Rogerio N.
Member
Vamo lá gente, vamos chegar a um consenso.. hehe
Vou falar com conhecimento de causa pois sou engenheiro eletricista. E é altamente complicada a relação usuário-engenheiro, pois o engenheiro tenta visualizar todo o sistema e não só o equipamento. Mas, creio que podemos chegar a um consenso.
A norma brasileira só permite 5% de variação na rede para mais ou para menos. Mas, sei que alguns casos em "pontas" da rede isso não é cumprido, nesses casos devemos analisar se a carga atual da rede é exporádica ou comum.
- Se for comum deve fazer uma reclamação formal a ANEEL, se comprovada a falha do sistema o consumidor pode ganhar até uma indenização (regras de fornecimento de energia).
- Se for exporádico, que é o que costuma acontecer com os operadores de som, pois estão numa festa da cidade por exemplo. Aí sim o caso é outro. Pois, normalmente, os produtores do evento não pedem liberação da concessionária para o uso daquela energia, naquele horário e naquele local. Aí entra a briga.. :|
Essa é a solução não só ideal, mas a correta para quem não pediu autorização ou pediu e não pode ser atendido pela concessionária. Mas, como você disse eles não estão nem aí... Surge então o operador ou instalador de som e sobra tudo para ele. :shock:
Solução dada pelo operador ou instalador: "vamos ajustar a tensão com um transformador com tap's, o equipamento vai funcionar beleza!"
Mas, como eu disse.. penso no sistema como um todo... e do ponto de vista do sistema essa solução é inadequada (por isso chamei de artimanha) vejamos porque. Agora vou ter que usar a teoria.
Quando eu falei distribuição, no comentário anterior, estava falando sobre a distribuição da rede (da concessionária).
Bom, o sistema necessariamente deve ter sido projetado para uma certa carga máxima. Em sistemas com pontas, os transformadores de alta tensão para baixa tensão estão longe e por isso o cabo da distribuição tem uma alta impedância (resistência).
Tendo isso em mente, pensemos na lei de ohm:
Tensão = Corrente * Resistência
Percebe-se que quanto maior a corrente maior a tensão, no nosso caso a resistência já é alta então a corrente irá contribuir mais ainda para a queda de tensão provocada no cabo. Enquanto isso tem o transformador.. longe, mas que pode chegar a saturar dependendo do excesso de potência que exigimos de tal. Com isso ao exigir a potência máxima a senóide pode chegar a ficar saturada (parecendo um pulso retangular). Podemos ter com isso desde sobreaquecimento dos condutores da distribuição até um blackout geral por queima de algum equipamento da distribuição.
Esse é um dos casos onde há sobrecarga na instalação, podem haver sobrecarga só de neutros e desequilíbrio de fase, mas já falei o bastante.
Finalizando, o que devo dizer é: o ajuste de tap em transformadores é muito utilizado, mas repito do ponto de vista do sistema é perigoso e os contratantes ou produtores de eventos deveriam ter mais consciência de "detalhes" desse tipo.
Precisando.. estamos aí!
Vou falar com conhecimento de causa pois sou engenheiro eletricista. E é altamente complicada a relação usuário-engenheiro, pois o engenheiro tenta visualizar todo o sistema e não só o equipamento. Mas, creio que podemos chegar a um consenso.
Se houvesse um sistema de distribuição de energia que fosse constante e com mínimas variações, seria uma alegria sem tamanho.
A norma brasileira só permite 5% de variação na rede para mais ou para menos. Mas, sei que alguns casos em "pontas" da rede isso não é cumprido, nesses casos devemos analisar se a carga atual da rede é exporádica ou comum.
- Se for comum deve fazer uma reclamação formal a ANEEL, se comprovada a falha do sistema o consumidor pode ganhar até uma indenização (regras de fornecimento de energia).
- Se for exporádico, que é o que costuma acontecer com os operadores de som, pois estão numa festa da cidade por exemplo. Aí sim o caso é outro. Pois, normalmente, os produtores do evento não pedem liberação da concessionária para o uso daquela energia, naquele horário e naquele local. Aí entra a briga.. :|
O ideal seria também ter gerador só para o sistema, mas os contratantes normalmente não estão nem aí para esses detalhes.
Essa é a solução não só ideal, mas a correta para quem não pediu autorização ou pediu e não pode ser atendido pela concessionária. Mas, como você disse eles não estão nem aí... Surge então o operador ou instalador de som e sobra tudo para ele. :shock:
Solução dada pelo operador ou instalador: "vamos ajustar a tensão com um transformador com tap's, o equipamento vai funcionar beleza!"
Mas, como eu disse.. penso no sistema como um todo... e do ponto de vista do sistema essa solução é inadequada (por isso chamei de artimanha) vejamos porque. Agora vou ter que usar a teoria.
Quando eu falei distribuição, no comentário anterior, estava falando sobre a distribuição da rede (da concessionária).
Bom, o sistema necessariamente deve ter sido projetado para uma certa carga máxima. Em sistemas com pontas, os transformadores de alta tensão para baixa tensão estão longe e por isso o cabo da distribuição tem uma alta impedância (resistência).
Tendo isso em mente, pensemos na lei de ohm:
Tensão = Corrente * Resistência
Percebe-se que quanto maior a corrente maior a tensão, no nosso caso a resistência já é alta então a corrente irá contribuir mais ainda para a queda de tensão provocada no cabo. Enquanto isso tem o transformador.. longe, mas que pode chegar a saturar dependendo do excesso de potência que exigimos de tal. Com isso ao exigir a potência máxima a senóide pode chegar a ficar saturada (parecendo um pulso retangular). Podemos ter com isso desde sobreaquecimento dos condutores da distribuição até um blackout geral por queima de algum equipamento da distribuição.
Esse é um dos casos onde há sobrecarga na instalação, podem haver sobrecarga só de neutros e desequilíbrio de fase, mas já falei o bastante.
Finalizando, o que devo dizer é: o ajuste de tap em transformadores é muito utilizado, mas repito do ponto de vista do sistema é perigoso e os contratantes ou produtores de eventos deveriam ter mais consciência de "detalhes" desse tipo.
Precisando.. estamos aí!