Olá a todos,
esta semana aconteceu algo que muito me lembrou um artigo, escrito já a 2 anos, em que comparamos o operador de som com o juiz de futebol. (<!-- m --><a class="postlink" href="http://www.somaovivo.mus.br/artigos.php?id=41">http://www.somaovivo.mus.br/artigos.php?id=41</a><!-- m -->)
Uma das coisas mais raras de se ouvir, como operador, é um elogio. Você pode se esforçar ao máximo, chegar o quão cedo que for, ter um trabalhão para conseguir os equipamentos, planejar tudo, etc e etc, e fazer um evento todo perfeito que ABSOLUTAMENTE NINGUÉM vai lembrar que o som existe, e consequentemente ninguém vai te elogiar por tudo o que foi feito.
Os únicos elogios que eventualmente possam surgir são de outros operadores de som, que assim como você sabem muito bem o trabalhão que dá fazer um evento, ainda mais um evento perfeito.
Pessoalmente nunca vi isto como problema, pois importa é que o Senhor Deus elogie, é para Ele e por Ele que fazemos este trabalho. Mas que um elogio seria bom para o ego, ninguém pode dizer que não. Pelo menos é o reconhecimento por um bom trabalho. Sempre que ouço bons trabalhos de sonorização, vou procurar o operador para elogiar (fazer com os outros o que eu gostaria que fizessem comigo).
Em compensação, quando alguma coisa dá errado... não precisamos nem comentar. É idêntico ao juiz de futebol: se a arbitragem for impecável, não ganha sequer uma nota no jornal. Se for ruim ou tendenciosa, é destaque de primeira página!
Mas esta semana recebi um elogio, muito marcante. Então, vou contar a história para vocês.
Em Julho/2007 fiz o casamento de uma prima da minha esposa. Casamento que envolve família exige mais atenção ainda, pois qualquer problema te sacrificam em casa também. Foi tudo perfeito, graças a Deus, ficou muito bom mesmo. Tão perfeito que, acabado o casamento, os vários pastores vieram me cumprimentar, coisa que não acontece muito. Mas ainda não foi este o elogio.
Claro que um casamento exige preparo, e assisti a vários ensaios do grupo de cantores/músicos. Os ensaios não foram fáceis. Várias correções a serem feitas, por exemplo:
- ensinar o pessoal a segurar microfone corretamente. uma, duas, três... quinze, vinte vezes, até o pessoal aprender mesmo. O suficiente para chegar ao ponto de eu "olhar feio" e a pessoa já se acertar;
- acertar posicionamentos. Os metais na frente das cordas, e não o contrário, para evitar que os metais vazassem nos mics das cordas.
- diminuir o volume de alguns microfones de pessoas que cantam muito alto, mas que não cantam bem (desafinados).
- ensinar os músicos (instrumentos microfonados) a ligar/desligar o microfone (a chave do próprio mic), de forma a ajudar o operador (evita que eu fique mutando ou não). Vai tocar, liga o mic. Não toca, desliga o mic. Mais 20 vezes falando isto em cada ensaio até o pessoal aprender.
- e cobrando horário. Todo mundo mora próximo da igreja mas eu não, era meia hora de carro para chegar lá, e eu era o primeiro a chegar, enquanto quem mora do lado chegava atrasado. Reclamei inúmeras vezes disto.
Eu não ensaiava o grupo, era outro rapaz, só acertava os "detalhes técnicos". Mas que tinha muito detalhe a resolver, isto tinha.
Mas passado este tempo todo, o pastor da igreja onde foi feito o casamento, me chamou. Havia outro casamento, e ele pediu para eu cuidar do som. E me falou mais ou menos o seguinte.
"No casamento da sua prima, várias pessoas vieram reclamar comigo que você é muito chato. Que fica cobrando as mesmas coisas repetidas vezes, que briga com o pessoal que chega atrasado, que mudou coisas que o pessoal sempre fez e segundo eles funcionava bem. Na época, eu nem falei nada porque o pedido de você cuidar do som foi do seu tio, que é muito meu amigo. Mas foi o melhor som na igreja que eu já vi na minha vida. Então, pode ser chato à vontade, cobra mesmo do pessoal, mas faz neste casamento o mesmo som que daquela vez."
Bem, eu agradeci muito o elogio. Meio "torto", é verdade, mas muito marcante!
Um abraço,
Fernando
esta semana aconteceu algo que muito me lembrou um artigo, escrito já a 2 anos, em que comparamos o operador de som com o juiz de futebol. (<!-- m --><a class="postlink" href="http://www.somaovivo.mus.br/artigos.php?id=41">http://www.somaovivo.mus.br/artigos.php?id=41</a><!-- m -->)
Uma das coisas mais raras de se ouvir, como operador, é um elogio. Você pode se esforçar ao máximo, chegar o quão cedo que for, ter um trabalhão para conseguir os equipamentos, planejar tudo, etc e etc, e fazer um evento todo perfeito que ABSOLUTAMENTE NINGUÉM vai lembrar que o som existe, e consequentemente ninguém vai te elogiar por tudo o que foi feito.
Os únicos elogios que eventualmente possam surgir são de outros operadores de som, que assim como você sabem muito bem o trabalhão que dá fazer um evento, ainda mais um evento perfeito.
Pessoalmente nunca vi isto como problema, pois importa é que o Senhor Deus elogie, é para Ele e por Ele que fazemos este trabalho. Mas que um elogio seria bom para o ego, ninguém pode dizer que não. Pelo menos é o reconhecimento por um bom trabalho. Sempre que ouço bons trabalhos de sonorização, vou procurar o operador para elogiar (fazer com os outros o que eu gostaria que fizessem comigo).
Em compensação, quando alguma coisa dá errado... não precisamos nem comentar. É idêntico ao juiz de futebol: se a arbitragem for impecável, não ganha sequer uma nota no jornal. Se for ruim ou tendenciosa, é destaque de primeira página!
Mas esta semana recebi um elogio, muito marcante. Então, vou contar a história para vocês.
Em Julho/2007 fiz o casamento de uma prima da minha esposa. Casamento que envolve família exige mais atenção ainda, pois qualquer problema te sacrificam em casa também. Foi tudo perfeito, graças a Deus, ficou muito bom mesmo. Tão perfeito que, acabado o casamento, os vários pastores vieram me cumprimentar, coisa que não acontece muito. Mas ainda não foi este o elogio.
Claro que um casamento exige preparo, e assisti a vários ensaios do grupo de cantores/músicos. Os ensaios não foram fáceis. Várias correções a serem feitas, por exemplo:
- ensinar o pessoal a segurar microfone corretamente. uma, duas, três... quinze, vinte vezes, até o pessoal aprender mesmo. O suficiente para chegar ao ponto de eu "olhar feio" e a pessoa já se acertar;
- acertar posicionamentos. Os metais na frente das cordas, e não o contrário, para evitar que os metais vazassem nos mics das cordas.
- diminuir o volume de alguns microfones de pessoas que cantam muito alto, mas que não cantam bem (desafinados).
- ensinar os músicos (instrumentos microfonados) a ligar/desligar o microfone (a chave do próprio mic), de forma a ajudar o operador (evita que eu fique mutando ou não). Vai tocar, liga o mic. Não toca, desliga o mic. Mais 20 vezes falando isto em cada ensaio até o pessoal aprender.
- e cobrando horário. Todo mundo mora próximo da igreja mas eu não, era meia hora de carro para chegar lá, e eu era o primeiro a chegar, enquanto quem mora do lado chegava atrasado. Reclamei inúmeras vezes disto.
Eu não ensaiava o grupo, era outro rapaz, só acertava os "detalhes técnicos". Mas que tinha muito detalhe a resolver, isto tinha.
Mas passado este tempo todo, o pastor da igreja onde foi feito o casamento, me chamou. Havia outro casamento, e ele pediu para eu cuidar do som. E me falou mais ou menos o seguinte.
"No casamento da sua prima, várias pessoas vieram reclamar comigo que você é muito chato. Que fica cobrando as mesmas coisas repetidas vezes, que briga com o pessoal que chega atrasado, que mudou coisas que o pessoal sempre fez e segundo eles funcionava bem. Na época, eu nem falei nada porque o pedido de você cuidar do som foi do seu tio, que é muito meu amigo. Mas foi o melhor som na igreja que eu já vi na minha vida. Então, pode ser chato à vontade, cobra mesmo do pessoal, mas faz neste casamento o mesmo som que daquela vez."
Bem, eu agradeci muito o elogio. Meio "torto", é verdade, mas muito marcante!
Um abraço,
Fernando