Vou transcrever um artigo do Sergio Izecksohn professor do curso Home studio no Rio de Janeiro
Home studios básicos
É impressionante como um sistema de poucos milhares de reais pode ser mais poderoso do que era um estúdio milionário de uma gravadora multinacional alguns anos atrás. Com criatividade, conhecimento e atitude, a mágica se realiza.
A bateria (bem) programada é um dos pulos do gato. Instrumentos virtuais como EZ-Drummer e BFD têm sons pré-gravados com uma qualidade difícil de se conseguir, mesmo em estúdios maiores. Alguns trazem inúmeros ritmos para auxiliar na programação. Assim, economizamos diversos microfones, uma mesa grande, noise gates, interfaces de áudio e muitos gigabytes do disco rígido.
Pistas de áudio de vozes e instrumentos acústicos e elétricos são gravadas através de uma pequena mesa ou um pré-amplificador, que envia os sons para a placa de áudio. É comum, em estúdios de todos os níveis, gravarmos uma guia e adicionarmos as partes uma a uma, dispensando as mesas maiores.
As placas da M-Audio são as mais usadas hoje, pela compatibilidade e custo. O melhor custo/benefício é da Delta 1010 LT, que vem com duas entradas para microfones e seis de linha, servindo até para quem não tem uma mesa.
Esqueça as soundblasters e as placas on board (som da placa-mãe). Placas de multimídia têm qualidade sonora inferior e não têm processamento para rodar os programas de áudio e música.
O computador precisa de um processador veloz, compatível com uma boa placa-mãe, muita memória de boa marca, dois HDs grandes e rápidos, gravador de DVD e uma placa de vídeo com bastante memória. Até um bom e velho Pentium 4 pode fazer bonito e resolver tudo, mas, quanto mais processamento, mais instrumentos e efeitos podemos usar.
O sistema operacional é o Windows XP Pro. Em pleno 2008, o Windows Vista ainda não tem todos os programas, drivers (controladores) e plug-ins desenvolvidos para ele, e gasta quase a metade da memória.
Quem grava áudio e MIDI usa versões de menor custo dos programas Sonar, Cubase, Nuendo ou ProTools. Os primeiros são preferidos nesta categoria pela maior facilidade de se obterem plug-ins VST e maior compatibilidade dos sistemas. A edição do áudio é feita com Sound Forge ou Wave Lab. Os complementos são o Reason, plug-ins VST como os efeitos da Waves ou da Sony e os instrumentos como os da East West, Native e Ilio. O CD Architect, da Sony, para masterização, completa a lista de software.
O microfone do estúdio básico é dinâmico, como o Shure SM58 ou SM57. Não dá para usar microfones a condensador numa sala ou quarto sem tratamento acústico. A acústica dos pequenos estúdios, quando se faz alguma coisa, é resolvida com tapetes, cortinas e similares. Os cabos devem ser balanceados. Quando isto não for possível, devem ter menos de três metros.
Um teclado controlador MIDI ou USB e o melhor som doméstico ou pequenos monitores de referência fecham a lista. Com um equipamento desses, talento e um bocado de conhecimento em MIDI e áudio, dá para produzirmos CDs e trilhas de ótima qualidade.