologias mais recentes, como AAC, Blu-ray, CobraNet e HDTV, fazem parte agora do glossário, que traz mais de 1200 verbetes, em 190 páginas ilustradas.

O Dicionário de áudio é um livro essencial tanto para os engenheiros de som que quiserem uma fonte de pesquisa completa quanto para qualquer interessado no universo da tecnologia musical, como músicos e jornalistas especializados.

Resenha nossa. Dicionário é dicionário, não dá para não ter. Fonte contínua para consultas e referências.

Indicado para: todos, indispensável.

SOUND CHECK – O BÁSICO DE SOM E SISTEMAS DE SONORIZAÇÃO
Autor: Tony Moscal (Tradução Joel Brito)
Editora H.Sheldon
Nº páginas: 124
Preço: aproximadamente R$ 40,00

Conteúdo
A Natureza do Som
A Recepção do Som
Eletricidade Básica
Alto-Falantes e Caixas de Alto-Falantes
Caixas Acústicas – Fatores
Ligação de Caixas
Amplificadores de Potência
Ligação de Sistemas de Reforço Sonoro
Um exemplo prático
Mesas de Som
Sistemas de Retorno
Aterramento
Glossário

Resenha oficial: Existem disponíveis publicações maravilhosas para ajudar as pessoas a aperfeiçoar a arte e ciência de reforço sonoro. Infelizmente, muitas presumem um determinado conhecimento do leitor que pode ou não existir. O objetivo de Sound Check é introduzir o leitor ao primeiro degrau e explicar os rudimentos de PA profissional em conjunto com informações avançadas. Independentemente de sua experiência com sonorizações, estou certo de que o Sound Check aumentará sua percepção, melhorará sua compreensão e, finalmente, o seu som.

Resenha nossa: o nome do livro não lhe faz jus, o livro não é “básico”. O autor detalha tão bem alguns assuntos, e com grande profundidade, que muitos técnicos experientes vão gostar e se surpreender com algumas coisas. Por outro lado, alguns assuntos são completamente ignorados.

Inicialmente, aborda questões sobre ondas, timbres, harmônicos. Todas bem explicadas e exemplificadas, com riquezas de gráficos e figuras. Há uma boa introdução sobre decibéis também. Após, há uma noção bem básica sobre conceitos de eletricidade (tensão, corrente, resistência, potência e Leis de Ohm), que serve como introdução para um assunto que nos outros livros costuma ficar no final: Alto-Falantes!

A parte de alto-falantes deve ser a preferida do autor. Ele entra em assuntos até bastante específicos, como a “dissecação” de um woofer (as várias partes que o compõe), os plugues de fase de um driver de compressão, uso de divisores passivos e ativos. Depois, segue explicando os vários tipos de caixas acústicas, como as de Baffle Infinito, Baffle Finito, Bass-Reflex e Cornetas. Ensina inclusive como fazer associações de falantes, série, paralelo e série-paralelo. Tudo bem explicado e com muitos gráficos, o que faz às vezes você duvidar que se está lendo um livro de cunho generalista, e não um apenas sobre falantes e caixas. Aliás, chega-se à página 57, praticamente metade do livro, apenas falando de tais assuntos.

Após, fala-se de amplificadores de potência, mais uma vez destrinchados completamente pelo autor. Termos como Distorção Harmônica, Distorção por Intermodulação, Slew Rate, Relação S/R, Sensibilidade de entrada, Fator de amortecimento, tudo isto é estudado e exemplificado. Até circuitos de proteção são abordados.

O próximo capítulo, “Ligação de Sistemas de Reforço Sonoro”, chega a ser curioso, pois cobre assuntos nem um pouco comuns de ser ver em livros “básicos”. Começa falando sobre casamentos de impedâncias: microfones com mesa de som, mesas para amplificadores, amplificadores para alto-falantes. Fala sobre cabos e impedância, mostra sobre as perdas inseridas nas alta-frequências quando enviamos sinais de alta impedância (instrumentos como teclados, guitarras, contrabaixos) por cabos de áudio de grande comprimento. Fala sobre casamento de sinal (sinais de baixo nível, nível de linha e alto nível) e como isso influencia nas ligações. Finalmente, encerra o capítulo falando sobre sinais balanceados e desbalanceados.

Na página 88, inicia-se o estudo das mesas de som. Em vez do tradicional estudo de um canal de alguma mesa qualquer, o autor começa logo com Diagrama de Blocos! Ele comenta então determinadas partes da mesa, mas sem fotos ou desenhos, o que é um grave erro. Quem está começando ficará perdido. Mal se fala de equalizadores, nada de compressores, muito menos de outros periféricos. Nota-se que explicar equipamentos de áudio parece não ser o objetivo deste livro.

Logo em seguida, estuda-se sistemas de retorno, ou melhor, como colocar as caixas de retorno e os microfones, evitando a realimentação (microfonias). Mais três páginas sobre aterramento, e um glossário de termos. E acabou o livro.

Trechos:

(Sobre caixas refletoras de graves)
“Existe uma relação direta entre o tamanho da caixa, o tamanho do duto e a freqüência de ressonância do falante. Quando estes três fatores são equilibrados corretamente, o duto irá auxiliar o falante a reproduzir baixas freqüências, criando mais massa que permita que o som pulse para fora.

Uma caixa refletora de graves corretamente projetada elimina o pico de ressonância grande e cria dois picos menores em oitava acima e abaixo do ponto de ressonância ao ar livre. Fazendo isso, a resposta de baixa freqüência é na verdade estendida e consegue-se uma atenuação mais suave dos graves.”

Comentário nosso: texto preciso sobre a importância do projeto na concepção de uma caixa acústica.

“Impedância e Cabos
Cabos e fios acrescentam resistência e podem também afetar o sinal. Em particular, comprimentos de cabo de cerca de 5 metros ou mais podem transmitir melhor algumas freqüências do que outras. Isto é devido a uma propriedade elétrica chamada capacitância. Fios compridos levando sinais de alta impedância tendem a perder ou decair (roll off) as altas freqüências, tornando a reprodução da voz monótona e ininteligível. Fios compridos levando sinais de baixa impedância também perderão altas freqüências, mas somente aquelas bem acima da faixa audível. Assim sendo, sempre que utilizar fios compridos, fontes de baixa impedância devem ser usadas.”

Comentário nosso: uma das melhores explicações que já vimos sobre os motivos para se usar Direct Boxes. Entretanto, o autor não cita uma única vez tal tipo de aparelho.

(Equalização do Canal de Mesa de Som)
A faixa de freqüências afetadas pelos controles de tonalidade ativos pode variar. Equalizadores shelving começam sua acentuação (ou queda) em uma determinada freqüência e eventualmente atingem um platô em uma outra freqüência. A quantidade de ganho ou corte é medida em dB. O ponto no qual a curva aumenta (ou diminui) 3dB é o ponto de atuação da curva. Por exemplo, um equalizador de graves de uma mesa tem um ponto de atuação em 500Hz, mas um ganho (ou corte) máximo de +/- 12dB em 80Hz. Isto significa que mudanças tonais perceptíveis começam em 500Hz, mas o platô surge a partir de 80Hz para baixo.

Comentário nosso: boa explicação sobre o funcionamento dos filtros shelvings. Mas o que é um filtro shelving mesmo? Duas páginas depois está explicado “muitas mesas usam equalizadores shelving de alta e baixa…” Puxa, não poderia ter explicado junto?

Indicado para: todos, indispensável. Sabe aquelas coisas que fazemos porque todos dizem que é o melhor a ser feito, mas não sabemos precisamente o porquê? Pois é, aqui se explicam muitas delas. Mas, para o iniciante,  é melhor ler outros livros em conjunto ou mesmo antes deste.

AMPLIFICADORES DE ÁUDIO
Autor: Rosalfonso Bortoni
Editora H.Sheldon
Nº páginas: 169
Preço: aproximadamente R$ 50,00

Conteúdo
Fundamentos
Características técnicas de amplificadores
Distorção
Conceitos em amplfiicação
Amplificadores de áudio
Dimensionamento de amplificação para sonorização
Dimensionamento de cabos
Amplificadores de potência de 40 a 160 Watts

Resenha oficial: A relevância do tema “amplificadores de áudio” é indiscutível. Quem de nós viveria sem música? No entanto, em nosso país, os temas relativos a entretenimento, e aí se inclui a eletrônica aplicada à música, nunca ganharam um espaço importante nos Centros de Pesquisa financiados pelo governo e nas Universidades. Essa situação está mudando e este livro é prova disto.

O autor saiu da iniciativa privada (onde tradicionalmente os projetistas desenvolvem produtos baseados na experiência prática e nos conhecimentos adquiridos em cursos técnicos e de graduação em Eletrônica) para realizar um curso de Mestrado, com o objetivo de solidificar seus conhecimentos já obtidos na prática. Um dos frutos gerados está aqui, o livro “Amplificadores de Áudio”. Este é baseado em conceitos científicos sólidos e, dentro do nosso conhecimento, vem preencher uma lacuna na literatura relativa ao tema. O que torna mais importante é a forma clara como o assunto foi abordado, além de ser escrito em nossa língua.

São apresentados novos resultados obtidos através de estudos e pesquisas e reunidos conceitos tradicionalmente encontrados na literatura de forma dispersa.

Este livro será com certeza um “divisor de águas” no campo de áudio. Será uma referência na literatura pertinente e, antes de tudo, uma fonte de importantes referências. Servirá como incentivo para que amantes de áudio se aventurem em projetos e pesquisas, de forma a colocar nosso país mais perto dos competidores internacionais que vendem bem em nossa plaga, porque sabem bem misturar ciência com entretenimento!”

Resenha nossa. Não espere um livro de leitura fácil. O livro entra fundo nos parâmetros de áudio referentes aos amplificadores e um pouco de eletrônica. Logo em Fundamentos, o autor “pega pesado” com explicações sobre decibéis. Os vários tipos (dBW, dBm, dBu, dBV) são dissecados em meio a alguma matemática. Não espere exemplos de fácil entendimento, mas também não é nada que o leitor com alguma boa vontade (e experiência prévia) não consiga compreender.

São também apresentados outros itens fundamentais, como nível e amplitude, freqüência e período, curvas de ponderação, relação sinal/ruído, headroom, fator de crista e impedâncias.

No segundo capítulo, somos apresentados às características técnicas dos amplificadores, como resposta de freqüência, fator de amortecimento, slew-rate, potência (e seus vários tipos de especificação), e sensibilidade. Quem já tem algum conhecimento consegue acompanhar tranqüilamente, apesar do texto ser recheado por fórmulas matemáticas e informações sobre medição de tais parâmetros.

A distorção (e seus vários tipos) é algo tão importante que ganhou um capítulo próprio, onde é bem explicada.

Os conceitos envolvidos em sistemas de  amplificação ganham também um capítulo. São estudados os sistemas balanceados x não-balanceados, os diversos modos de operação de amplificadores (mono, estéreo, bridge, paralelo) e uma parte importantíssima: proteções! É talvez o capítulo de mais fácil leitura e o mais importante para o técnico que não quer projetar, apenas conhecer um pouco mais sobre amplificadores.

No capítulo 5, temos o estudo das várias classes de amplificadores (A, B, AB, D, G, H, amplificadores de linha de 70V).

O dimensionamento de um sistema de amplificação para sonorização ganha o difícil capítulo 6. São 21 páginas de muita matemática. Não se espante se terminar o capítulo com alguma dor de cabeça: o assunto não é fácil!

No capítulo 7, o autor destrincha o dimensionamento de cabos, tanto os de AC (energia elétrica) quanto os que alimentam as caixas acústicas. A leitura também é cheia de matemática, e ao final bem que poderia haver uma tabelinha simplificada. Infelizmente….

No capítulo 8, o autor dedica-se a um projeto de amplificador, que pode ser montado na placa de circuito impresso que acompanha o livro. É a parte mais interessante para quem pensa em projetar seus próprios amplifcadores, mas também a parte menos interessante do livro para quem não quer projetar nada…

Trecho:

(Sobre relação sinal/ruído)
“Para exemplificar, vamos considerar dois amplificadores, X e Y, de 100W e 1000W, respectivamente. O amplificador X apresenta uma relação sinal/ruído de 85dB e o amplifcador Y uma relação sinal/ruído de 90dB, ambos medidos em máximas potências. A julga pelos números, podemos ser induzidos a acreditar que o amplificador Y é melhor que o amplificador X. No entanto o amplificador Y tem 10dB a mais de potência 10xlog(1000W/100W) = 10dB, o que obrigatoriamente leva a uma relação sinal/ruído 10dB maior. Ou seja, se considerarmos ambos os amplificadores operando em 100W, o amplificador X continua tendo uma relação sinal/ruído de 85dB enquanto que o amplfiicador Y passa a ter uma relação sinal ruído de 80dB. Isso nos mostra que o amplificador X, ao contrário do que poderíamos ter acreditado, tem um nível de ruído 5dB abaixo do nível de ruído do amplificador Y (X gera menos ruído que Y), mesmo  este último tendo uma relação sinal/ruído 5dB maior que o primeiro.”

Comentário nosso: comentar como? O autor prova por A + B o quão pouco sabemos!

Indicado para: é indispensável para quem quer construir seus próprios amplificadores, para quem quer saber identificar um bom amplificador de áudio e/ou quer se aprofundar melhor no assunto (por exemplo, projetistas de sistemas de sonorização). Entretanto, para o simples operador/técnico de áudio, dá para passar sem.

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