"Mascaramento sonoro"

peligo

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http://www.mascaramentosonoro.com.br/

Olha que solução terrível encontraram: mascaramento sonoro. Ficar induzindo sinais em determinadas frequências "estudadas e calculadas" a todo tempo, de maneira que você se acostume e não perceba variações, devido ao mascaramento.

Engraçado que parece hipocrisia minha: eu induzo mascaramento lá na igreja há tanto tempo, com o "hum" da corrente elétrica que sai nas caixas... E viva a falta de aterramento e equalizadores...
 
Olá Peligo,

lembra das aulas de física do segundo grau? Ondas de mesmo tipo mas em sentidos contrário se anulam. Olhe a figura abaixo:

cancel180.gif


Essas duas ondas (vermelha e azul) estão defasadas em 180º, ou seja, estão invertidas uma em relação à outra. Quando elas se encontram, se anulam. O som literalmente "some" (não totalmente, por causa de alguma reflexão, mas diminui muito o problema).

Isso pode ser feito facilmente por qualquer um de nós, em nossas igrejas. Coloque duas caixas de som uma ao lado da outra. Coloque as duas em funcionamento e observe o som. Você notará que os sons se "somam". Agora, conecte uma das caixas de maneira invertida, Positivo invertido com o Negativo. Colocando para tocar, você notará que o som perdeu "peso", perdeu qualidade. Isso se deve ao cancelamento de fase!

É exatamente o mesmo princípio.

Esse sistema mostrado nessa página que você citou pode ser usado para eliminar frequências específicas geradas por motores ou equipamentos em escritórios, fábricas, etc. Mas já vi também em grandes shows. Na minha cidade, temos um ginásio de esportes usado para shows. Em uma lateral há o palco (30 m largura x 10m de profundidade) e eles colocam caixas de som ao lado do palco. Na outra ponta, onde há arquibancadas, para não ficar refletindo o som eles colocam caixas acústicas, falando as mesmas frequências, mas em sentido contrário, de forma a anular as ondas que bateriam na arquibancada e seriam refletidas (reverberação).

Evidente que estou explicando em linhas gerais. Seria necessário fazer identificar as frequências problemáticas, gerar essas frequências específicas em contrafase, também medir a atenuação (para a escolha do volume) e também o tempo para que a onda atinja a arquibancada, para ajuste de delay.

Mas a grande vantagem é que o sistema é móvel e adaptável a diversas situações (frequências). Não compensa fazer tratamento acústico em um local onde só haverá um único show, por exemplo.

Um abraço,

Fernando
 
Só a nível de curiosidade, a Airbus produziu um certo jato comercial que eles não conseguiram eliminar o ruído produzido pelas turbinas dentro da cabine, solução encontrada:


Lançaram uma onda sonora que causava o cancelamento das frequências produzidas pelas turbinas. Só não sei que jato é...

Marcelo
 
Olá pessoal,

De fato este assunto é muito interessante mesmo, eu tb acho. Sei que todos sabem, mas para evitar eventuais dúvidas na cabeça de alguns, vale relembrar que cancelamento e mascaramento são fenômenos físicos distintos, ou seja, são definicões físicas diferentes, logo, não são a mesma coisa.

Quando vc cancela uma onda ela deixa de existir fisicamente, quando vc mascara uma onde sonora, ela ainda existe, só que não mais percebida pelos ouvidos.

Pense em duas ondas sonoras com componentes de frequência semelhantes, ambas querem falar no sistema, a que tiver maior energia vai falar, ou seja, vai mascarar a outra, todavia a onda mascarada ainda esta presente como dito. Isto não ocorre quando vc cancela a onda, vc literalmente a elimina.

Em sistemas automotivos, eliminação de ruído de máquinas em indústrias, tratamentos de CTIs infantis e etc... o cancelamento é frequentemente usado como uma parte da solução de ruídos.

Cancelar elimina energia, mascarar não elimina, apenas engana o ouvido fazendo com que ele perceba unicamente A ONDA que dentro do mesmo espectro de frequência possui um conteúdo de energia superior.

Aplicando isto à sonorização ao vivo, penso que lidar com o mascaramento é o calcanhar de aquiles para nós operadores. É comum chamar frequências em determinados instrumentos em regiões onde ela não fala, consequentemente fazendo ele falar na "casa" de outros, dai, como efeito colateral vem o mascaramento.


Abraços,
 
Esse é o Spurgeon!!! Mata a cobra e mostra o pau... :D

Falou e disse tudo o que eu diria. E só prá não dizer que eu não falei nada, apesar de não ouvirmos, o ruído continuará lá e causará certo desconforto com o tempo.

Eu prefiro ficar com a velha máxima: Problemas acústicos, soluções acústicas; problemas eletrônicos, soluções eletrônicas. Particularmente eu não gosto deste tipo de solução... prefiro a tradicional.

[]'s
 
mais uma que estou aprendendo... que coisa hem.. isso me lembra das aula de fisica que o Bersan disse.. e olha que faz tempos...
 
Eu lembro do professor dizendo que eu era o melhor aluno de Física do colégio inteiro (e olha que era colégio grande). Até hoje me orgulho disso.

Onde todo mundo enxergava resistores, eu via caixas acústicas.

Onde o pessoal enxergava as Leis de Ohms, eu via fusíveis, fios, potências, etc.

Onde todo mundo enxergava Ondas, eu "ouvia" Som

Onde todo mundo enxergava teoria, eu via como aquilo era importante para a prática do que eu já estava fazendo.

Um abraço,

Fernando
 
Eu não sou o único que vê caixas ao invés de resistores!!!!Acústica ao invés de ondas!!!!
Mas eu não sou tão bom em física assim não tenho que estudar bastante pra mandar bem!
Será que um dia eu vou ser igual ao Fernando tbm????
Abração
 
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