Problemas com acústica ao ar livre

Gente, apenas para que vcs tenham uma noção do tamanho da encrenca, fiz algumas simulações dessa situação e acabei de enviar ao Mestre Bersan as figuras e o texto basico.
Obviamente, em se tratando de simulações, faltaram varias coisas a serem incluidas, mas outras informações pertinentes a problemas estão disponiveis ao longo do topico.
A coisa é mais para ilustração mesmo.

Abs

(*) Assumo minha ignorancia pela segunda vez, por não ter conseguido subir as figuras, deveria tentar, mas meu tempo esta meio curto.
 
Ullmann,

Ullmann disse:
Assumo minha ignorancia pela segunda vez, por não ter conseguido subir as figuras, deveria tentar, mas meu tempo esta meio curto.

Com certeza vc tem crédito amigo!

Gente, apenas para que vcs tenham uma noção do tamanho da encrenca, fiz algumas simulações dessa situação e acabei de enviar ao Mestre Bersan as figuras e o texto basico.
Obviamente, em se tratando de simulações, faltaram varias coisas a serem incluidas, mas outras informações pertinentes a problemas estão disponiveis ao longo do topico.
A coisa é mais para ilustração mesmo.

Isso me cheira a mais uma ótima fonte de aprendizagem de um conhecimento precioso que será compartilhado.

Estamos no aguardo. Abraços,
 
Olá gente,

segue a lista de imagens e a explicação do Waltão:

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"Gente, apenas para ilustrar o tamanho da encrenca de se fazer FESTINHA NO SÍTIO.

O retângulo maior corresponde a uma área de 350 x 200 mts, sendo que a distância entre a FONTE SONORA e uma das arestas é de 200 mts, numa lateral (dir) e de 150m na outra (esq).

Cada QUADRADO COLORIDO representa um nivel de 12 dB ( - 12 na verdade).

Nas áreas de cor vermelha, o SPL é maior ou igual a 100 dB. Os tons de verde, valores da ordem de 55 dB ( entre 50 e 60 dB). Áreas com valores médios 35 dB SPL (entre 30 e 40 dB) estariam em azul.

O plano de piso seria equivalente a um gramado ou pasto.

Como podem ver, entre as frequências de 125 e 2,000 Hz, não existe valor próximo a 35 ou 40 dB recomendados pela norma. Restando no limite, em media, uma diferença minima de 15 a 20 dB, o que não seria nada prático de se atenuar na fonte.

E mais, não se considera aqui outros efeitos e diferenças de altura (cotas) que podem melhorar ou piorar muito o problema. E se considerarmos as Leis de Murphy ...

Em tempo, o programa usado para a simulação, é o antecessor do EASE, chamado CADP2 da JBL. Embora mais simples, em termos didáticos ainda funciona muito bem !

Abs"
 
Onde consigo mais informações sobre o EASE?
Vejo muitos fabricantes disponibilizando arquivos de seu produto para este programa.
 
<!-- m --><a class="postlink" href="http://www.renkus-heinz.com/ease/index.html">http://www.renkus-heinz.com/ease/index.html</a><!-- m -->
 
Olá, pessoal.
Hoje fiz alguns testes lá com o som pro lado contrário e reduziu muito o problema.
Amanhã vamos levar um decibelímetro e colocar as caixas atrás de uma parede de concreto de um campo de bocha que tem na mesma linha que o som fica (ele não tem telhado, só a parede com 3 metros de altura, então vai dar pra ter mais uma nocão e ver qual a redução lá na cerca do vizinho e assim vamos testando várias coisas até resolver.
Os agudos e médios praticamente morreram já com a mudança de posição, o grave ainda existe e mesmo baixinho, sei que depois de algumas horas o vizinho vai voltar a reclamar.
Depois posto o resultado com o som tocando atrás da parede.
Lembrando sempre que o nosso problema é somente na direção do vizinho, não tendo problemas com o som para outros lados.
Abraço e mais uma vez obrigado!
Eton.
 
Suborna o vizinho. Promete que 5% da renda líquida será revertida ao bolso dele. :mrgreen: :mrgreen:
 
Se o visinho não aceitar os 5% eu aceito hehehehe.

Agora se estiver lá na casa dele onde ele reclama no nível desejado (porque ouvir a música ele vai ouvir) de acordo com a legislação, não tem mais o que reclamar é remexer os esqueletos ir pra festa.

Aqui na região tivemos um problema semelhante com uma chacara visinho do meu tio, o cara tomou algumas providências e diminuiu muito o volume na chacara do reclamão (não é meu tio), porém ainda dava pra ouvir a música hehehehe, foram pra justiça e aplicaram a lei ou seja hoje ele ouve o som e não pode reclamar hehehehehe pois na medição o som ficou bem no limite.
 
Como alguém falou por aqui que foi usado em uma casa de shows, se não me engano.

Compre um limiter, põe ruído rosa, leva um decibelímetro e faz a medição lá conforme a lei. Uma pessoa confere a medida e outra configura o limiter, comunicando via rádio ou celular. Reduz o threshold até o valor chegar em 35 dB.
 
Kadú,

sim, dá para fazer isso. Mas a grande questão, apresentada pelo Walter Ullmann, é que ao final o volume será considerado muito baixo pelo pessoal da festa. E se o som está ruim, a festa está ruim... aí já era.

Fernando
 
Exato. Para manter esse volume, só ambiente fechado.

De vez em quando aqui perto de casa tem uns bares (abertos) que ultrapassam... Tem um que é sertanejo todo fim de semana, até às 2, 3... Mas ultimamente ele não tem funcionado. Melhor assim.

E os proprietários tem que ficar atento a isso. Aqui no DF acabou de sair uma decisão do TJ condenando um bar a pagar R$ 32 mil de indenização: http://dftv.globo.com/Jornalismo/DF...DENA+BAR+A+PAGAR+INDENIZACAO+POR+BARULHO.html
 
Tivemos um evento no final de semana passado e pudemos fazer as medições corretas.
Gostaria de tirar umas dúvidas com vocês.
O volume que está chegando na cerca do vizinho (lá perto dos 200m, depois do morro e das árvores) está em torno de 55dB a 60dB.
Não podemos fazer um barracão completamente fechado, senão foge justamente da temática do lugar e tira os atrativos da chácara, mas se fizermos a tal da concha, porém da seguinte forma:
- 18m de largura, 4m de altura e 5m de profundidade;
- Tudo seria reto, laterais, parede traseira e teto;
- As caixas de grave estão no centro e as KF de médio/agudo nas laterais, na altura de 3m do chão;
- Paredes duplas de madeira preenchidas com lã de rocha 64Kg/m³;
- Teto também feito com estrutura de madeira e a mesma lã de rocha;
Dessa forma, tocando com os mesmos 120dB, vcs acreditam que os graves diminuiriam em torno de 20dB da parede para trás, chegando nos 200 metros perto dos 40dB? (que hoje chega 55dB)

Abraço,
Eton
 
eton2 disse:
tocando com os mesmos 120dB, vcs acreditam que os graves diminuiriam em torno de 20dB da parede para trás, chegando nos 200 metros perto dos 40dB? (que hoje chega 55dB)
Acredito que não. O motivo é a forma de propagação de ondas, exemplificada nos "desenhos" na primeira página.
 
Olá Eton,

Espero não estar respondendo muito tarde. Mas li rapidamente cada contribuição dada neste tópico, as informações de uma forma geral estão corretas. Mas temo que aplique seu dinheiro e acabe não obtendo os resultados esperados. Existe muita lenda nesse campo de acústica e creio que apenas um estudo do local com todas suas variantes pode dar a solução correta, seja o tratamento ou o abandono do local!

Você está com um grave problema: Condicionamento acústico ao ar livre. Minha experiência diz que muitos testes deverão ser feitos até se obter o resultado esperado, só espero que estes testes não sejam primeiro feitos in loco com o seu dinheirinho, existem hoje várias maneira de simular o ambiente.

Outro fator muito importante, eu diria o mais importante, que não foi citado por nenhum que tenha respondido ao tópico é a VENTILAÇÃO. Pra que lado sopra o vento? Ao meu ver deve estar em direção do palco para a casa do vizinho. Se for assim a complicação é maior. Porque qualquer teste deve levar esse FATOR em consideração. Nesse caso eu abandonaria o local

PAREDES RETAS. Não faça isso! você vai acabar criando outros problemas para a qualidade do seu som! Prefira CONCHA ACÚSTICA. Porque você precisa direcionar o som para o público dessa forma você diminui a intensidade do som (vulgo volume) mas direciona para a platéia que não vai sentir a diferença da intensidade.

Por outro lado é bom levar em consideração as leis Federais que diz que a "A casa é um asilo inviolável" que junto com as resoluções CONAMA 1 e 2 que trata como incômodo qualquer ruído indiferente da intensidade, ou seja, o dono da casa a 200m estará em pleno direito de reclamar seja com 70 dB seja com 50 dB.

É importante também saber qual o nível de ponderação e o tempo que está sendo usado para fazer essas medições.

Meu caro Eton, sei que te trouxe mais preocupações do que soluções. Porque na verdade seria necessário dados mais específicos, nesse seu caso teríamos que trabalhar primeiro a acústica do local para melhor utilizar o som dessa forma baixando a intensidade sem perder a qualidade. Depois desse passo, criar soluções que poderia funcionar como barreiras acústicas que realmente funcione porque você pode levantar as muralhas da china e não atenuar o som. Não recomendaria os containers de água sem um estudo mais aprofundado do relevo de terreno, da vegetação, do vento, temperatura etc. Por outro lado se o containers for aberto na parte de cima você vai criar um problema maior já que água é altamente reflexiva, ou seja vai ajudar a propagação do som. E como a água devolve a temperatura mais lentamente significa que essa troca de temperatura durante a noite impulsionará ainda mais o som para cima e pra frente ao invés de isolar, como fazemos questão de 1 decibel isso pode fazer uma diferença enorme.

Outro fator de grande importância é o horário de funcionamento da festa porque em cada a horário o som vai se comportar de forma diferente mediante as mudanças de temperatura.

E para concluir, esses gráficos feitos no EASE ou no CADP2 apesar de elucidativo, para o que está acontecendo não dão o resultado real pq não estão levando em consideração os fatores que já mencionei. E lembre-se: uma solução que deu certo em um lugar Não é garantia de dar certo aí neste local também, na verdade as chances são mínimas.

Então, antes de sair testando de tudo pense no que acabei de falar...


Um grande abraço!
Paulo Lima

mensagem reeditada...
 
Seja bem vindo ao SAV Arq. Paulo Lima!


Arq. Paulo Lima disse:
Você está com um grave problema: Condicionamento acústico ao ar livre.

No meu entender, quando se diz condicionamento acústico estamos fazendo referencia ao tratamento de um espaço fechado ou semi aberto, e não completamente aberto como é o caso dele.
Quando fala em condicionamento acústico as primeiras coisas que vem a cabeça são: RT60, %Alcons, Distribuição uniforme de energia, modos e etc.. Não sou engenheiro acústico, alias estou longe de ser.
Penso que este termo nao se aplica ao problema citado nem mesmo isolamento, pois nao tem nenhum ambiente a se isolar.

Fiquem avontade para me corrigir!

Eu ate sugeri sem analizar direito, a construção de uma barreira atras das caixas, isso depois foi provado pelos amigos do forum que não adiantaria muito.
O proprio Eton tocou no assunto da concha acústica, porem no caso da concha estaremos adicionando refexões a um ambiente que antes nao tinha, e mesmo assim o som ainda da a volta por cima. Leia com calma os 5 ultimos posts antes do seu.

O Ullmann ate sugeriu a construção de um salão, com os devidos cuidados de condicionamento e isolamento. Isto sim seria a solução para os problemas dele, porem descaracteriza as festas segundo o Eton.

E quanto ao que vc disse:
Arq. Paulo Lima disse:
E para concluir, esses gráficos feitos no EASE ou no CADP2 não vão te ajudar em nada porque não estão levando em consideração os fatores que já mencionei.

As simulações sao apenas ilustrativas, para ter uma melhor visão do problema como o proprio Ullmann disse, e ainda completou:
Ullmann disse:
Obviamente, em se tratando de simulações, faltaram varias coisas a serem incluidas, mas outras informações pertinentes a problemas estão disponiveis ao longo do topico.
A coisa é mais para ilustração mesmo.

Ate +
 
Paulo Lima, bem vindo ao Som ao Vivo.

Permita-me fazer algumas observações.

Arq. Paulo Lima disse:
nem qualquer arquiteto nem um técnico de som vão resolver os teus problemas.
Correto, mas gostaria de lembrar que aqui no fórum temos profissionais da área.

Arq. Paulo Lima disse:
o dono da casa a 200m estará em pleno direito de reclamar seja com 70 dB seja com 5 dB.
Ele tem o direito de reclamar apenas quando o nível de ruído está acima do limite definido em legislação específica.

Arq. Paulo Lima disse:
Não recomendaria os containers de água sem um estudo mais aprofundado do relevo de terreno, da vegetação, do vento, temperatura etc.
Exato. Uma consultoria virtual está longe de ser o ideal, mas pelo menos ajuda a ter uma direção. Sem conhecer toda a geometria do local, estamos apenas especulando. Mas é uma "especulação" embasada nos conhecimentos que possuímos.

Arq. Paulo Lima disse:
E para concluir, esses gráficos feitos no EASE ou no CADP2 não vão te ajudar em nada
É uma pena que você pense assim. O Caio Fábio lembrou muito bem a citação dizendo que é apenas para ilustrar.

Para concluir, nesse tópico opinaram engenheiros com anos de experiência. Eu não tenho toda essa experiência mas sou físico formado, então acredito que o pouco conhecimento que adquiri tenha alguma validade.
 
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