O mapa do alinhamento de sistemas de sonorização

bersan

Administrator
Moderador
Olá gente,

estou só postando a pedido do Aldo Soares, ele quer começar uma discussão sobre o assunto.

Fernando

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"Olá Pessoal.

Esses são os tópicos gerais sobre alinhamento de um sistema de sonorização.

1º Etapa

Antes de acionar a energia - Conferências e ajustes iniciais
Conferir a pinagem dos conectores e balanceamento do sinal, cabos.
Conferência da polaridade e fase acústica – Dos componentes da caixa acústica.

2º Etapa

Estruturar ganho entre equipamentos
- Mixer, Equalizador, Gerenciador, amplificadores.

3º Etapa

- Determinando o corte das bandas nas caixas acústias (em conformidade com os limites dos componentes envolvidos)
- Encontrando os tempos de atraso das bandas.
- Alinhando a amplitude das bandas.
- Alinhando a amplitude das freqüências.
- Ajustando os limiter’s das bandas.
- Ajustar o tempo, entre os elementos, dentro do arranjo das caixas, quando aplicado.

4º Etapa

- Encontrando o tempo das torres de delay.
- Ajustando os níveis de intensidade entre o sistema principal e as torres de delay.
Com equalizador gráfico e/ou paramétrico insertado no master do sistema:
- Alinhamento de freqüências para o conjunto acústico do local (Acústica do ambiente e sistema de sonorização, as caixas acústicas).
– Avaliação subjetiva. São aos ouvidos que o sistema deve soar bem!

Na medida dopossível vou tratando de cada tópico e das suas dúvidas.

Abraços.

Aldo R Soares
 
Observação minha (totalmente desnecessária, mas não custa lembrar):

Gente, aproveitem a chance. Perguntem tudo o que puderem e mais um pouco! O homem sabe muito!
 
Olá Aldo, primeiramente obrigado pela disposição.

O alinhamento é algo deveriamos estar familiarizados, mas acho que sempre fica algo que poderia ser melhorado, aliás acredito que é nele que está a tal "mágica" do negócio.

Bom nas primeiras 2 etapas estou até que tranquilo, mas na terceira já enroscou:

- Ajustar o tempo, entre os elementos, dentro do arranjo das caixas, quando aplicado.

Isso seria no caso de Lines e sistemas de Cluster's?

- Ajustando os níveis de intensidade entre o sistema principal e as torres de delay.Com equalizador gráfico e/ou paramétrico insertado no master do sistema:

Qual é a intensidade que deve chegar na primeira torre de delay? Partindo por exemplo de tantos dB na housemix que estaria a tantos metros? Sei lá? E o uso do equalizador? Desculpe-me pela ignorância.

Abraço,

Marcelo
 
Já que o Bersan pediu pra aproveitar, eu nem queria kkk vou começas as perguntas.


Uma coisa que ainda tenho muita duvida é com estrutura de ganho, li um pouco na audio list sobre estrutura de ganho de amplificadores, eu entendo muito bem na teoria, mas na pratica não sai nada kkkk
Pelo que li por exemplo um amplificado não precisa ter os seus potenciometros no nivel maximo pra ele antigir o maximo da sua potencia.
vi tb que essa etapa é muito importante pra evitar a queima de componentes ( falantes e drivres ) pq se não fizer isso, o amp pode estar clipando e o vu da mesa não indicar isso, e fazendo a estrutura de ganho quando o amp clipar a mesa vai clipar tb. a teoria é otima, mas e na pratica como se faz ?

O mesmo pra microfones, ja li tb aqui no SAV um artigo sobre estrutura de ganha onde se explica que na pratica pode ligar o mic na mesa selecionar a função solo e ir abrindo o ganho até dar microfonia ou o mic clipar ( acho que foi isso que eu li ) quando se chegar nesse ponto vc reduz um pouco e começa a usar o fader da mesa. No meu caso nao funcionou, uso uma mesa 03d da yamaha, ligo o mic, vou na função solo do canal, mas mesmo que eu abra o ganho todo com o fader todo baixo os vu´s não saem do lugar .... isso me mata ...


Sobre 3ª etapa

Determinando o corte das bandas nas caixas acústias (em conformidade com os limites dos componentes envolvidos)
como determinar os cortes ? tipo nos subs uso falantes snake esx185 qual o corte usar para que eu possa usar toda a potencia do falante sem queima-lo ?
 
Acho que tenho mais dúvidas que o resto da galera, sou mais novo no audio, e muito curioso.

- Encontrando os tempos de atraso das bandas.
- Alinhando a amplitude das bandas.
- Alinhando a amplitude das freqüências.
- Ajustando os limiter’s das bandas.

Amplitude das bandas como assim?
E o trabalho realizado na equalização usando pinknoise e RTA, onde temos que deixar a resposta a mais plana possivel?
O limiter das bandas nem faço ideia. :oops:

4º Etapa

- Encontrando o tempo das torres de delay.
- Ajustando os níveis de intensidade entre o sistema principal e as torres de delay.
Com equalizador gráfico e/ou paramétrico insertado no master do sistema:
- Alinhamento de freqüências para o conjunto acústico do local (Acústica do ambiente e sistema de sonorização, as caixas acústicas).
– Avaliação subjetiva. São aos ouvidos que o sistema deve soar bem!

Aqui acho que não sei nada.
A galera mais experiente pode ir dando uma mãozinha pro Aldo ne?

Aldo, muito obrigado por se dispor a ajudar!!!
Ate +
 
Tenho a impressão que esse tópico dará um belo artigo:

"O Alinhamento A Arte" ou como acharem melhor chamar...

Acho que esse pode ser o ponto mais crítico e delicado de um sistema, uma coisa é alinhar ao ar livre e outra é alinhar em ambientes fechados:

Alinhamento de freqüências para o conjunto acústico do local (Acústica do ambiente e sistema de sonorização, as caixas acústicas).

Acho que em eventos ao ar livre a coisa fica um pouco mais tranquila, pois não precisamos nos prender tanto na acústica do local.

Eu com a minha mania de inventar teorias em tudo, parto do princípio que em se tratando de equalização existem dois modos (isso é coisa da minha cabeça, talvez tenha lido em algum lugar mais não me lembro).

A equalização artística e a corretiva. Ao livre podemos "abusar" um pouquinho, incrementar uma ou outra banda de acordo com:

Avaliação subjetiva. São aos ouvidos que o sistema deve soar bem!

Isso é muito pessoal, aos ouvidos de quem? Meus ou do público? Aí é que está o grande lance, acho que dever ser ao nosso e ao do público ao mesmo tempo, como? Se a grande maioria do público só sabe dizer se está bom ou se está ruim?

Avaliando o tipo de música e programa, a proposta do evento ou show, o tipo de público, a acústica do local e enfim o gosto pessoal do operador, dependendo da situação essa ordem fica bem aleatória, de forma que temos que priorizar o ponto mais fraco.

Local fechado, dar ênfase à acústica do local, por exemplo e por aí vai. Estilo musical, gosto, público e proposta. Acho que os mais difíceis a serem alinhados são os de Jazz com aquelas Big Band, toda aquela metaleira variando em até +-20dB, deve ser de doer. O técnico tem que estar familiarizado com cada música a ser tocada e com cada músico que irá se destacar em algum momento da música, afinal uns se emocionam (empolgam-se) mais e outros menos e por aí vai.

Realmente só de pensar acho que o alinhamento é um elo muito, mas muito fraco de todo o sistema. Eu pela primeira vez tive o privilégio de estar presente na AES deste ano na demonstração de comparação dos sistemas de Lines, Array, o que será que aconteceu? Porque todos os Lines roncaram na última música? (com pegada eletrônica)

Depois daquela noite vi o quando é sensível e delicado um sistema desses...Fiquei até amedrontado!

Abç,

Marcelo
 
Olá Pessoal,
Realmente fiquei surpreso com a imediata resposta de vocês.
Acredito que tenha errado em postar só os tópicos.
Entre hoje e sábado vou escrever sobre os detalhes de cada tópico e posto aqui.
Aguardem só um pouquinho.
Abraços
 
Olá Aldo e Bersan.

Já que vamos falar de alinhamento, pq não falar sobre todos as etapas, de acordo com a sequência que foi proposta pelo próprio Aldo ?

Assim, o Aldo pincela sobre os tópicos abordados e irão surgir as dúvidas pertinentes à cada assunto.

Acredito que assim fica menos bagunçado e o tópico fica mais amplo.

Abraços.
 
aldo disse:
Olá Pessoal,
Realmente fiquei surpreso com a imediata resposta de vocês.
Acredito que tenha errado em postar só os tópicos.
Entre hoje e sábado vou escrever sobre os detalhes de cada tópico e posto aqui.
Aguardem só um pouquinho.
Abraços


Eba, massa isso vai ser o fileh da bahia :D
 
Aldo escreveu:

Entre hoje e sábado vou escrever sobre os detalhes de cada tópico e posto aqui.
Aguardem só um pouquinho.
Abraços

Aldo, não se preocupe, sabemos que trabalha muito. Esperaremos o tempo necessário.

Abç,

Marcelo
 
Olá Pessoal,
Então vamos detalhar melhor cada etapa.
Hoje vamos começar pela 1ª. Amanhã continuo.


1º Etapa – Etapa de conferência e checagens.

Essa é uma etapa no alinhamento que é fundamental e determinante sobre as demais. Você não pode passar para frente sem que todas as checagens sejam realizadas.

O primeiro ponto é sobre os cabos.

Os cabos geralmente custam em torno de 10% de um sistema e é o seu elo fraco.
Os cabos são responsáveis por conduzir a música boa ou ruim. Os sinais de áudio com graves, médios e agudos, mesmo que ao final dessa condução os agudos tenham ido para o espaço, hehe.

Os cabos possuem quatro características básicas, a condutância e a resistência (que são características correlacionadas) e também, a capacitância e a indutância.

Trocando em miúdos, a capacidade de conduzir influenciará as perdas de sinais em função da dimensão, a capacitância influenciará as freqüências altas e a indutância as freqüências baixas. O resultado das propriedades dessas características nos dirá se o cabo é bom ou ruim.

No ano passado, ou foi no retrasado? Realizei vários trabalhos técnicos de demonstração do Digital Snake da Roland. O que mais chamava a atenção era a reação das pessoas ao descobrirem as perdas de graves e agudos que os seus multicabos impunham os sinais. Era interessante!
O Técnico do Charles Aznavour teve uma grata surpresa ao realizarmos um teste AB entre o Digital Snake e um Concert 56 da Whirlwind. Por fim, os shows foram com o Digital Snake.

E veja, não estou aqui para dizer-lhes –“troquem os seus multicabos para um sistema digital”. Só estou dizendo que muitos sistemas pagam a conta dos cabos!
Não acreditem que os cabos não farão diferença, por que farão!





Dito isso, passemos ao Balanceamento dos sinais.

Sempre utilizem sinais balanceados!

Resumindo a história, eles são balanceados para rejeitar os ruídos de interferências que os cabos captam.
O resultado de todo o processo de balanceamento de um sinal é a rejeição total de ruídos e um incremento de 6 dB ao sinal original!

Meu amigo David Fernandes escreveu um artigo muito bom sobre o tema, não vou nem entrar em detalhes, leiam o artigo dele e vamos comentar aqui. (<!-- m --><a class="postlink" href="http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/sonorizacao/balanceamento_sinais.htm" onclick="window.open(this.href);return false;">http://www.musicaeadoracao.com.br/tecni ... sinais.htm</a><!-- m -->)
Se o artigo também estiver postado aqui no Som ao Vivo, por favor, incluam o link.


http://www.somaovivo.mus.br/downloads/artigo06_balanceamento.pdf


Por fim, mas, não menos importante é saber se os alto-falantes e as caixas acústicas estão com a mesma polaridade em suas conexões (o positivo sendo o positivo e o negativo, negativo), em todas as caixas e em todos os alto-falantes.

A questão é que esse assunto também nos leva a outro, casamento de impedâncias, mas, o pressuposto é que isso já tenha sido feito, se não, não seria alinhamento, mas, montagem, configuração e alinhamento, hehe.
Até podemos entrar em mais detalhes, mas, não por agora. Vamos nos concentrar no alinhamento.

Também é possível alterar, intencionalmente a polaridade, dos alto-falantes e drivers e também a fase do sinal, em busca de uma alteração das coberturas verticais e horizontais de um sistema. Mas, esse é um caso de exceção e de uso aplicado. Requer um profissional experiente e qualificado para isso.

Para todos os demais casos. É importante manter a polaridade correta, em função de uma ligação e paralelo entre as caixas acústicas.




Depois que essa primeira etapa está concluída, vamos às outras.

Mas, trataremos das dúvidas antes.
Abraços
 
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