Olá gente,
acho que o Ewerton e o Fernando Roberto estão ambos em posições extremamente defensáveis.
O Ewerton está elogiando a altíssima qualidade de construção e sim, a qualidade sonora obtida por estes equipamentos. Sim, para a nossa realidade, tais equipamentos são absurdamente fantásticos.
O F.R. está falando nas complicadíssimas questões que podem aparecer quando alguém precisar da assistência técnica. Sim, para este tipo de produto, um defeito geralmente significa meses parado, esperando o fornecimento da peça quando não... encostar o aparelho. E Ewerton, isso rola mesmo com assistência técnica aqui no Brasil. Eles falam "a gente não tem a peça em estoque, vamos ter que importar" e lá se vão 2 meses com o equipo parado. Raríssimas são as exceções.
Se quisermos facilidade de manutenção, temos que ficar com os nacionais. Quem mora perto das fábricas tem até a facilidade de deixar o quebrado e já levar um bom na hora (ô sonho!). Existe muita coisa boa, claro, mas são poucos (pouquíssimos?) os equipamentos de nível altíssimo (e geralmente, com peças importadas e preço idem), aí a qualidade sonora deixa a desejar.
A manutenção de placas SMD não é impossível, mas é bem mais cara e é raro achar um bom técnico. A troca das placas defeituosas é muito mais comum (não é assim que a gente faz com o computador?), mas geralmente muito dispendiosa (como o F.R. comentou).
Acredito que essa situação vá perdurar ainda por bons anos, até a tecnologia SMD substituir de vez as outras. Mas há luz no fim do túnel*: já vemos esse movimento no áudio: diversos fabricantes brasileiros anunciaram novas caixas ativas "Agora com Amplificador Classe-D" (que 99% das vezes são SMD). Isso vai obrigatoriamente elevar o nível das assistências técnicas regionais.
Assim, fica a critério de CADA PESSOA a escolha do seu equipamento. Eu já fiz a minha: tirando os amplificadores, onde o Brasil não fica nada a dever para ninguém, o restante do meu equipamento é todo importado. Pessoalmente, prefiro assim, porque a qualidade sonora é muito maior, mas sei que qualquer problema = muita dor de cabeça. Mas interessante que os nacionais, por mais fáceis que sejam, já me deram muito mais trabalho que muitos importados de primeira linha, que se bem cuidados duram quase uma eternidade.
Aliás, falando de eternidade, como disse o poeta Vinícios de Moraes no Soneto da Fidelidade
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Eu só quero destacar uma coisa: quem compra um aparelho desses, de altíssima qualidade, não pode bobear no transporte, no uso, na ligação elétrica. Tem que usar case daqueles com bastante proteção, não pode carregar de qualquer jeito, tem que ter ligação elétrica de primeira qualidade.
Logo na primeira foto, tem um recado em inglês na caixa da Turbosound. "Esse equipamento exige ligação de aterramento". Coisa rara aqui no Brasil.... aqui, se quebrar o equipamento, a gente fala mal do fabricante, nunca mal da gente mesmo, que usou errado, fora das especificações.
Um abraço a todos,
Fernando
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* por anos, foi muito mais barato no Brasil produzir qualquer coisa com mão-de-obra abundante do que automatizar a produção. Salário mínimo era muito baixo e os robôs de solda caríssimos. Agora, salário mínimo está muito alto, e o preço dos robôs tem caído. Por enquanto, os fabricantes tem preferido importar placas SMD prontas, mas em alguns anos (uma década, talvez) acredito que vamos ver placas SMD montadas aqui, por robôs. Ou isso, ou as marcas nacionais vão acabar.