Montando Sonorização FLY = Voador

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Boa Noite!

FLY.jpg

A imagem acima demonstra um exemplo do sistema FLY que pretendo montar, ele é composto por 8 caixas suspensas e 4 ao "chão", contudo acho que seria muito para mim agora, porisso queria colocar 4 caixas suspensas e 2 ao "chão" e apenas no maximo 3 a 4 metros de altura, Seria otimo para mim.

Bom...
As 4+4 (2 Pa´s) caixas suspensasde médio-grave e os 4 Sub´s já tenho, pois uso-as todas ao "chão".

Queria saber do que os amigos do Forum achou disso?! Acha possivel?!

Logicamente que irei adaptalas todas para o Sistema FLY. Lembrando que quero para Eventos de Médio Porte: Shows, Palestras, Cultos, Etc...

Obrigado!
 
Queria saber do que os amigos do Forum achou disso?! Acha possivel?!

Perfeitamente possível.

As caixas de sub são colocadas no chão por 3 motivos:

- peso muito grande, então é mais prático e barato colocar no chão que no alto
- acoplamento acústico com o chão, você ganha +3dB de graves só por causa disso
- as ondas graves são ominidirecionais, então não tem diferença para quem ouve colocar no baixo ou no alto.

Já os médios e agudos devem ser colocados no alto, com as vantagens:

- não haverá obstáculos entre as caixas e os ouvintes, obstáculos que absorveriam os agudos
- aplica-se a Lei dos Inversos dos Quadrados no caso (vide artigo com o mesmo nome).

Quanto a segurança, que é um ponto fortíssimo para quem usa fly, não economize, e chame um engenheiro mecânico para fazer as medições e testes.

Um abraço,

Fernando
 
as ondas graves são ominidirecionais, então não tem diferença para quem ouve colocar no baixo ou no alto.


Bersan... vê ae se eu estou certo, ou falei mentira pro kra..


Um certo "entendido" que era da minha igreja, que cuidava do som aqui, me falou alguma coisa (assunto puxando assunto chegamos nisso) que os graves reverberam apenas na parte de baixo do ambiente...

Eu disse que ele estava pensando errado, que as frqeuencias baixas se espalham por todas as direções..

E ele insistiu nisso, e me perguntou: Qaundo os gases ficam livres no ambiente vão pra cima ou para baixo? REspondi: Depende da densidade deles..
Ae acho que ele percebeu que não tinha tinha argumentos, disse que as frequencias baixas ficam apenas na parte de baixo..
E ainda falei que SOM não é gás, e sim ondas.. que o que ele falava não tinha sentido, e tal...

Estou correto ou não??



Valew
Rodrigo
 
Certíssimo. Os graves são dificilmente absorvidos e fortemente refletidos por qualquer superfície refletora (paredes lisas, teto, chão, etc).

propagacao.jpg


A dispersão deles é ominidirecional nas frequências mais baixas, ficando mais direcionais a medida que a frequência aumenta.

Um abraço,

Fernando
 
Rodrigo,

Aproveitando o tópico, vou colocar a minha dúvida também. A revista Backstage deste mês trouxe uma matéria sobre a instalação de uma igreja em Brasília, está nas últimas páginas, infelizmente estou no trabalho e ela ficou em casa. Mas na matéria o engenheiro ensina montar painéis de absorção de diferentes materias, uns destinados aos graves, outros aos médios e outros aos agudos, até aí tudo bem, porém todos do mesmo tamanho, mudando apenas a configuração interna, questão de estética acredito.

Gostaria de saber a opinião dos feras do site, se leram a revista e viram a matéria e o que acham, pois o projetista não dá as medidas exatas de cada painel, eu acho que isso seria importante, por isso fiquei na dúvida, ele ensina a construir, tem ilustração, usa lã de rocha, madeira na moldura, uma placa de plástico que esqueci o nome (alguma coisa flex) e um tecido para revestir. Achei bem interessante e nós mesmos poderíamos montá-los, mas aí fica a pergunta que não se cala:

Será que vai pelo menos ajudar um pouco? Geralmente para graves se usam Bass Traps, armadilhas de graves nos cantos das paredes.


Abraço,

Marcelo
 
Não tenho muita experiência nessa área, então...

Absorção de médio-agudos e agudos é muito fácil, as roupas das pessoas já absorvem essas frequências facilmente. Por isso que instalamos caixas acústicas no alto, onde as ondas sonoras desse tipo possam ter caminho livre entre o falante e o ouvido do público.

O problema são os graves. Não são facilmente absorvidos, depende muito do material, da densidade dele, etc.

Vou falar um pouquinho de materiais tipo Sonex, porque a maioria do pessoal acha que Sonex serve para tudo. Não é verdade! O site da Sonex:

<!-- m --><a class="postlink" href="http://www.illbruck.com.br/">http://www.illbruck.com.br/</a><!-- m -->

Sonex perfilado (esse mais comum):

grafico_illtec_perfilada.gif


Reparem: tem ótima absorção de 500Hz para cima mas não resolve praticamente nada abaixo disso. E são essas frequências que causam aquelas terríveis reverberações.

Mas preste atenção naqueles números em verde, vermelho e azul. 25/35, 35/125, 50/125. São relativos a profundidade do material e densidade. Notem como, quanto mais grosso (e mais denso) ele melhora a absorção.

grafico_placa_roc.gif


Esse é o Sonex Roc, um outro tipo. Repare como a absorção de 250Hz já melhora muito quando a placa é de 45mm.

Bem, existem muitos outros tipos de Sonex, mas se você olhar no site, esses são os que melhor absorvem os graves. Mas repare que só acima de 250Hz, praticamente nada abaixo disso. Assim, descobrimos que Sonex e semelhantes não servem para frequências abaixo de 250Hz.

Já li em algum lugar que, com espumas do tipo Sonex, para absorver ondas graves (20-100Hz) precisaríamos de algo como 50cm de profundidade! Impraticável.

Para frequências bem graves, a solução é outra. Ondas sonoras graves tem muita força, e é preciso de algo que gaste essa energia. Em geral, são usados painéis de madeira (folhas de madeira, de pequena espessura, como chapas de mogno, etc) colados em espuma, lãs, etc. A onda sonora bate nessa folha de madeira, que por sua vez pressiona a espuma atrás, gastando energia assim, tentando empurrar a placa. É como um amortecedor de carro.

Mas...falando assim parece fácil. Não é, nem um pouco.

Diferentes frequências exigem diferentes espessuras de chapas e diferentes espumas atrás (tanto em espessura quanto em densidade). E diferentes locais exigem mais ou menos absorção em diferentes frequências (uma coisa chamada MODOS, vide revista Audio, Música e Tecnologia de Agosto/2008 e Setembro/2008).

Por causa das dimensões das salas, determinadas frequências reverberam mais que as outras (são os MODOS da sala), e assim exigem mais aborção que outras para deixar o ambiente mais linear, com resposta mais plana.

Agora, imagine colocar isso em prática...

- para um auditório, onde são feitas palestras, com nenhum uso (ou pouco uso) de instrumento musical, Sonex dá e sobra. É bom para voz!

- para uma igreja, onde temos presença de instrumentos musicais, Sonex sozinho melhora, mas não resolve o problema da reverberação dos graves

- em um estúdio, a coisa é tão complicada que as dimensões das salas de gravação devem ser vistas ANTES da construção. Bons estúdios são construídos assim.

Lá na AudioList, você verá inúmeros projetos de Bass-Traps, absorvedores de graves, etc. Eles ensinam, inclusive como "sintonizá-los" em determinadas frequências específicas. Entretanto, isso só tem validade junto com o cálculo dos MODOS da sala.

Acaba ficando tão complicado (não é impossível, tanto na revista quanto na Audiolist eles apresentam os cálculos de como fazer) que contratar um engenheiro acaba não sendo caro.

Uma outra solução é deixar de usar instrumentos graves, como contrabaixo, bumbo, teclado. Mas aí....

Um abraço,

Fernando
 
Pessoal.

O autor desta matéria (na verdade, este artigo faz parte de uma série sobre o assunto) é o Aldo Soares, amigo meu, que participou juntamente com o David Distler e comigo do painel Áudio nas Igrejas, realizado durante o congresso da AES 2008. O Aldo é consultor de áudio com vasta experiência em projetos acústicos e secretário da AES... resumindo: o Aldo é um dos feras do Brasil.

Os painéis que ele ensina a construir no artigo são os chamados de faixa ampla e por isso não precisam ser sintonizados em uma freqüência específica, incluindo aí os painéis de grave.

O objetivo aqui é um tratamento simples, que traga a qualidade acústica para níveis aceitáveis. Este tratamento é bastante eficiente para ajudar a diminuir os problemas.

Nas igrejas, as armadilhas de graves só são necessárias se há uma sobra muito grande de determinada freqüência baixa. Caso contrário, um absorvedor de faixa ampla resolve.

Com relação aos modos, eles só são importantes abaixo de 300 Hz. Acima disso nem são contados.

[]'s
 
Tem como baixar, este artigo para leitura?

É uma area que gostaria de ter um pouco mais de conhecimento ou tem algum link que tem artigos que possamos por em pratica em uma igreja.

Abraços

Cassiano Ricardo
 
Cassiano disse:
Tem como baixar, este artigo para leitura?

Não Cassiano. A série de artigos vem sendo publicada na Revista Backstage, na coluna Áudio nas Igrejas, assinada pelo Aldo. Se não me engano, a próxima edição deve trazer o terceiro artigo.

Como disse o Marcelo, a revista é muito legal... vale a pena assinar... custa R$ 120,00 por ano.

[]'s
 
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