Análise da Mesa Behringer SL2442FX-PRO

bersan

Administrator
Moderador
Enquanto a parte de testes de equipamentos não fica pronta, segue aqui uma análise da mesa de som da Behringer, modelo SL2442FX-PRO.

SL2442FX-PRO_medium.jpg


Site na web: http://www.behringer.com/SL2442FX-PRO/index.cfm?lang=ENG

Dizem por aí que em 2002 ou 2003, a Behringer “roubou” um dos projetistas-chefes da Mackie americana. A partir desse ponto, a linha de produtos da empresa foi revolucionada totalmente. A partir de alguns modelos da Mackie (1604VLZ-Pro, linha CFX), a Behringer criou versões parecidas, mas com muitas novidades.A mesa SL2442FX-Pro e sua irmã maior SL3242FX-Pro foram criadas com base na linha CFX (http://www.mackie.com/products/cfx20mkii/).

Trata-se de uma mesa analógica, com 16 canais mono (XLR/P10, microfones/instrumentos) mais 4 canais estéreos (2xP10, para instrumentos). A versão 3242 conta com 24 canais mono (XLR/P10) mais 4 canais estéreos. Como o fabricante conta cada canal estéreo como 2 (aliás, quase todos fazem assim), daí temos o nome de 24 e 32, respectivamente (16+8 e 24+8). O número 4 seguinte refere-se à existência de 4 submasters, recurso mais que bem vindo e o número 2 são os canais de saída estéreos.

Os recursos por canal são muito parecidos com uma mesa Ciclotron da linha CSM. Ganho, filtro para corte de graves, equalização com semi-paramétrico, 2 auxiliares pré e dois pós-fader, mute. Um conjunto comum, mas suficiente para o trabalho. Há faders grandes e bastante precisos, 60mm. As luzes indicativas são um show à parte: há luz indicativa de mute, luz indicativa de clipagem (pico) e luz de sinal. Ponto em relação a Mackie CFX: essa não tem luz de Mute, e isso faz uma falta enorme na hora de operar....

A luz de sinal funciona de maneira diferente das luzes encontradas nas Ciclotron CSM e Mackie 1604VLZ Pro, mas de maneira idêntica à Mackie CFX. A luz amarela de sinal só acende quando o sinal alcança o nível de 0dB. No manual é ensinado que a luz de sinal deve ser ajustado da seguinte forma: coloca-se o fader na posição 0dB, então se vai aumentando o ganho até a luz começar a acender. Diminui-se um pouco e pronto, está regulado. Nessa condição, o sinal está na melhor relação sinal/ruído possível. Em condições normais, a luz acenderá então somente nos picos musicais. Não confunda com luz de pico: quando o 0dB acende, o sinal ainda está longe de clipar (a luz de pico só acende quando estiver clipando). A vantagem dessa forma de trabalhar é que, ajustado todo um conjunto de microfones para vários cantores, por exemplo, dá para saber exatamente quem está sobressaindo (a luz acende mais vezes e com mais intensidade).

Na Mackie 1604VLZ Pro, copiado pela Ciclotron na linha CSM, a luz de sinal funciona com intensidade variando com o nível de sinal que chega no canal. Esse sistema é ótimo: avisa que está chegando sinal ou não da fonte sonora sempre, mesmo com o nível de sinal baixo. É melhor para trabalhar. O ruim é que, com vários canais ao mesmo tempo, é mais difícil identificar algum que esteja sobressaindo (mas não impossível, a luz brilha mais que as outras, mas a diferença é sutil e exige atenção). De qualquer forma, prefiro este sistema, então ponto para a Ciclotron e a mesa CSM. Aliás, algumas mesas CSM tem os dois sistemas: uma luz de sinal e uma de 0dB, além da de clipagem. É igualzinho a um semáforo: verde (sinal), amarelo (0dB) e vermelho (clip). Excelente, na verdade o melhor de todos. 2 pontos para o quesito “luzes” para a Ciclotron.

Quanto ao que interessa, qualidade de som, a Behringer chama seus pré-amplificadores de microfone de “Invisible”, pois é como se não existissem, de tão lineares. O que posso dizer, já tendo trabalhado com as 3 mesas, é que as Mackie são muito superiores em pré de microfone, dando muito mais agudo. A Behringer é de muito boa qualidade, e a Ciclotron CSM tem bons prés, mas o da Behringer é melhor.

Quanto à equalização, a da Mackie é insuperável. Um pouquinho só já faz uma diferença muito grande. Na Behringer a equalização é muito boa, pouca coisa melhor que as CSM.

Os recursos por canal não tem nada de mais. Quem já trabalhou com CSM salta para a Behringer fácil, fácil. Mas o que impressiona nessa mesa é o lado direito, onde ficam o equalizador e os dois módulos de efeito.

O equalizador é um show. 9 faixas de equalização que afetam as saídas Master (L/R). Até aí, nada de mais. O legal é um recurso chamado FBQ, um detector de microfonias! Quando o FQB está acionado, um led existente em cada fader do equalizador acende, de acordo com a fonte sonora. Na verdade, funciona como um pequeno analisador de espectro. Dá para acompanhar a variação de freqüências exatamente pela fonte sonora: voz, música, um instrumento isolado. Quando acontece uma microfonia, o fader do equalizador acende mais que os outros, indicando que precisa ser atenuado. É um recurso muito útil em eventos em locais diferentes, quando precisamos ajustar a acústica do local. Ponto para Behringer, aliás, acredito ser tecnologia exclusiva, pois não vejo isso em nenhuma outra marca.

A mesa ainda tem dois módulos de efeito. Dá para usar os dois independentemente, para os canais que quiser. Aliás, além de efeitos propriamente ditos (delay, rever, chorus, flanger, etc), contam ainda com compressor – expansor e gate, além de outras coisas úteis: um gerador de sinal, etc. Impressionante. A única coisa ruim é que todos os ajustes são automáticos, não sendo possível alterar limites, temporizações, mas aí é pedir demais mesmo. De qualquer forma, quem exigir um reverb com tantos milissegundos de temporização pode ligar efeitos externos, desativando automaticamente os internos. Fantástico. Compre uma mesa e ganhe equalizador, efeitos, compressor, gate, gerador de sinais, tudo isso embutido. É uma senhora economia.

Por último, a mesa ainda tem saída mono e saída para subwoofers, inclusive com escolha da freqüência de corte. E talkback, para quem quiser utilizá-la em estúdios.

Quanto a resistência, a Behringer diz na propaganda da mesa que a mesma é construída em um chassis “super resistente”, feito para resistir às mais adversas condições de estrada (será que eles fizeram testes no Brasil?). A fonte de alimentação é “superdimensionada”, variando automaticamente entre 100 e 240Volts, e imune a variações de voltagem (alguém já viu isso no Brasil?).

A Behringer nunca teve boa fama quanto à resistência dos seus equipamentos. As maiores reclamações são quanto a pouca resistência aos buracos das estradas brasileiras e problemas com o calor. Nada anormal em se tratando de um produto projetado na Alemanha, país de clima frio e onde as estradas são verdadeiros tapetes. Isso principalmente com os equipamentos antigos, de antes de 2003. De lá para cá, se as coisas realmente melhoraram, ainda não deu para dizer, mas a proposta da empresa realmente mudou: estão buscando excelência.

De qualquer forma, conversando com um vendedor ele disse que algumas dessas mesas deram problemas na parte de efeitos. Essa versão se corroborou quando vi à venda a mesma mesa, mas sem os módulos. Havia uma chapa de metal no lugar deles. Tanto pode ser produtos que deram defeitos, foram trocados em garantia e depois postos à venda por um preço mais em conta como também podem ser um produto novo, mais barato, para ganhar mercado. Fora isso, as 3 mesas dessas que já vi em uso nas igrejas não tiveram problema algum ainda, e olha que trabalham todos os dias.

O preço é o grande atrativo dessas Behringer, mas por motivos um pouco complicados. Oficialmente, o custo delas é de R$ 2.200 a 2.500,00 o modelo 2442 e 3.000 a 3.200,00 o modelo 3242. Um pouco mais caro que uma Ciclotron CSM 16 ou CSM 24.4, mas com a enorme vantagem de trazer equalizador, efeitos e mais 4 canais (os estéreos). Garantia de 01 ano.

Se dermos uma “navegada” no site do Mercado Livre e procurarmos essas mesas, vamos encontrar os preços de aproximadamente R$ 1.600,00 (versão 2442) e 2.200,00 (versão 3242). Isso é contrabando, alimenta o crime organizado, etc e tal, mas.... a diferença é de quase 50% a mais. Isso tudo de impostos! Bem, os “vendedores” costumam dar 3 meses de garantia. Não vou entrar no mérito de quem está certo ou não. Daí a César o que é de César, a gente aprende, mas 50% a mais dói muito.

Só não pode dar defeito. Não por causa da marca nem do produto não, mas porque é equipamento importado. O conserto será caro e demorado. Ainda assim, se é para usar na sua igreja, com um lugar firme e com energia limpa (um estabilizador resolve), o produto é mais que recomendado. Hoje é a mesa com o melhor custo/benefício que se pode comprar. Ciclotron? Nem de longe!

Produto recomendado!
 
Boa explanação sobre mesas diferentes.
A behringer realmente vem se superando.
Concordo na questão custo benefício, a CSM é "seca", não tem nada, e eu digo pq uso duas 24.4.

Abçs
 
Olá a todos

Este fórum está sendo uma benção na minha vida, pois estou aprendendo muitas coisas!

Aproveitando o assunto deste tópico, tenho uma dúvida sobre esta mesa:

*Eu posso utilizar ao mesmo tempo os dois tipos de saída main (P10 e XLR)?

No manual consta que pode utilizar saídas main p10 do mesmo jeito que XLR, mas não explica se podem ser usadas ao mesmo tempo.

Queria utilizar a saída main P10 como um "espelho", pois eu precisaria ligar 1 par de caixas ativas + 1 par de caixas passivas (as caixas passivas alimentadas por um amplificador/potência).
Tenho 2 equalizadores disponíveis.

Ou seja, ficaria assim:
MESA (LR XLR) -->EQ1->1 par de CAIXAS ATIVAS
MESA (LR P10) -->EQ2->AMPLIFICADOR-->1 par de CAIXAS PASSIVAS

Ou teria outro jeito??

Muito Obrigado
Rafael
 
A Mackie que eu uso na igreja tem a saida Main com os dois conectores, inclusive uso as duas ao mesmo tempo, creio que a Behringer tambem seja assim.

Nao custa nada testar...
 
:shock: :D Mais que resposta rápida!!rsrs

Ok, irei testar. Obrigadão :p

Na igreja, as caixas Ativas (Antera Cp 15.1a) são como caixas de frente, e as caixas passivas (acho q é Staner) para o retorno.
Mas começamos a fazer evangelismo e levamos o som inteiro da igreja pro local desejado.
Mas para ter mais volume, e não forçar as Anteras, resolvemos colocar os retornos como caixa de frente e também arrumamos um subgrave.
Temos uma outra caixa (não lembro o modelo) que poderá ser usada para retorno, e como o amplificador é de 2ohms, pode-se usar os dois canais para alimentar as caixas passivas.
Aí por isso surgiu a dúvida da ligação.


Teria alguma outra maneira eficiente de fazer isso que eu quero?
Precisa criar um outro tópico? pois o assunto é diferente...

Faz uns meses que já venho acessando este fórum/site, e os artigos e a explicação da galera tem me ajudo muiiitooo a operar o som da minha igreja.

Muito Obrigado
Rafael Fernando
 
Humm... era o que eu estava pensado. Realmente tem vários jeitos diferentes para fazer a mesma coisa.
Hoje a noite tem culto, aí antes de começar irei fazer os testes. Mas deve dar certo sim.
Obrigado pela ajuda

medrmf disse:
Outra: tenho quase certeza (temos uma mesa dessa mas estou longe dela ou do manual) que a mesa possui uma segunda saída de áudio com o mesmo conteúdo da "main" mas com controle por potenciômetro (controle giratório).
A outra saída que tem controle através de um slider é a "MONO"?
 
Back
Topo