Bersan disse:
1) Tanto no caso da minha igreja quanto no Anfiteatro, ambos se localizam em locais muito silenciosos, com nível de ruído na faixa de 50dB, de área residencial mesmo. Por isso os valores encontrados no decibelímetro serem tão baixos.
Repeti várias vezes essas medições para encontrar estes valores, até porque eu fiquei surpreso com eles. A pregação na minha igreja na verdade é na faixa de 70dB em média, e para você ter idéia, e ainda consigo ouvir alguma coisa lá de casa, a uns 50 metros de distância (moro próximo), do outro lado da rua.
O nível de ruído levado em consideração é aquele composto pelos ruídos externos, conversação na igreja etc. Esta medição deve ser feita antes do início do culto e não durante.
A partir do momento que vc mede o SPL com o sistema de sonorização em funcionamento, já não se considera mais ruído ambiente. Pelo que vc disse, acredito que o ruído do Anfiteatro deve ficar em torno de 60 dB.
Bersan disse:
2) Eu até entendi o caso entre a potência ser por caixa, como vimos nos comentários do outro artigo. Mas lá eu postei exatamente aquela foto que disse que é semelhante à minha igreja, e o Spurgeon fez os cálculos de soma de dB e falou que realmente é válido, que a potência poderia ser dividida pelas caixas. Mas isso considerando a dispersão sonora da caixa, o posicionamento da mesma e a pequena largura da igreja (a largura da igreja da foto é bem maior).
Os cálculos de EPR são feitos para fonte única. Caixas arranjadas em cluster funcionam como fonte única, caixas separadas não. Para caixas separadas há necessidade de que se calcule a EPR para cada uma delas, porque, em teoria, cada uma cobre uma área diferente, mesmo que as projeções sonoras se sobreponham em alguns pontos.
Bersan disse:
Não estou dizendo que você está errado e ele certo, mas por favor dê uma olhada nos comentários, foi na época da AES e talvez tenha passado batido. Ainda assim, você está certo em dizer que os tempos de chegada são diferentes. Isso vai resultar em comb filter, atenuação de algumas frequências e reforço de outras. Realmente, não lidei (e ainda não sei lidar) com esta situação.
Será que, mesmo com esses reforços e atenuações, a média não continua a mesma (a soma das 2 caixas)???
No ouvinte mais afastado talvez seja, mas não nos mais próximos. Quem estiver mais próximo de uma caixa receberá o nível de pressão sonora desta caixa e praticamente nenhum da outra. No caso do cluster, a distribuição da pressão sonora é mais homogênea.
Bersan disse:
3) Sobre a igreja com 2 clusters, sei sim que precisa de delay, que o correto é assim (e faz uma tremenda diferença). Entretanto, desconheço os motivos da diminuição de 10dB. Sempre ouvi falar que o deslocamento da imagem é feita apenas pelo tempo de delay.
Você poderia explicar os motivos desses 10dB? Realmente, não faço idéia.
O tempo de delay resolve o problema de atraso entre a torre principal e a secundária. Quem faz o deslocamento da imagem sonora é a diferença de SPL. A torre de delay é apenas para reforço... completar o que falta da torre principal. Quem estiver próximo às caixas de delay vai ouvir os dois sons: da torre principal e da de delay... como o volume da torre principal é mais alto, a impressão do ouvido é que o som vem apenas da frente, mas se vc desligar a torre de delay, a diferença para pior será notável.
4) Deixe eu acrescentar uma pergunta: quando estamos com clusters, temos um ganho de +3dB por causa do acoplamento acústico. Fiquei sem saber o que fazer com este valor. Posso descontá-lo no TPM? Posso reduzir a potência à metade? Por não saber, não usei. Deixei como headroom do sistema.
Vc deve tratar o cluster como se fosse uma caixa apenas. No final, quando vc já tiver calculado a potência necessária para o cluster, divida-a pelo número de caixas do cluster. O que vai mudar neste caso é o valor da sensibilidade... Exemplo: se vc tem um cluster com duas caixas, cada uma com 100 dB de sensibilidade, o valor da sensibilidade que será usado na fórmula para cálculo da EPR do cluster será 100 + 3 = 103 dB.
No que diz respeito ao TPM, apesar de se recomendar a utilização de TPM = 10 para voz e TPM = 20 para música, seu valor é arbitrado. Dependendo da situação (ruído ambiente, tipo de música etc), vc pode variar o TPM para uma situação de projeto melhor.
Bersan disse:
Assunto difícil, complicado, mas fascinante.
É verdade... e a melhor forma de entendê-lo é praticando.
Bersan disse:
Um abração, e obrigado pela ajuda. Ah, tá fazendo monografia de pós-graduação para ganhar aumento também? Se for, estou no mesmo barco, fazendo sobre aquisição de bens de informática pela Adm Pública.
As aulas terminaram neste último fim de semana... agora só falta entregar a monografia, que está quase pronta... estou quase lá... rssss...
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