Olá gente,
sou o felicíssimo dono de um DEQ-2496, o qual considero um equipamento excelente. Eu já deveria ter escrito sobre ele há muito, mas vamos lá.
Vou começar logo pelos problemas:
- há diversos relatos de mal-contato. Pode ser tanto os cabos flats que dão mal-contato com o conector quanto a EPROM que solta do soquete. Em ambos os casos, é tirar o equipamento do rack, desmontar, apertar tudo novamente e ligar.
O meu chegou assim, vítima de transporte dos Correios, e olha que na caixa orginal. O painel não acendia. Foi só acertar o flat e resolveu. Fora isto, já viajou muito comigo, sempre dentro do rack, e não deu mais problema.
As vantagens:
Em um único aparelho, você tem:
- Equalizador gráfico de 31 bandas
- Equalizador paramétrico de até 10 bandas, "Q" ajustável
- Equalizador ajustado por dinâmica (para fazer D-Esser, por exemplo)
- Feedback Destroyer
- Delay de torres de PA (dá para fazer uma torre principal + 2 torres de delay)
- Compressor com limiter
- RTA / decibelímetro, incluindo função análise simultânea
Traduzindo: tem tanta função aí que eu nunca usei algumas! Função é que não falta, mas isto trás um problema: não é um equipamento fácil. O manual é decente, mas parte de um pressuposto: que será operador por pessoas com conhecimento de áudio. Ele realmente exige um operador que conheça muito de áudio.
Agora, se você não quer trabalhar com sistemas multivias (onde o DCX-2496 da Behringer cairia bem), É O SEU EQUALIZADOR. Muitas funções por um preço incrível.
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Qualidade sonora.
Já comparei ele com um TGE 2313 Ciclotron e um analisador Phonic PAA3. Fiz o RTA de um Anfiteatro nosso assim. (foi o teste inaugural do RTA da Phonic também). Foi da seguinte forma:
Montagem:
- MESA CMC 40 XLIS - DEQ2496 - amps Dynamic (TIP com novo nome).
Fizemos:
- introduzimos ruído rosa na mesa, na entrada de RCA mesmo
- fizemos o ajuste de equalização pelo DEQ2496, até deixar o sistema flat, com roll-off de 100Hz para baixo e queda de -6dB de 4KHz até 20KHz (aprendi isto com o Fred Júnior, do IATEC, você vai caindo -0,5dB a cada frequência acima de 4KHz).
Feito isto, comparamos o resutaldo do RTA do DEQ com o PAA-3. Idênticos, sem tirar nem por. Detalhe: mesmo com o uso do notebook e a tela de 15", a tela do DEQ é melhor, mais fácil de visualizar.
Anotamos os parâmetros usados, frequência por frequência. Colocamos o TGE da Ciclotron com os mesmos ajustes de frequência usados no DEQ, e comparamos o resultado no PAA-3. Resultado: na maioria das faixas, funcionou bem, mas com alguma coisa a acertar. Isto é até esperado, pois no Behringer, o ajuste é extremamente preciso, ele informa variação de 0,5 em 0,5dB, enquanto no Ciclotron exatidão não é bem o forte. Mas...
...entre 8KHz e 10KHz, o PAA-3 detectou ainda a existência de um pico e um vale (verdadeiro buraco)!!! Em 8KHz a onda subia muito, e em 10KHz afundava muito. Isto era característica da caixa, a região de transição do driver de médio para o supertweeter, e com o Behringer algo como -6dB e +6 deu para acertar. Já com o TGE, levamos os faders correspondentes muito além dos -6 e +6dB para ter o mesmo resultado.
Resultado: a impressão que tivemos é que os faders do TGE sofrem do mesmo mal dos potenciômetros das mesas: você tem que tochar muito para dar resultado.
De qualquer forma, o resultado ficou muito bom. E o evento seguinte foi ótimo: os médios que sobravam em excesso desapareceram, e o som ficou ótimo. As regulagens da mesa ficaram muito mais próximas ao flat (sem excessos). Até menos microfonia deu.
No teste, não notamos diferença sonora do TGE para o DEQ. O SM-58 com a voz do sujeito parecia a mesma em ambos os equalizadores. Mas como só tinha homem, talvez houvesse diferença nos agudos, não foi possível testar.
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Curiosidade sobre o Behringer DEQ2496. Há uma empresa, na Inglaterra, que o compra, troca os prés por outros melhores, coloca uma fonte mais parruda e o vende destinado para o mercado Hi-Fi por 300,00 libras (ou euros, sei lá). Vende muito!
Um abraço,
Fernando