Aditivo sobre Direct Boxes

Bruno Freitas

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Em 2008, o David Fernandes trouxe-nos um longo artigo da Santo Angelo sobre Direct Boxes.

Em complemento ao artigo dele, encontrei um material bastante extenso e resolvi traduzi-lo do inglês. A fonte é o site da Radial Engineering: http://www.radialeng.com/comparing-dis.php

Como o artigo é muito longo e envolve muita propaganda sobre os equipamentos da empresa, traduzi a parte mais teórica, deixando por conta do interesse de cada um pelos produtos da empresa (que são muito bem falados aqui no fórum) a pesquisa adicional no site, que conta até mesmo com um auxiliar de escolha de DI por fonte sonora e um guia de especificações técnicas bem completo sobre os produtos.

Sem mais delongas, vamos ao artigo:


Há três perguntas comuns que as pessoas fazem quando consideram comprar um direct box:

  1. Eu realmente preciso de um?
  2. Qual tipo de DI devo escolher?
  3. Quanto devo gastar?
Eu realmente preciso de um DI?
A resposta é “depende”. Um direct box é usado principalmente para que você possa ter um extenso cabo sem adicionar ruído ou perder qualidade do sinal. Sinais de alta impedância tendem a ser muito mais propensos ao ruído e é recomendado manter os comprimentos de cabo abaixo de 8 metros. Um Direct Box converte o sinal de alta impedância de um instrumento para um sinal balanceado de baixa impedância. Assim, o sinal do instrumento poderá percorrer distãncias de até 100 metros sem a adição de ruídos notáveis. A saída de um Direct Box é em nível de microfone. Assim, o sinal balanceado é tratado como um microfone.

Em shows ao vivo, a mesa de som quase sempre está posicionada de frente para o palco (em inglês, posição FOH – front of house, ou ainda house mix), frequentemente a 50 ou 100 metros de distância. Muitos instrumentos, como baixo elétrico, violão e teclados são conectados a um direct box e mixados na house mix – FOH. Para o engenheiro de som, capturar o som antes de ser processado pelo artista no palco geralmente torna mais simples a tarefa de amplificar o sinal, a fim de otimizá-lo para a sala ou área aberta.

No estúdio, ao gravar em uma sala com isolamento acústico permite ao engenheiro capturar o som direto do instrumento um direct box e ainda adicionar um microfone na frente da caixa amplificada (cubo), para capturar o timbre gerado pelo amplificador. Ao gravar na sala de controle, você pode ou não precisar de um DI, dependendo do timbre que você procura para a gravação. Muitas mesas tem entradas do tipo “tudo em um” (entradas de linha), que podem não favorecer o som do seu instrumento. Um bom direct box ajuda na interação do instrumento com a mesa de mixagem ou sistema de gravação, entregando a impedância de entrada certa. Esse detalhe pode deixar as bordas (graves e agudos) do espectro produzido pelo instrumento com sonoridade mais natural e suave.

Que tipo de DI eu devo escolher?

Perguntar isso é como perguntar qual tipo de microfone eu devo comprar. Assim como há muitos tipos de microfones para muitas aplicações diferentes, há vários modelos de direct boxes pela mesma razão. Você poderia usar um microfone dinâmico, como um Shure SM58 para capturar quase qualquer som, poderia também comprar um DI mais genérico e caberia bem. Mas às vezes, usar um microfone condensador pode trazer alcance extra para capturar melhor o brilho de um violão, ou mais detalhes de uma voz em uma gravação.

Com um DI mais genérico, é quase a mesma coisa.

Assim como os microfones dinâmicos, DIs passivos (aqueles que não usam energia externa ou phantom power) lidam melhor com altos níveis de sinal sem distorção, enquanto microfones condensadores e DIs ativos geralmente produzem uma resposta de frequência mais larga, mais completa, justamente por serem mais sensíveis. Como muitos estúdios e palcos estão equipados com microfones dinâmicos e condensadores, também os direct boxes ativos e passivos são frequentemente usados lado a lado. A escolha normalmente vem da preferência pessoal.

Uma regra geral simples:

  1. Se a fonte é ativa, use um direct box passivo.
  2. Se a fonte é passiva, use um direct box ativo.
Então, se você tem um antigo Fender Precision Bass com captadores magnéticos, um DI ativo provalvemente funcionará melhor, já que buffer gerará bastante sinal para o PA, enquanto reduz a carga no instrumento. Se por outro lado você tem um contrabaixo ativo, novinho, com saída de alta potência, alimentado por bateria de 9 volts, você pode aumentar o volume confiante, sabendo que o direct box passivo vai gerenciar com tranquilidade o sinal sem distorções.

Ao longo dos anos, os padrões da indústria se tornam um lugar-comum. Por exemplo, a maioria dos engenheiros prefere usar violão com um direct box ativo. Em dispositivos alimentados, como teclados, baterias eletrônicas, CDJs e outras fontes ativas, muitos engenheiros optam por usar um direct box passivo. Isso se dá pelo fato de que os Dis passivos conseguem gerenciar níveis maiores de sinal sem distorção, além de serem especialmente úteis para eliminar hum (50 e 60hz) e ruídos, ambos causados por loops de aterramento (equipamento ativo ligado com aterramento na tomada, enquanto a carcaça da mesa de som também está aterrada em outra tomada, fazendo com que as duas se encontrem na fiação do prédio).

Quanto devo gastar com o Direct Box?
Recomendamos seguir a regra de 5 para 1; se você gastar R$ 1.000,00 no instrumento, deve provavelmente investir 20% do valor em um direct box. Então, se o seu violão vale R$ 500, pagar R$ 100 pelo Direct Box está em boas proporções. Na visão da Radial Engineering, não há motivo para gastar R$ 200,00 em um direct box se o seu violão vale apenas R$ 200,00.

Apenas para comparação, vamos pensar em outro exemplo: você compraria um violão muito interessante de R$ 2000,00, só para tocar numa caixa amplificada de R$ 30? Provalvemente não. Um direct box É um pré-amplificador de ganho unitário. Pré-amplificadores podem custar de US$ 30 a US$ 10.000 (N.T.: aqui deixei em dólares mesmo, pois não há pré-amplificadores de R$ 30,00 aqui pelo Brasil). E assim como acontece com violões, guitarras, contrabaixos, teclados e amplificadores de estúdio, direct boxes vêm em todos os formatos, tamanhos e níveis de qualidade com base em suas expectativas. Não há atalho para a qualidade. (…)

Como foi descrito acima, não há regras rápidas e rígidas. Varia de acordo com o gosto e aplicação.
 
Por exemplo, a maioria dos engenheiros prefere usar violão com um direct box ativo. Em dispositivos alimentados, como teclados, baterias eletrônicas, CDJs e outras fontes ativas, muitos engenheiros optam por usar um direct box passivo

Ai me gerou uma dúvida sobre a preferência dos engenheiros.
Se o D.i. passivo tem o range de frequências limitadas.
Porque ele foi escolhido para um dispositivo com o range de frequências tão grande?
Veja o Cdj ou um Notebook, as música reproduzidas ali, "tendem" a precisar de uma reprodução de 20hz a 20k.
Mas o D.i. passivo vai " limitar" um pouco esta reprodução.

Só vejo com o lógica, se for um compromisso entre o range de frequências e o hum 50/60hz .
É isso?
 
Ai me gerou uma dúvida sobre a preferência dos engenheiros.
Se o D.i. passivo tem o range de frequências limitadas.
Porque ele foi escolhido para um dispositivo com o range de frequências tão grande?
Veja o Cdj ou um Notebook, as música reproduzidas ali, "tendem" a precisar de uma reprodução de 20hz a 20k.
Mas o D.i. passivo vai " limitar" um pouco esta reprodução.

Só vejo com o lógica, se for um compromisso entre o range de frequências e o hum 50/60hz .
É isso?

@DJ GARAM O ideal seria deixar esses equipamentos perto da mesa, mas como isso geralmente é inviável, o DI passivo suporta altos níveis de sinal com menor distorção, além de ser mais resistente a ruídos. O clássico tecladista que se empolga na hora do solo e coloca o volume no máximo
 
Poxa, não foi esta questão :(

Sim, mas o que quis dizer é que o que parece levar os engenheiros a trabalhar com um range de frequências menor é isso que disse: tranquilidade quanto a distorções e ruídos.

A última vez que encontrei um ruído em 60hz foi em cima da hora, o que impossibilitou trocar o direct. Por não saber desse detalhe do loop de terra, tive que adicionar um processamento absurdo na frequência específica. Se estivesse usando uma mesa analógica, teria arruinado o som ainda mais
 
Muito obrigado, agora ficou mais claro.

Mas agora uma pergunta em sua experiência ...
Esta limitação do range no D.i passivo é algo notável?

Penso em por um entre o notebook e a mesa.
Reprodução de wave pelo wmp
 
No site deles tem uns direct específicos pra áudio de computador, não cheguei a olhar as especificações.

Já testei violão com direct passivo e ativo, assim como contrabaixo. O baixo não tem muita diferença, mas o violão... Os harmônicos vêm muito mais ricos com direct ativo
 
Só completando... No caso do A/V, o Radial JPC e o ProAV2 são projetados para essa finalidade. Ambos são ativos, mas construídos de forma a suportar transientes gigantes e também reduzir os ruídos e hum
 
@Bruno Freitas, tenho visto alguns posts seus sobre direct box, e tanto você, como outros usuários se enganam completamente só afirmar que o DI precisa ser ligado na entrada MIC devido ao balanceamento. Não é. As mesas que conheço tem as entradas de linha balanceadas também. Na verdade é ligado na entrada MIC porque DI passivo já vem com sinal atenuado e o ativo precisa de phantom power.
 
@Bruno Freitas, tenho visto alguns posts seus sobre direct box, e tanto você, como outros usuários se enganam completamente só afirmar que o DI precisa ser ligado na entrada MIC devido ao balanceamento. Não é. As mesas que conheço tem as entradas de linha balanceadas também. Na verdade é ligado na entrada MIC porque DI passivo já vem com sinal atenuado e o ativo precisa de phantom power.

@Ronaldo1 Na verdade eu só traduzi o artigo do inglês, postado no próprio site da radial
 
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